sexta-feira, 27 de julho de 2012

China: Sete sacerdotes são expulsos de suas paróquias


Harbin, 27 jul (SIR) - O governo da China puniu sete sacerdotes da província de Heilongjiang que se opuseram à nomeação ilegítima de um bispo, na cidade Harbin.

Os clérigos, segundo informaram fontes locais à UCA News, foram expulsos de suas paróquias por três meses para que se "arrependam de seus erros". A Igreja teme que a repressão da comunidade católica clandestina, fiel ao Santo Padre, aumente devido à imposição da autoridade do pretendido prelado. As autoridades governamentais que pretendem controlar a Igreja Católica através da chamada associação patriótica, haviam alertado os sacerdotes que se opuseram à ordenação do Padre Joseph Yue Fusheng como bispo em Harbin enfrentariam duras consequências.
A ordenação, feita sem autorização do Santo Padre, se realizou em 6 de julho passado, em meio a um clima generalizado de desaprovação. O suposto bispo ficou automaticamente excomungado, como advertiu a Santa Sé. Seguindo a estratégia governamental para confundir aos fiéis católicos, a associação patriótica mente sobre o cargo de bispo do sacerdote excomungado e este continua celebrando Missa no templo Sagrado Coração de Jesus, que leva agora o pretendido título de "catedral".
É de se notar que a assistência dos fiéis a esse lugar tem diminuído notavelmente e vários sacerdotes evitam concelebrar com ele. Alguns presbíteros deixaram a associação patriótica e exercem seu ministério na Igreja de forma clandestina. Os sete sacerdotes que desobedeceram às autoridades não poderão regressar às suas comunidades paroquiais a menos que escrevam uma "carta de arrependimento" ao bispo ilegítimo e concelebrem uma Missa com ele.
Essas ações deverão ser realizadas antes de três meses ou enfrentarão uma expulsão definitiva da diocese. Alguns encontram-se hospedados em casa de paroquianos, enquanto outros regressaram às suas terras natais.

Diácono Valney

terça-feira, 24 de julho de 2012

Comissão para a Vida e Família lança 2ª edição do subsídio “Hora da Vida”


Com objetivo de colaborar na preparação e na realização da Semana Nacional da Vida e no Dia do Nascituro, a Comissão para a Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a segunda edição do subsídio “Hora da Família”. A publicação continua sendo solicitado por todo o Brasil, e já foram adquiridos mais de 200.000 exemplares em todo o território brasileiro.
Tendo sido elaborado pela primeira vez no ano passado, o subsídio “Hora da Família”, traz o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos” dividido em sete encontros e uma celebração da vida. Os encontros vão desde a acolhida da vida, passando por uma conscientização de comportamentos de risco que ameaçam a vida, até chegar ao cuidado com as pessoas na fase final da vida.
Os encontros são: ‘1º-Qual o meu papel?’; ‘2º-Acolhida à vida nascente’; ‘3º-Transmissão da vida: qual a missão do casal?’; ‘4º-Hábitos e comportamentos de risco’; ‘5º-Saúde e equilíbrio do homem’; ‘6º-Dignidade e qualidade de vida’; e, por fim, ‘7º-O sentido do entardecer da vida’.
Dentro de cada um dos encontros supracitados, inúmeros assuntos serão abordados, todos relecionados à defesa da vida. É possível citar, por exemplo, os sub-itens ‘responsabilidade consigo mesmo, com a família e com a sociedade’, ‘compromisso com a vida’, ‘aborto, gravidez de risco, eugenia’, ‘sexualidade e afetividade’, ‘pais como participantes da paternidade de Deus’, ‘drogas lícitas e ilícitas’, ‘promiscuidade’, ‘consumismo’, ‘eutanásia’, dentre outros.
De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família, padre Rafael Fornasier, o subsídio propõe os sete roteiros de encontros apenas como sugestões. “Pode-se adaptar o material a cada realidade, bem como acrescentar outros temas afins”, explica.
Vários bispos colaboraram na elaboração do subsídio. Dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão E. P. para Vida e Família escreve uma mensagem sugerindo a criação de Comissões de Respeito, Promoção e Defesa da Vida nas dioceses e, quando possível, nas paróquias. A apresentação da publicação foi feita pelo bispo auxiliar do Rio e membro da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família, dom Antônio Augusto. O arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira foi o autor da introdução.
Sob a coordenação do padre Rafael Fornasier, vários organismos também colaboraram na produção do “Hora da Vida”. Colaboraram: a Pastoral Familiar do Regional Norte 2 da CNBB; o Centro de Bioética da Amazônia (CBAm); a Comissão de Defesa da Vida da Arquidiocese de Belém; a Comunidade de Nazaré (BA).
Assim como o subsídio “Hora da Família”, o “Hora da Vida” pode ser adquirido junto aos casais coordenadores da Pastoral Familiar de todo o Brasil, ou diretamente na SECREN (Secretariado Nacional da Pastoral Familiar) pelo telefone: (61) 34432900; por e-mail: secren@cnpf.org.br
Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro
Com o tema “Vida, Ecologia Humana e Meio Ambiente”, a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Vida, nos dias 1 a 7 de outubro, culminando com o Dia do Nascituro, no dia 8. Neste período, as dioceses são convidadas a desenvolver atividades em torno do tema, focando sempre o direito a vida e a preservação da dignidade humana.
A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O Dia do Nascituro é um dia em homenagem ao novo ser humano, à criança que ainda vive dentro da barriga da mãe. A data celebra o direito à proteção de sua vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. O objetivo é suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos.

