terça-feira, 9 de setembro de 2014

A distribuição da Sagrada Comunhão.


    “Somente em caso de verdadeira necessidade se deverá recorrer à ajuda dos ministros extroardinários na celebração da liturgia. De fato, isto não está previsto para assegurar a participação mais plena dos leigos, mas é por sua natureza supletivo e provisório.”
    O ministro ordinário da Comunhão Eucarística, pela unção do Sacramento da Ordem, é o sacerdote e o diácono (Cânon 910). Por isso, ordinariamente somente eles podem ministrar a Corpo de Nosso Senhor.
    Havendo real necessidade, o ministro extraordinário pode distribuir a Comunhão Eucarística. Os ministros extraordinários são prioritariamente os acólitos instituídos (cânon 910). Não havendo acólitos instituídos disponíveis para isso, outros fiéis (religiosos ou leigos) podem atuar ministrando a Comunhão Eucarística, como aponta a Instrução Redemptionis Sacramentum (n. 155) Tais situações são, de fato, extraordinárias, como o próprio nome do ministério já o indica.
    Portanto, é um equívoco afirmar que o Ministério Extraordinário da Comunhão Eucarística existe para promover o serviço do leigo, pois esta função não é, ordinariamente, uma atribuição do leigo, e em uma situação em que houvesse um número maior de ministros ordinários o ministério extraordinário não haveria razões para existir.
    Quais seriam estas razões que indicariam esta “verdadeira necessidade” para o uso dos ministros extraordinários da Comunhão Eucarística? A própria Instrução responde: “O ministro extraordinário da sagrada Comunhão poderá administrar a Comunhão somente na ausência do sacerdote ou diácono, quando o sacerdote está impedido por enfermidade, idade avançada, ou por outra verdadeira causa, ou quando é tão grande o número dos fiéis que se reúnem à Comunhão, que a celebração da Missa se prolongaria demasiado. Por isso, deve-se entender que uma breve prolongação seria uma causa absolutamente suportável, de acordo com a cultura e os costumes próprios do lugar.” (n. 158) E ainda: “Reprove-se o costume daqueles sacerdotes que, apesar de estarem presentes na celebração, abstém-se de distribuir a Comunhão, delegando esta tarefa a leigos.” (n. 157). De Salvem a Liturgia.


    Diácono Valney

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Tem início o processo de beatificação de D. Luciano Mendes de Almeida.

Da Radio Vaticano

Dom LucianoO processo para reconhecer como beato o ex-Arcebispo de Mariana (MG), Dom Luciano Mendes de Almeida, teve início nesta quarta-feira, 27, durante missa solene na Catedral Metropolitana de Mariana. A data recorda o falecimento de Dom Luciano, em decorrência de falência múltipla de órgãos, em 2006. A celebração, que foi presidida pelo Arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, marca o começo da fase arquidiocesana do processo, com a sessão de instalação do tribunal eclesiástico que dará início ao procedimento de beatificação, autorizado pela Congregação para a Causa dos Santos em 13 de maio.
“Por parte da Santa Sé, não há nada que impeça, para que se inicie a Causa de Beatificação e Canonização de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida”, informou a Congregação. Mons. Roberto Natali, vigário judicial, postulador da causa de Dom Luciano, adianta que se trata do início do processo. “Ainda estamos na fase de preparação para a abertura do processo na diocese”, declarou.
Segundo Mons. Natali, “essa primeira fase ocorre na Arquidiocese de Mariana, onde Dom Luciano atuou por 18 anos. A segunda fase, que é decisiva, será em Roma”. Para que o bispo seja beatificado será necessário comprovar, por meio de documentos e depoimentos, que ele levou uma vida virtuosa, por meio da prática cristã como a fé, esperança, amor, prudência, fortaleza, temperança, humildade, pobreza, obediência e castidade. Não há prazo determinado para a conclusão da primeira fase, mas a previsão é que deve demorar.
“Não acredito que o fato dele ser jesuíta, como o Papa Francisco, possa agilizar o processo de beatificação de Dom Luciano que, graças a Deus, está começando agora. Já é um grande passo colocar a vida de Dom Luciano em foco”, afirma o postulador. Caso a documentação seja aprovada em Roma, com um decreto do Papa Francisco, Dom Luciano passa a ser venerável. A partir deste título, se um milagre alcançado por sua intercessão foi provado, o religioso será reconhecido beato. A comprovação de um segundo milagre pode o tornar santo.
Para Mons. Natali, o maior desafio será reunir os casos das pessoas mais humildes, entre eles mendigos e doentes, de quem Dom Luciano costumava cuidar pessoalmente nos hospitais. “Depois de um dia inteiro de trabalho nos afazeres como bispo, ele saía em silêncio e ia a pé socorrer drogados e doentes nos hospitais. São registros que só podem ser encontrados no livro da vida, direto com Deus”, disse o vigário judicial.
Dom Luciano
Nascido no Rio de Janeiro em 5 de outubro de 1930, Dom Luciano tornou-se jesuíta ainda jovem, trabalhando na Companhia de Jesus, dos 17 aos 45 anos de idade, onde obteve destaque no trabalho com detentos nas cadeias em Roma. Foi bispo auxiliar de Dom Paulo Evaristo Arns, em São Paulo, antes de ser nomeado arcebispo de Mariana, em 1988, onde permaneceu até 2006, quando faleceu aos 75 anos. Dom Luciano foi também Secretário geral (de 1979 a 1986) e Presidente por dois mandatos consecutivos (1987 a 1994) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em nota publicada por ocasião de sua morte, a Presidência da CNBB destacou entre as marcas que o religioso deixou na instituição o dinamismo, a inteligência privilegiada, a dedicação incansável e o testemunho de amor à Igreja.
Comenda Dom Luciano
Após a Sessão de Abertura do Processo de Canonização, a Faculdade Arquidiocesana de Mariana promoveu a entrega da Comenda Dom Luciano Mendes de Almeida do Mérito Educacional e de Responsabilidade Social, no Centro Cultural Arquidiocesano. Criada em 2008, a comenda é entregue a personalidades e organizações que, por suas ações afirmativas, cumprem importante papel na área da responsabilidade social. Nesta edição, entre os agraciados está o Bispo de Xingu (PA), Dom Erwin Krätler, reconhecido por sua luta em favor de causas sociais e ambientais na Amazônia.
Diácono Valney