quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Médicos confirmam que pílula anticoncepcional provoca aborto


Ellen M. Rice
Blog do jornalista Julio Severo
Divulgação
Contraceptivos
Contraceptivos
Receptividade uterina debilitada é um mecanismo pelo qual as pílulas anticoncepcionais orais exercem suas ações abortivas.
Em meio a um debate atual entre os ativistas pró-vida sobre se classificar a pílula anticoncepcional como abortiva ou contraceptiva, ativistas pró-aborto publicaram uma declaração oficial confirmando que a pílula anticoncepcional impede a implantação de embriões, provocando assim abortos.
Num suplemento à sua edição de novembro de 2008, a mais importante revista de saúde reprodutiva, a Fertility and Sterility, publicou declaração oficial da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (SAMR) intitulada Contracepção hormonal: recentes avanços e controvérsias.
Num resumo do desenvolvimento da contracepção nos Estados Unidos, a declaração considerou os anticoncepcionais orais o método reversível “mais amplamente utilizado”. Na “ampla variedade” de anticoncepcionais orais que são disponíveis, os “mecanismos de ação” são os mesmos, disse a declaração: “Inibição da ovulação, alteração no muco cervical e/ou modificação do endométrio, impedindo assim a implantação”.
Ativistas pró-vida que se opõem ao aborto, mas não à contracepção, há muito tempo consideram a pílula anticoncepcional como uma opção contraceptiva ética, ao contrário do DIU, que provoca abortos impedindo a implantação. Contudo, a declaração da SAMR indica claramente que a pílula é medicamente classificada como uma droga que age “impedindo a implantação”, causando assim a morte de um embrião fertilizado — um ser humano vivo e único.
Um grande volume de literatura apóia essa declaração, inclusive artigos de Fertility and Sterility. O mais importante deles é um estudo de 1996 feito por um grupo de ginecologistas da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, que concluiu que “a receptividade uterina debilitada” é “um mecanismo pelo qual as pílulas anticoncepcionais orais exercem suas ações abortivas/contraceptivas”.
Diácono Valney

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Ministério da Saúde publica manual de uso de medicamento abortivo