fonte CNBB

Diácono Valney

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Importante a todos os Brasileiros.


NOTA DO MOVIMENTO NACIONAL DA CIDADANIA PELA VIDA
 (BRASIL SEM ABORTO)
Assunto: Reforma do Código Penal Brasileiro propõe ampliação para a prática do aborto e flexibilização da eutanásia
A necessária revisão do Código Penal Brasileiro tem feito um percurso que muito nos preocupa. Constituiu-se uma Comissão de Juristas que elaborou proposta sem ouvir efetivamente a sociedade, tendo realizado algumas audiências públicas em que não se abriu espaço ao contraditório em temas polêmicos, como aborto,  eutanásia, uso de drogas e muitos outros. A Comissão também desconsiderou totalmente projetos de lei em tramitação, já aprovados no Senado, como o referente à ortotanásia.
Agora a proposta de revisão do Código Penal Brasileiro iniciou sua tramitação no Senado Federal na forma de Projeto de Lei (PLS Nº 236/2012) tendo como autor o Senador José Sarney, Presidente do Congresso Nacional. Surpreende o fato do Presidente do Senado Federal, ainda que dentro de suas prerrogativas constitucionais e regimentais, apressar-se em transformar o polêmico ante-projeto em projeto de lei às vésperas do início do recesso parlamentar. Surpreende também que essa apresentação contrarie informação anteriormente divulgada, de que o ante-projeto seria analisado por uma sub-comissão da CCJ, presidida pelo senador Eunício Oliveira, antes de se transformar em projeto de lei.

Não poderia haver pressa na tramitação de uma proposta de reforma do Código Penal que traz em seu bojo proposições polêmicas como a ampliação de permissivos para a prática do aborto até a 12ª semana de gestação em algumas circunstâncias, além de certa flexibilização para legalização da eutanásia, a liberação de drogas, flexibilização do infanticídio e da prostituição, dentre outros.