Cartilha do Min. da Saúde orienta como fazer aborto
O Brasil assistiu consternado neste final de semana a uma das mais tristes tragédias do país nos últimos anos. Enquanto os Estados Unidos eram palco da maior Marcha pela Vida de sua história, 231 jovens estudantes tinham suas vidas ceifadas em um trágico incêndio numa boate em Santa Maria/RS, na madrugada de sábado para domingo, 26/01. A presidente Dilma Rousseff, em seu breve discurso a respeito das vítimas, não conseguiu conter as lágrimas. "Eu queria dizer para a população brasileira e para a população de Santa Maria, neste momento de tristeza, o quanto nós estamos juntos, e necessariamente, iremos superar e mantendo a tristeza", declarou a presidente, citando também o apoio do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Na tarde desta segunda-feira, 28/01, a página do Movimento Brasil Sem Aborto publicou uma séria denúncia contra o Ministério da Saúde, a respeito de uma cartilha produzida pelo setor, com orientações sobre como usar o remédio abortivo Cytotec. Na nota, o movimento alerta que apesar do material ser destinado, aparentemente, a um público "especializado", a tiragem do manual - 268.108 exemplares - e a linguagem objetiva e de fácil compreensão leva-nos a crer que o alvo principal deste material seja o público em geral.
Diz a nota do Brasil sem Aborto:
- A 1ª edição tem uma tiragem de 268.108 exemplares, sendo que dados recentes publicados no site da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) indicam que há no Brasil 22.815 médicos em atividade nessa área. A publicação ultrapassa, portanto, em mais de dez vezes, o número de profissionais aos quais teoricamente se destinaria.
- Contrariamente ao que é habitual em protocolos para atuação médica, o uso de Misoprostol não é comparado a outros medicamentos ou técnicas que seriam possíveis na mesma situação. Por exemplo, indica-se a dose e modo de uso para "indução do parto com feto vivo", uma utilização não aceita pela FDA (Food and Drug Administration) americana, e para a qual existem alternativas. Os próprios fabricantes do Misoprostol alertaram para o risco de ruptura uterina quando ele é usado como indutor do parto.
- Ao contrário do que se diz na apresentação, a linguagem do folheto, especialmente em sua segunda parte, quando trata do uso, é sintética e direta, facilmente compreensível por público leigo. Praticamente se restringe às doses a serem utilizadas para o"esvaziamento uterino" no primeiro, segundo e terceiro trimestres da gestação.
Em junho de 2012, a mídia divulgou as intenções do Ministério da Saúde de preparar uma cartilha que ensinasse a mulher a abortar com segurança. Na época, o secretário de Atenção à Saúde, sr. Helvécio Magalhães, alegou que o projeto era parte de uma política de "redução de danos" e que, portanto, não podia ser considerado um crime, pois o crime seria o ato em si, e não o aconselhamento.
O site padrepauloricardo.org explicou por meio de dois episódios do programa Parresía (Legalização do aborto no BrasilGoverno Dilma prepara-se para implantar aborto no Brasil ) e de várias aulas ao vivo (A vida em risco), a falsidade por trás desse discurso e o risco que o Brasil correrá caso essa intenção do governo se concretize. Nesses programas, lembrávamos que a ação do governo seria, sem sombra de dúvida, criminosa, pois, segundo os artigos 29, 286 e 287 do Código Penal, comete crime não só quem pratica o ato, mas também quem o incita de alguma maneira.
Causa-nos perplexidade, por conseguinte, que as mesmas pessoas que choram na frente das câmeras tragédias familiares como as de Santa Maria/RS, ajam sorrateiramente, sem qualquer compromisso de transparência com a população, a favor de uma agenda abortista que é contrária à opinião da maioria dos cidadãos brasileiros. Trata-se de um golpe fatal à democracia e de um desrespeito vergonhoso aos compromissos assumidos publicamente durante as eleições. Ações como essas nos levam a questionar se é para o povo que o Governo trabalha ou para as Fundações Internacionais que desejam o controle da natalidade.
Quais as consequências dessa política de Redução de Danos?
Como estudamos naquele curso sobre o documento "A Nova estratégia Mundial do Aborto"a política de "redução de danos" nada mais é do que uma das fases para a implementação doaborto como um "direito reprodutivo". Planejada há cerca de 10 anos, a política de "redução de danos" foi um dos meios encontrados pelas fundações abortistas para introduzir o aborto naqueles países cuja a população ainda se mostra resistente à prática. Como dito no documento, a estratégia foi pensada "para produzir um resultado fulminante e simultâneo em todos os países". Foi através dessa política, implementada no Uruguai em 2004, que os abortistas conseguiram abrir caminho para a legalização do aborto naquele país, em outubro do ano passado.
Caso essa política seja adotada, e ao que parece tudo se encaminha para isso, o Brasil mergulhará numa situação muito pior que a da legalização do aborto. Isso porque em um país onde o aborto é legalizado, ou seja, onde os hospitais são os responsáveis pela operação, os médicos podem alegar objeção de consciência e desestimularem a prática. Foi o que aconteceu, por exemplo, no México. Já no caso dessa política da redução de danos, as próprias mulheres farão o aborto, através dos medicamentos que serão disponibilizados nas farmácias e das cartilhas de “aconselhamento” do Ministério da Saúde. A mortandade de centenas de milhares de crianças que se seguirá nesta política criminosa será inimaginável. Desse modo, se já é absurda e impensável a legalização do aborto, tanto mais é a prática da “redução de danos”, pois nesta situação serão as próprias mães as promotoras da morte de seus filhos.
Ao contrário do que se é hipocritamente alardeado, esse tipo de ação não visa a integridade da saúde feminina. Não. Trata-se puramente de um lobby cuja finalidade é alargar as possibilidades e os números de aborto para que, posteriormente, eles tenham uma situação calamitosa que justifique o seu argumento de que "o aborto é um caso de saúde pública, não de polícia". É dessa maneira que o Governo Federal doa 1,5 milhão de dólares a fundações feministas que defendem ao aborto, enquanto mães grávidas têm de dar à luz em corredores de hospitais em várias cidades do país, como noticiado pela imprensa em julho de 2012.
O que fazer?
Há 40 anos, uma mentira defendida diante de um tribunal nos Estados Unidos foi responsável pela morte de 55 milhões de crianças. Crianças que tiveram suas vidas interrompidas por conta de uma prática selvagem e egoísta, motivada por interesses financeiros e políticos. Neste último final de semana, a população americana, num exemplo de cidadania e coragem nunca antes vistos, marchou rumo à Casa Branca para dizer um grande basta ao morticínio silencioso desses milhões de bebês.
A exemplo de nossos irmãos americanos, hoje, mais do que nunca, somos chamados a travar esta batalha entre a vida e a cultura da morte. Portanto, no nosso tempo, não há mais espaço para tibieza, para letargia, para pusilanimidade. Definitivamente, não! Precisamos recobrar a audácia dos primeiros cristãos, a fortaleza dos mártires. Somos chamados a agir. E quais são as nossas armas? A oração, o estudo e a ação.
Rezemos por todos aqueles que são responsáveis pelo governo do Brasil, por nossas lideranças e, principalmente, pelas mães que se encontram no dramático dilema de escolher entre a vida e a morte de seus filhos. Rezemos para que elas escolham a vida.
Estudemos o histórico dessa cultura da morte, suas raízes e pretensões para que possamos nos munir dos melhores argumentos e das melhores estratégias de combate. Só podemos diagnosticar uma doença se, necessariamente, a conhecermos e descobrirmos seus pontos fracos. Só assim poderemos usar os remédios eficazes contra essa epidemia anti-vida. Recomendamos, desse modo, o estudo das aulas sobre o documento "A Nova estratégia Mundial do Aborto" disponíveis gratuitamente no site.
Por fim, lutemos contra os algozes da vida. Façamos valer nossa cidadania. Entremos em contato com o Ministério da Saúde e com os demais responsáveis e peçamos a suspensão imediata da distribuição dessas cartilhas. Eis alguns contatos:
- Ministério da Saúde: Alexandre Padilha, Ministro da Saúde
  • Telefones: (61) 3315-2392 / (61) 3315-2393 / (61) 3315-2788 / (61) 3315-9260
  • Fax: (61) 3224-8747 / (61) 3315-2680 / (61) 3315-2816
  • E-mail: ministro@saude.gov.br
- Secretário de Atenção à Saúde: Helvécio Miranda Magalhães
  • Telefones: (61) 3315-2626 / (61) 3315-2133
  • Fax: (61) 3225-0054
  • E-mail: helvecio.junior@saude.gov.br
- Casa Civil da Presidência: Gleisi Helena Hoffmann, Ministra-chefe da Casa Civil
  • Telefones: (61) 3411-1573 / (61) 3411-1935 / (61) 3411-5866 / (61) 3411-1034
  • Fax: (61) 3321-1461 / (61) 3322-3850
  • E-mail: casacivil@presidencia.gov.br
Como disse o presidente do Movimento Pró-vida americano, Chris Smith, durante seu discurso na Marcha pela Vida, "sejamos a geração que colocará fim à lei do aborto". Que Deus nos proteja!
Diácono Valney.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Catecismo Jovem lança site


Por Felipe Rodrigues
Jovens Conectados
O portal do Catecismo Jovem foi lançado no mesmo dia em que também foi divulgada a mensagem do Papa Bento XVI para o 47º Dia Mundial das Comunicações. O intuito é ser a rede oficial do YOUCAT no Brasil e um novo ambiente de evangelização, de comunicação e interação dos jovens sobre a verdade e a fé.
 
O portal apresenta algumas curiosidades, como a história detalhada de como surgiu e como foi ilustrado o YOUCAT, explicações sobre sua estrutura e material de apoio para o estudo em grupo ou pessoal.
 
A iniciativa, no Brasil, está em comunhão com o “Youcat Center” da Alemanha, de onde se administra todas as atividades do Catecismo Jovem no mundo.  De acordo com Jerônimo Laurício, da equipe do Catecismo Jovem no Brasil, “o trabalho será, também, de divulgar todas as bonitas iniciativas e experiências que se têm feito com essa ferramenta pelo Brasil”.
 
De acordo com Jerônimo, a grande novidade é o espaço “Christian Question – a Igreja responde”, onde os jovens poderão apresentar suas dúvidas sobre diversos temas que abarcam a fé cristã e debatê-las com um grande time de assessores e diretores espirituais, como pe. Hélio Luciano – Arquidiocese de Florianópolis (SC), pe. Demétrio Gomes – Arquidiocese de Niterói (RJ) e prof. Felipe Aquino – Diocese de Lorena (SP). Outra grande novidade é a seção “Debate do Mês”, em que, todo mês, um tema diferente será refletido, a fim de que os jovens partilhem seus pensamentos, opiniões e questões.
 
Os “Webcards”, publicados no Twitter e no Facebook do Catecismo Jovem, estão todos disponíveis no site, seguindo a divisão do Youcat. De acordo com a Equipe do Youcat no Brasil, outras novidades ainda surgirão, em resposta à exortação do Santo Padre.
 
-  Assim que o YOUCAT chegou ao Brasil, de norte a sul do país, encontramos jovens de diferentes expressões, movimentos, pastorais e comunidades dando uma bonita resposta ao desejo do Santo Padre. Os números apontam que mais de 600 mil jovens brasileiros possuem esse importante instrumento da “Nova Evangelização”. Vale a pena conhecer e deixar-se contagiar com algumas dessas experiências – afirma Jerônimo.
 
O endereço do site é catecismojovem.com.br.
 
Diácono Valney

terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Eleonora Menicucci volta a atacar: agora ela mira nos médicos que não praticam aborto por objeção de consciência!


por Reinaldo Azevedo.
Atenção, “companheiro” médico que se nega a praticar aborto, ainda que legal, por objeção de consciência! Você precisa fazer um estágio de Educação Moral e Civismo com a ministra Eleonora Menicucci (Mulheres). Ela tem muito a lhe ensinar. E é melhor fazê-lo antes que as bruxas comecem a caçar as fadas, não é? Tudo saindo como quer esta notável humanista, médicos que alegarem “objeção de consciência” —- um direito que lhes é assegurado — para não praticar o aborto terão de ser substituídos.
Leiam trecho de reportagem de Lígia Formenti, no Estadão. Volto em seguida:
A ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres, criticou a falta de médicos nos serviços que fazem aborto legal no País. Ela observou que muitos centros funcionam apenas na teoria porque profissionais se recusam a fazer o procedimento, alegando objeção de consciência. “É preciso que esses serviços coloquem outra pessoa no lugar”, disse Eleonora nesta quinta-feira, durante reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A lei permite que gestações que coloquem a mulher em risco ou resultem de violência sexual possam ser interrompidas. Atualmente, existem no País 63 centros cadastrados para realização desse tipo de atendimento. Além de considerar o número insuficiente, grupos feministas relatam que, com frequência, mulheres não conseguem ser atendidas nos serviços, sobretudo em instituições administradas por grupos religiosos.
(…)
Eleonora também citou resultados de pesquisas realizadas demonstrando a falta de qualidade nos serviços de atendimento às vítimas.Além da melhoria da qualidade, a ministra defendeu a ampliação do acesso aos serviços. Algo que, em sua avaliação, pode ser alcançado com descentralização do atendimento.
(…) Atualmente, são 557 centros para atendimento das mulheres e 63 capacitados para fazer o aborto. De acordo com ministério, outros 30 estão sendo capacitados para também fazer a interrupção da gestação nos casos permitidos pela lei. “Esse número de 63 centros é insuficiente. Basta ver as estatísticas de estupro. No Rio, por exemplo, esse número chega a 20 casos por dia”, acrescentou a secretária de enfrentamento à violência contra a mulher, Aparecida Gonçalves.
(…)
VolteiCaros “companheiros” médicos com objeção de consciência, mirem-se no exemplo da ministra, que, naquela notável entrevista concedida em 2004, trazida à luz por este blog, definiu-se, cheia de orgulho, como “avó do aborto” — revelando ter feito dois. Sua dedicação pessoal à causa não parou aí, fornecendo ela mesmo dois fetos. Contou que foi aprender a fazer aborto em clínicas clandestinas da Colômbia. A ideia era capacitar as mulheres para o “faça você mesma o seu aborto”. Menicucci experimentou quase todas as variações da palavra: foi abortante, abortista, aborteira… Só pôde ser assim porque não foi vítima do agente da voz passiva: não foi abortada! Relembro trecho.
Eleonora -  Dois anos Aí, em São Paulo, eu integrei um grupo do Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. ( ). E, nesse período, estive também pelo Coletivo fazendo um treinamento de aborto na Colômbia.
Joana – Certo.
Eleonora – O Coletivo nós críamos em 95.