Não interessa à sociedade brasileira que essa matéria seja deliberada a “toque de caixa†, sem o devido aprofundamento de todas as questões que dizem respeito a valores fundamentais como o direito à vida da criança por nascer. Não é democrático que somente uma parte minoritária da sociedade civil organizada busque influenciar em mudanças importantes em um documento legal da importância do Código Penal Brasileiro. É no mínimo curioso que o próprio portal de notícias do Senado Federal ao abordar essa matéria, após a entrega do anteprojeto ao Senado, tenha apresentado apenas uma visão sobre as propostas de descriminalização do aborto, esquecendo que existem inúmeras organizações da sociedade civil e religiosa, que tem também o direito de se manifestar sobre este e outros temas que dizem respeito ao direito inviolável à vida: o primeiro e o mais fundamental de todos os direitos humanos.

O Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto) manifesta-se, nessa oportunidade, extremamente preocupado com uma possível tramitação célere dessa matéria com o objetivo de não permitir o amplo debate e a participação da população na mudança de dispositivos fundamentais que hoje garantem na legislação penal o direito à vida.

O Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto) entende que há dispositivos dessa lei penal que realmente precisam ser atualizados. Não entende, porém, que se modifique o Capítulo dos Crimes Contra a Vida sem uma ampla participação da sociedade brasileira através da representação de instituições e movimentos legítimos na democracia brasileira.

Sim à Reforma do Código Penal Brasileiro, mas não à relativização do direito à vida, constitucionalmente garantido no artº 5º da Carta Magna do Brasil.

Sim aos direitos do nascituro. Não às proposições de mudança no Capítulo dos Crimes Contra a Vida do atual Código Penal Brasileiro.

Lenise Garcia
Presidente

Jaime Ferreira Lopes
Vice-Presidente Nacional Executivo

Damares Alves
Secretária Geral

Diácono Valney


domingo, 22 de julho de 2012

Governos Contra-Atacam Comitê da CEDAW

NOVA IORQUE, 20 de julho (C-FAM) Países estão contra-atacando os questionamentos do Comitê da CEDAW sobre aborto e mortalidade materna enquanto os delegados se queixam de informações inexatas em que o Comitê se apoia e a rigidez ideológica de seus especialistas. Os especialistas do Comitê insistem em que o aborto diminui a mortalidade materna, apesar de evidências divergentes, a fim de pressionar os países a mudar suas leis de aborto.

O aniversário de 30 anos da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (conhecida pela sigla em inglês CEDAW) iniciou a 53ª sessão do Comitê em Nova Iorque na semana passada. O Comitê está examinando relatórios da Indonésia, Guiana, México e alguns outros países.
A Aliança de Defesa à Família (ADF) junto com outras organizações pró-vida apresentaram um extenso relatório ao Comitê da CEDAW focando nas falsas correlações entre leis liberalizadas de aborto e mortalidade materna. Esse relatório estava em desvantagem numérica diante dos muitos relatórios apresentados pelos promotores do aborto.
A Guiana, a Indonésia e o México detalharam iniciativas para reduzir a mortalidade materna. Durante a sessão inteira, especialistas da CEDAW se apoiaram em argumentos apresentados por defensores do aborto, em vez de dados nos relatórios da ADF ou dos países.
Zohra Rasekh, um dos renomados especialistas de saúde no comitê, questionou Jennifer Webster, ministra da previdência e assistência social da Guiana, sobre reduzir a mortalidade materna. Rasekh era no passado uma analista da organização de controle populacional Population Action International, cujas metas incluem promover o acesso à contracepção para todas as mulheres. Ela declarou que o elevado índice de mortalidade materna na Guiana tem ligação com abortos inseguros, e abortos seguros não estão disponíveis no país.
A senhorita Webster respondeu que não há dados que mostrem que a mortalidade materna tem relação com as leis de aborto. Além disso, os hospitais públicos da Guiana são obrigados a fornecer abortos, e o sistema de saúde pública é completamente grátis. O Comitê pareceu espantado com o desafio.
O episódio foi parar no jornal Guyana Times, cuja reportagem disse que a delegação se queixou do fato de que os especialistas mostram dependência para com “fontes alternativas” para seus dados, principalmente quando dados acurados estavam disponíveis em seu relatório. Os delegados da Guiana planejam apresentar uma queixa oficial por causa do questionamento do Comitê da CEDAW.
Rasekh questionou o delegado indonésio sobre aborto e mortalidade maternal de novo se apoiando em dados inexatos. O relatório da Anistia Internacional sobre a Indonésia incluía dados paralelos, afirmando que os abortos inseguros são responsáveis por 5 a 11% de todas as mortes maternas no país, e que legalizar o aborto seria um “passo positivo para combater a mortalidade materna”.
Depois que o delegado ignorou as questões de aborto, Rasekh perguntou de novo se a Indonésia tinha alguma intenção de mudar suas leis de aborto, especificamente para permitir abortos no caso de incesto e para mulheres com menos de 6 semanas de gravidez. O delegado defendeu as leis de seu país em que o aborto só é permitido quando uma gravidez ameaça a vida da mãe ou no caso de estupro.
Muito embora o Comitê da CEDAW e ONGs insistam em que o índice de mortalidade materna tem ligação com o aborto, não existe nenhuma evidência para apoiar tal alegação. O relatório da ADF declarava que dados, inclusive um recente estudo do Chile, que mostravam que a legalização do aborto não contribui para os índices de mortalidade materna. Em vez disso, aumentos na qualidade de assistência de saúde, e melhores condições médicas são a chave para diminuir a mortalidade materna.