Joana
 – Como é que era esse curso de aborto?
Eleonora – Era nas Clínicas de Aborto. A gente aprendia a fazer aborto.
Joana – Aprendia a fazer aborto?
Eleonora – Com aspiração AMIU.
Joana – Com aquele…

Eleonora
 – Com a sucção.
Joana – Com a sucção. Imagino.
Eleonora – Que eu chamo de AMIU. Porque a nossa perspectiva no Coletivo, a nossa base…

Joana
 -  é que as pessoas se auto auto-fizessem!
Eleonora – Autocapacitassem! E que pessoas não médicas podiam…

Joana
 – Claro!
Eleonora – Lidar com o aborto.
Como se percebe, essa é mesmo uma mulher desassombrada. Só uma nota à margem antes que siga com Eleonora. É preciso ver direito aquele número de 20 estupros por dia “no Rio”. Além de não ficar claro se é uma referência à cidade ou ao estado, é bom lembrar que várias modalidades de crimes sexuais passaram a ser caracterizadas como estupro para efeitos legais. Adiante.
Não tem jeito! Dona Menicucci não enxerga nada além de sua militância — daí a confissão horrorosa que fez acima. Imaginem um bando — a palavra é essa! — de leigas em medicina e no funcionamento do corpo humano “aprendendo” a fazer aborto. A cada vez que leio isso, junto com a indignação, vem-me um profundo nojo. Não vou escrever que essa ministra deveria ser proibida para menores porque pareceria ironia…
O governo quer mudar também, informa o Estadão, a coleta de provas de estupro “e outros tipos de violência sexual”, bastando as evidências colhidas pelo médico que primeiro atende a vítima, sem exame no Instituto Médico Legal. Parece bom? Parece bom! Mas abre as portas para falsas denúncias do crime — uma vez que um não-especialista em medicina legal nem sempre tem critérios para avaliar. Mas isso fica para outra hora. Quero destacar aqui uma fala da ministra ao defender medidas que reduzam a violência contra as mulheres:
“O estupro virou presente de aniversário, embalado com fita de celofane.Não podemos conviver com isso?”
Heeeinnn???
“Estupro como presente de aniversário?” Quais são os delírios que povoam a mente desta senhora? Ela se referia, vocês devem se lembrar, a uma barbaridade acontecida na cidade de Queimados, na Paraíba. Amigos simularam um assalto a uma festa para possibilitar que o aniversariante estuprasse algumas convidadas. Era o seu “presente de aniversário”. Duas vítimas reconheceram os agressores e foram assassinadas.
Nas palavras de dona Eleonora, tal prática parece corriqueira no Brasil. Este parece ser um país de estupradores. Inferir, a partir desse caso, que “estupro virou presente de aniversário” corresponde a afirmar que esfaquear a mãe virou uma forma de argumentação de jovens no Brasil…
Lamento! Fica evidente, mais uma vez, que dona Eleonora Menicucci não tem aporte intelectual, cultivo ético-moral e serenidade para ocupar o cargo que ocupa.
PS – Sim, sei que alguns supostos moderados dirão: “Como esse Reinaldo é agressivo!” Que coisa! Uma ministra de estado decide arbitrar sobre objeções de consciência de profissionais da saúde, e o agressivo sou eu!?  Como costumo dizer, “as palavras fazem sentido”. Se ninguém se escandaliza com as barbaridades que esta senhora fala, traduzindo o seu pensamento torto, eu ainda me reservo esse direito.


Dilma e Eleonora, abortistas iguais em tudo.

Diácono Valney

sábado, 19 de janeiro de 2013

Departamento de Estado dos EUA e Grupos pró Aborto fazem estratégias.

WASHINGTON DC, EUA, (C-FAM) O governo de Obama disse aos promotores do aborto na semana passada que não poderá exigir “direitos sexuais” em conversações sobre financiamento da ONU nesta primavera por causa do grande revés para os direitos reprodutivos na reunião sobre desenvolvimento sustentável de elevado nível da ONU no último verão no Rio.


A oposição é “estridente e bem coordenada”, disse Beth Schlachter, assessora de políticas populacionais do Departamento de Estado falando num evento do Centro Wilson intitulado “Estabelecendo Metas de Desenvolvimento para Dinâmicas Populacionais e Direitos Reprodutivos”. Schlachter fez a abertura assegurando que o governo de Obama apoia saúde sexual e reprodutiva (SSR) e direitos reprodutivos (DR), e reconhece a necessidade de ligar essas questões à ideia polêmica de “dinâmicas populacionais” no sistema de desenvolvimento pós 2015.
Suzanne Ehlers, moderadora da comissão do Centro Wilson e presidente da organização pró-aborto mundial Population Action International (PAI), disse que a comissão fora iniciada logo depois da derrota no Rio.
Cruzando o termo “dinâmica populacional” com “saúde e direitos reprodutivos” em documentos internacionais é uma estratégia mais recente dos promotores de direitos reprodutivos, embora os críticos se preocupem que o termo seja controle populacional disfarçado e um meio de criar um direito internacional ao aborto.
“A delegação dos EUA quer uma linguagem forte ligando saúde sexual e reprodutiva e direitos reprodutivos ao desenvolvimento”, Schlacter disse. A fim de estabelecer essas metas de desenvolvimento — líderes de agências da ONU como FNUAP, ONU Mulheres e UNICEF devem ser firmes e fieis aos direitos reprodutivos como parte de seu mandato, ela continuou.
Os palestrantes do evento do Centro Wilson estavam de acordo em que as metas de desenvolvimento de 2015 devem incluir a saúde e direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes que “permitirão que os jovens (de idades entre 10 e 24) façam suas próprias decisões”.
Kelly Castagnaro, diretora de comunicações da Federação Internacional de Planejamento Familiar (conhecida pela sigla inglesa IPPF), crê que existe uma “oportunidade sem paralelo” para avançar “direitos sexuais”, considerando a recente decisão no Peru que introduziu uma emenda numa lei que proibia a atividade sexual entre menores de idade.
Embora não haja nenhuma definição internacional de “direitos sexuais”, a representante da IPPF disse que a inclusão do termo estabeleceria um padrão internacional e obrigaria os governos a prestar contas. Os críticos da IPPF dizem que a organização e seus aliados querem que o termo fique vago e sem definição de modo que eles possam pressionar os governos a mudarem suas leis sobre aborto, direitos dos pais e questões LGBT.
Quando perguntada quando o governo de Obama incluiria o termo “direitos sexuais” — a autoridade do Departamento de Estado respondeu que os recentes reveses indicavam que havia resistência suficiente só para tentar inserir “direitos reprodutivos” e que seus esforços permaneceriam até que o termo “direitos sexuais” venha a aparecer num documento final.
O foco da atenção é que as próximas comissões da ONU fornecerão conhecimento para redigir as metas do desenvolvimento sustentável de 2015, principalmente na Comissão sobre a Condição das Mulheres (CCM), que não conseguiu produzir um documento final no ano passado. Os países membros rejeitaram uma medida da delegação americana que exigia uma linguagem de direitos reprodutivos.
A autoridade do Departamento de Estado lamentou que eles não pudessem passar um segundo ano sem um documento final na CCM e reconheceram a necessidade da sociedade civil ajudar a “empurrá-los para além dos limites” por meio dos meios de comunicação social e reuniões com delegados de países membros. “Precisamos trabalhar juntos para conseguir fortes documentos acordados”, disse ela
Tradução: Julio Severo.

Diácono Valney

domingo, 13 de janeiro de 2013

Formação católica: pra quê?

Francisco Dockhorn

  • O Brasil já foi referido muitas vezes como o maior país católico do mundo. Uma conhecida pesquisa mostrou recentemente que cerca de 74% da população brasileira se declara católica.
    Mas quantos destes conhecem realmente a doutrina católica?