Tradução: Julio Severo

Diácono Valney.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A SOCIEDADE BRASILEIRA?


Mensagem de Dom João Carlos Petrini, Presidente da comissão episcopal pastoral para Vida e Família da CNBB


BRASILIA, quarta-feira, 18 de julho de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir mensagem enviada por Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB e Vice-Presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família – seção brasileira, sobre a situação da defesa da vida no território brasileiro.
***
“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.”(Jo 10,10)
Prezados irmãos e irmãs,
Durante a última Assembleia Geral da CNBB, ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) relativa à legitimidade do aborto de crianças portadoras de anencefalia, foi decidido que a Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família (CEPVF) iria elaborar, com a participação do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (CONSEP), uma proposta para responder aos desafios que estavam evidenciando-se naquela circunstância. Na realidade, no cenário da sociedade e da cultura atuais, apresentam-se diversas formas de desrespeito e agressão à vida humana, que clamam ao céu (cf. EV 9; Gn 4, 9-10; Mt 23, 35) e que exigem dos pastores e fiéis das comunidades católicas uma resposta orgânica, sistemática e propositiva.
De fato, não é suficiente apenas evitar a aprovação de leis contrárias à vida e repetir normas que proíbem ações contrárias. Mesmo sem essas leis, a vida humana é quotidianamente ferida. Por outro lado, nossa tarefa de cristãos é valorizar o respeito, a promoção e a defesa da vida, quer com uma legislação favorável, quer contrária. Somos chamados a despertar sentimentos e atitudes de atração, de fascínio, de amor que acolhe e valoriza a vida, pela sua beleza, porque é o maior dom que recebemos do Criador. 
Recordemos algumas situações:
a- O STF liberou o aborto de crianças portadoras de anencefalia.
b- Está em discussão o Projeto de Reforma do Código Penal que inclui entre suas normas a legalização do aborto, da eutanásia, da profissão de prostituto/a, entre outras.
c- O Ministério da Saúde está elaborando um modo de “diminuir os danos” à saúde da mulher, provocados por abortos clandestinos, legitimando e amparando, de fato, a realização do aborto, mesmo que a lei o considere crime (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1100945-governo-estuda-adotar-medidas-de-reducao-de-danos-para-aborto-ilegal.shtml).
d- A fecundação artificial (dita assistida) dá origem a uma nova vida em situação indigna de um ser humano. De fato, o novo ser não nasce de uma relação de amor, mas em laboratório. No entanto, cada ser humano tem o direito de nascer de um ato de amor entre um homem e uma mulher. Além disso, para cada gravidez encomendada, são produzidos diversos embriões (de 5 a 8), sendo aproveitados os mais bem sucedidos e destruindo os outros.
e- Centenas de adolescentes e de jovens, toda semana, perdem a vida por causa das guerras que se travam ao redor das drogas.
f- São alarmantes as situações de violência que afetam crianças, idosos, mulheres e agora também homens, em ambientes domésticos.
A lista poderia estender-se ainda muito mais.
O que está acontecendo com a nossa sociedade?