    Quantos destes procuram viver de acordo com os mandamentos de Deus e os preceitos da Santa Igreja?
    E talvez não procurem viver assim porque nem conheçam a doutrina católica...
    A situação torna-se mais complicada ainda quando presenciamos instituições que se denominam católicas e mesmo parte do clero defendendo idéias contrárias à doutrina católica.
    Com efeito, o saudoso Papa João Paulo II, na sua fabulosa Encíclica Veritatis Splendor (1993), mostrou grande preocupação em relação à idéias contrárias à doutrina católica sendo defendidas em instituições que se denominam católicas (n.116).
    A importância de se conhecer a fé e a moral católica, em uma formação consistente, é muitas vezes negligenciada pelos próprios católicos, ignorando que:
    A fé NÃO é um sentimento, e sim uma adesão à um conjunto de verdades que são apreendidas intelectualmente (Catecismo da Igreja Católica, 155)
    Muitos deixam de ser católicos por terem conhecido pouco os fundamentos da fé católica, e acabam aderindo ao protestantismo, ao espiritismo, ao ateísmo, ao agnosticismo, ao indiferentismo religioso, ao relativismo, ao socialismo ou outras doutrinas incompatíveis com a fé católica
    A vida moral é condição necessária para a salvação; embora muitos possam se salvar na ignorância invencível, através da busca sincera da verdade e da vivência da lei natural, existe também um tipo de ignorância que é culposa, quando não se procura suficientemente a verdade e o bem (Catecismo da Igreja Católica, 1790-1791)
    A vida moral é condição necessária para a plena realização humana e a justa ordem social (se a Lei Divina fosse observada, não haveria homicídios voluntários, roubos, assaltos, estupros, drogas, corrupção, adultérios, abortos, invasões de terras, governos totalitários, nacionalismos desordenados, etc)
    Pouco se ama o que pouco se conhece, muito se ama o que muito se conhece. Conhecendo a doutrina católica, mais se ama a Deus, as Suas Obras e a Sua Santa Igreja, mais se deseja realizar a Sua Vontade, mais se deseja o Céu.
    É impossível realizar um apostolado eficaz e dialogar com quem pensa diferente, sem conhecer a doutrina católica. Já dizia São Josemaria Escrivá: “Para o apóstolo moderno, uma hora de estudo é uma hora de oração”.
    Já dizia Nosso Senhor Jesus Cristo: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” (Jo 8, 32)
    Em tudo isso vemos que não basta, então, ter uma vida espiritual; é preciso também o conhecimento de um conjunto de verdades necessárias para dar a direção adequada a esta vida espiritual.
    É como um barco à vela: não basta que ele se mova, mas é preciso se mover para a direção certa.
    Para combater, portanto, um relativismo doutrinal “politicamente correto” que muitas vezes é ensinado, em 1992 o saudoso Papa João Paulo II determinou a publicação do “Catecismo da Igreja Católica”, contendo um resumo oficial da doutrina católica. Pela sede que o ser humano naturalmente tem de conhecer à Deus e Sua Verdade, o Catecismo tem se difundido cada vez mais. Mas infelizmente, muitos católicos ainda não tem contato com ele.
    Muitos falam da necessidade de conhecer-se a Bíblia, mas ignoram o fato que a Bíblia NÃO contém toda a Verdade Revelada por Deus (há ainda a Tradição Apostólica), e só pode ser autenticamente interpretada pelo Sagrado Magistério da Igreja, que nos transmite a Escritura (a Bíblia) e a Tradição. Diz o Concilio Vaticano II: "O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo." (Dei Verbum, n. 10)
    Sem a autoridade do Magistério, portanto, a Bíblia como temos hoje nem existiria, pois foi o próprio Magistério quem definiu os livros que deveriam fazer parte da Sagrada Escritura (os chamados "canônicos") e quais não deveriam (os chamados "apócrifos"), no pontificado do Papa São Dâmaso, próximo ao Concílio de Éfeso (século IV). A Bíblia sem o Magistério da Igreja é perigosa, pois pode levar à interpretações equivocadas e com péssimas conseqüências em todos os sentidos.
    Assim, é fundamental que cada católico tenha à mão um Catecismo, tanto para um estudo sistemático, como para ser fonte de consulta quando houver necessidade.
    O Catecismo pode ser encontrado, em geral, nas livrarias católicas, tanto em sua versão completa como na sua versão em compêndio (na forma de perguntas e respostas).

    A versão eletrônica do Catecismo pode ser encontrada em:http://www.vatican.va/archive/ccc/index_po.htm

    Sou Católico Vivo minha Fé

    Diácono Valney

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Igreja Católica: Construtora da Civilização.


Amigos, 

em 2011 publiquei aqui neste blog um comentário meu sobre o livro do professor e doutor Thomas Woods, sobre o livro "Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental", na época eu tive acesso e pude ler. Agora publico essa postagem para que os que quiserem possam ver e tirar suas próprias conclusões, uma vez que não existe dúvida alguma que é isso mesmo o que aconteceu na história da civilização ocidental. Afinal de qual outra religião se pode falar qualquer coisa e ainda assim não ser assassinado, censurado, considerado politicamente errado e etc... tudo isso se deve a forma como se tem ensinado história nos últimos séculos, buscando sempre destruir essa instituição que foi fundada pelo próprio Jesus Cristo. Desta forma então, encaminho a vocês estes links que se referem ao trabalho de divulgação do livro Igreja Católica construtora da civilização ocidental, do professor e doutor Thomas Woods.
Você pode conhecer na verdade todo o livro apenas acompanhando a cada um dos links, capítulo por capítulo, em vídeos do you tube, e seguir no seu rítmo, conforme a sua disponibilidade de tempo....consultando de acordo com suas dúvidas, pois ele está organizado em tópicos,
conhecendo a nossa Igreja, a amaremos cada vez mais....
curtam então:

Igreja Católica: Construtora da Civilização.

 
Capítulo 1: Introdução
Capítulo 2: Igreja e Ciência
Capítulo 3: Padres como pioneiros da ciência
Capítulo 4: O caso Galileu
Capítulo 5: O Sistema Universitário
Capítulo 6: Deus existe?
Capítulo 7: Os monges
Capítulo 8: A Caridade Católica
Capítulo 9: A Moralidade Ocidental
Capítulo 10: O Conceito de Direito
Capítulo 11: As origens do Direito Internacional
Capítulo 12: Atrocidades anticatólicas
Capítulo 13: Recapitulação
Frequentemente julgamos a Igreja Católica como "igual", "equivalente" ou até mesmo "inferior" às diversas religiões e denominações protestantes, e poucos sabem do fato de o catolicismo estar na base do desenvolvimento de toda civilização ocidental, pelo fato de as pessoas ligadas a ela terem desenvolvido, entre diversas outras coisas, os conceitos de universidade, de hospitais para atender aos doentes (santas-casas), caridade com os desfavorecidos, direito (à propriedade, à vida, à justiça), pesquisa científica, moral (a dignidade do matrimônio, o respeito à vida dos recém-nascidos), enfim; de tudo que se refere à dignidade do ser humano como a mais perfeita criatura de Deus que habita o plano físico.
Para tentar esclarecer um pouco a população com relação a esta etapa crucial do desenvolvimento de nossa civilização o historiador e professor americano Thomas Woods escreveu o livro How The Catholic Church Built Western Civilization (Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental), contendo inúmeras referências históricas sobre o assunto. O livro foi e é um grande sucesso.
Mais recentemente, este mesmo professor aceitou fazer uma parceria com a EWTN (Eternal Word Television Network) para desenvolver o projeto chamado The Catholic Church Builder of Civilization (Igreja Católica: Construtora da Civilização) que consiste numa sequência de 13.

O professor Thomas Woods é bacharel em história pela universidade de Harvad, e Ph.D pela universidade de Columbia. Conforme o site: http://www.tomwoods.com/about/

diácono Valney

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Quem foram os Reis Magos?


Do site Ciência Confirma Igreja.
Um antigo documento conservado nos Arquivos Vaticanos lança uma certa luz, embora indireta e sujeita a caução, sobre a pessoa dos Reis Magos que foram adorar o Menino Jesus na Gruta de Belém. A informação foi veiculada por muitos órgãos de imprensa e páginas da Internet.
O documento é conhecido como “A Revelação dos Magos”. Provavelmente seja algum “apócrifo”, nome dado aos livros não incluídos pela Igreja Católica na Bíblia. Portanto, não são “canônicos”, apesar de poderem ser de algum autor sagrado.
“Canônico” deriva de “Cânon”, que é o catálogo de Livros Sagrados admitidos pela Igreja Católica e que constituem a Bíblia. Este catálogo está definitivamente encerrado e não sofrerá mais modificação.
Há uma série de argumentos profundos que justificam esta sábia decisão da Igreja.
Entretanto, uma extrema ponderação em apurar a verdade faz com que a Igreja não recuse em bloco esses “apócrifos” e reconheça que pode haver neles elementos históricos ou outros que ajudem à Fé.
Por isso mesmo, o Vaticano conserva a maior coleção mundial desses “apócrifos”, e os põe à disposição dos críticos de todas as religiões que queiram estudá-los.
A Igreja não tem medo de que possa sair qualquer coisa que desdoure a integridade e a santidade da Bíblia. Antes bem, deseja ardentemente encontrar qualquer dado que possa ajudar a melhor compreendê-la.
O apócrifo “A Revelação dos Magos” aparenta ser um relato de primeira mão da viagem dos Reis do Oriente para homenagear o Filho de Deus.


Só recentemente foi traduzido do siríaco antigo. O mérito é do Dr. Brent Landau, professor de Estudos Religiosos da Universidade de Oklahoma, EUA, que dedicou dois anos para decifrar o frágil manuscrito.
Trata-se de uma cópia feita no século VIII a partir de algum original perdido que, por sua vez, fora transcrito meio milênio antes. Portanto, a fonte original desse apócrifo dos Reis Magos remonta a menos de um século depois do Evangelho de São Mateus.
O documento levanta questões em extremo interessantes: quem foram ao certo, os Reis Magos? Foram três? Quais eram seus nomes? De onde vieram? Por quê?
Vejamos primeiro o que nos diz a única fonte digna de fé religiosa, o Evangelho de São Marcos:

“1. Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém.
“2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo.
“3. A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele.
“4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.
“5. Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta:
“6. E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo(Miq 5,2).
“7. Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido.
“8. E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo.
“9. Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.
“10. A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria.
“11. Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.
“12. Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.” (São Mateus, cap. 2, 1ss)
A narração de São Mateus contém tudo o que é necessário para a Fé. Mas com o beneplácito e a aprovação da Igreja a piedade popular acrescentou muitos outros pormenores, que foram transmitidos por tradição oral e que são aceitos hoje sem contestação.

O que diz a Tradição sobre seu número, condição, proveniência e destino? 


É aqui que entra o papel do grande São Beda, o Venerável (673-735), Doutor da Igreja e monge beneditino nas abadias de São Pedro e São Paulo em Wearmouth, e na de Jarrow, na Nortumbria.
São Beda é uma das máximas autoridades dos primeiros tempos da Idade Média pelo fato de ter recolhido relatos transmitidos oralmente pelos Apóstolos aos seus sucessores, e destes aos seguintes.
São Beda é também considerado como fonte de primeira mão da história inglesa, sendo muito respeitado como historiador. Sua História Eclesiástica do Povo Inglês (Historia Ecclesiastica Gentis Anglorum) lhe rendeu o título de Pai da História Inglesa
No tratado “Excerpta et Colletanea”, o Doutor da Igreja assim recolhe as tradições que chegaram até ele:

“Melquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”.
É, pois, São Beda quem por primeira vez escreveu o nome dos três. Nomes com significados precisos que nos ajudam a compreender suas personalidades. Gaspar significa “aquele que vai inspecionar”; Melquior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltasar se traduz por “Deus manifesta o Rei”.
Para São Beda – como para os demais Doutores da Igreja que falaram deles – os três representavam as três raças humanas existentes, em idades diferentes. Neste sentido, eles representavam os reis de todo o mundo.
Também seus presentes têm um significado simbólico. Melquior deu ao Menino Jesus ouro, o que na Antiguidade queria dizer reconhecimento da realeza, pois era presente reservado aos reis.
Gaspar ofereceu-Lhe incenso (ou olíbano), em reconhecimento da divindade. Este presente era reservado aos sacerdotes.
Por fim, Baltasar fez um tributo de mirra, em reconhecimento da humanidade. Mas como a mirra é símbolo de sofrimento, vêem-se nela preanunciadas as dores da Paixão redentora. A mirra era presente para um profeta. Era usada para embalsamar corpos e representava simbolicamente a imortalidade.
Desta maneira, temos o Menino Jesus reconhecido como Rei, Deus e Profeta pelas figuras que encarnavam toda a humanidade.
Em coerência com essa visão, a exegese católica interpreta a chegada dos Reis Magos como o cumprimento da profecia de David: “Os reis de Társis e das ilhas lhe trarão presentes, os reis da Arábia e de Sabá oferecer-lhe-ão seus dons. 11. Todos os reis hão de adorá-lo, hão de servi-lo todas as nações”. (Sl. 71, 10-11)
Alguns especularam que talvez pelo menos um deles veio da terra de Shir (não identificada nos mapas modernos), na antiga China.

O que foi depois dos Reis Magos?

De acordo com uma tradição acolhida por São João Crisóstomo, Padre da Igreja, os três Reis Magos foram posteriormente batizados pelo Apóstolo São Tomé e trabalharam muito pela expansão da Fé (Patrologia Grega, LVI, 644).
A fama de santidade dos Reis Magos chega até os nossos dias.
Seus restos são venerados na nave central da Catedral de Colônia, em magnífica urna de ouro e de pedras preciosas que extasia os visitantes.
As relíquias deles foram descobertas na Pérsia pela imperatriz Santa Helena e levadas à capital imperial Constantinopla. Depois foram transferidas a outra capital imperial – Milão –, até que foram guardadas definitivamente na Catedral de Colônia em 1163 (Acta SS., I, 323).

Por que eram "Magos"? 

Há grande dificuldade em identificar com plena exatidão geográfica os países de procedência dos Reis Magos, além dos dados da Escritura e de São Beda.
Sem dúvida, seu caráter de “magos”, reconhecido pelo Evangelho de São Mateus, aponta para a área da civilização caldeia (cujo epicentro foi no atual Iraque, mas incluiu diversos países vizinhos, entre eles o Irã).
O nome “mago” provinha do fato de os sacerdotes dessa área serem muito voltados para a consideração dos astros. A eles devemos o início da ciência astronômica.
Com a decadência moral, os “magos” caldeus viraram uma espécie de bruxos, divulgadores de toda espécie de superstições.
Os Três Reis Magos teriam sido os últimos sacerdotes honrados daquele mundo pagão que aspiravam sinceramente conhecer o Salvador.
Neste caso, foram exemplos arquetípicos do pagão de boa-fé que deseja conhecer a verdadeira religião, e que assim que a encontra adere a ela sem demoras nem restrições. 

Foram "Reis"? 

Discute-se também em que sentido podem ser chamados de “Reis”, pois não se lhes conhece a procedência e menos ainda a localização do reinado.
Porém, na Antiguidade, muitas vezes os patriarcas, ou chefes de grandes clãs, ou grupos étnico-culturais, governavam com poderes próprios de um rei, sem terem esse título ou equivalente. E seu reinado se concentrava sobre sua hoste, por vezes nômade.
São João Damasceno não recusava que eles fossem descendentes de Set, terceiro filho de Adão. E este pormenor nos leva de volta ao “apócrifo” do Vaticano.

A estrela que os guiou 

O referido manuscrito estava na Biblioteca Vaticana havia pelo menos 250 anos, mas não se sabe mais nada de sua proveniência. 
Está escrito em siríaco, língua falada pelos primeiros cristãos da Síria e ainda hoje, bem como do Iraque e do Irã.
O Prof. Landau acredita que no “apócrifo” entra muita imaginação. Mas, há uma muito longa descrição das supostas práticas, culto e rituais dos Reis Magos.
Feitos, pois, os devidos descontos no apócrifo, lemos nele que Set, terceiro filho de Adão, transmitia uma profecia, talvez ouvida de seu pai, de que uma estrela apareceria para sinalizar o nascimento de Deus encarnado num homem.

Prêmio a uma fidelidade de séculos 

Gerações de Magos teriam aguardado durante milênios até a estrela aparecer.
Mistérios da fidelidade! Milênios aguardando, gerações morrendo na esperança e transmitindo aos filhos o anúncio de um dia remoto em que mundo receberia o Salvador!
Segundo o Prof. Landau, o “apócrifo” diz que a estrela no fim “transformou-se num pequeno ser luminoso de forma humana que foi Cristo, na gruta de Belém”.
A afirmação não é procedente se a interpretarmos ao pé da letra. Mas, levando em conta o estilo altamente poético do Oriente, poderíamos supor que o brilho da estrela de Belém convergiu no Menino Jesus e desapareceu.
E, de fato, depois de encontrar o Menino Deus, os Magos não mais viram a estrela. Alertados por um anjo, voltaram por um outro caminho às suas terras, como ensina o Evangelho de São Mateus, que não mais menciona a estrela no retorno.

Diácono Valney