Muitos pensavam (alguns ainda pensam) que a sociedade moderna não precisa de religião, que as novas gerações poderiam realizar-se e conseguir sucesso e bem estar mais agilmente, ignorando a luz de Cristo e a sabedoria do evangelho, ignorando também o ideal da vida fraterna e da caridade que respeita e acolhe o outro. Foi desvalorizado o entendimento segundo o qual a vida encontra realização e felicidade fazendo o dom sincero de si para o bem e a felicidade de outros, até com o sacrifício próprio (na família, na vida consagrada, na profissão, na política) (cf. Jo 10, 25; 15, 13; Lc 17, 33). Prevalece, agora, o privilégio dado ao próprio bem estar, mesmo com sacrifício dos outros (o aborto de um filho com anencefalia vai nesta direção).  A vida humana é avaliada pela sua utilidade, sendo descartada quando exige dedicação de tempo e de dinheiro, considerada mais uma mercadoria do que algo sagrado. A postura que a Igreja muitas vezes usou de proibir certas práticas ou condenar certas atitudes não tem o efeito esperado. Pelo contrário, parece que suscita irritação e distanciamento.  É necessário empreender uma grande educação popular, no horizonte da nova evangelização (cf. DGAE 2011-2015, p. 9), de modo que cada leigo engajado possa discernir as propostas e as situações que contradizem o Evangelho e o verdadeiro bem do ser humano, e seja capaz de dar as razões (cf. 1P 13, 15) pelas quais rejeita certas opções e se decide por outras.
A CEPVF, em comum acordo com o CONSEP, propõe a criação de Comissões de Respeito Promoção e Defesa da Vida em cada diocese, e, sempre que possível, em cada paróquia, organizadas pela Igreja, com a finalidade de:
a- Compreender as formas de agressão e desrespeito à vida que acontecem no território nacional, da diocese ou da paróquia.
b- Dar visibilidade a esses problemas na imprensa local, nas rádios comunitárias, ou através da elaboração de uma específica publicação.
c- Procurar evidenciar as razões para defender e promover a vida que possam ser aceitas inclusive por parte de quem se declara sem religião, na base da razão natural que compreende a dignidade da vida e reconhece os direitos universais.
d- Oferecer às próprias comunidades uma formação enraizada na Palavra de Deus e na Doutrina Social da Igreja, de maneira que cada um se torne um militante da defesa e da promoção da vida (cf. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil - DGAE - 2011-2015, n. 67).
e- Promover debates públicos, bem como nos meios de comunicação que são acessíveis, para criar mentalidade.
f- Estabelecer parcerias com Escolas públicas e privadas, através da elaboração de textos, vídeos e outros meios didáticos que visem à formação das crianças e dos adolescentes. Promover concursos de desenho, redação e outros, tendo como tema a defesa e a promoção da vida, especialmente por ocasião da Semana Nacional da Vida.
g- Suscitar debates nas câmaras municipais, nas Assembleias Legislativas, com a finalidade de sensibilizar um segmento da população mais difícil de ser atingido e que em geral influencia muitas pessoas.
Na medida em que nas maiores cidades de um Estado estão constituídas Comissões de Respeito, Promoção e Defesa da Vida, será fácil constituir uma comissão de nível estadual, com a participação de representantes de outras religiões, professores universitários, políticos etc.
Trata-se de defender a vida humana não somente contra as tentativas de ampliar a legitimidade de abortar, mas de promover a vida humana em todas as situações nas quais é ofendida e é ferida a sua dignidade inviolável (cf. DGAE 2011-15, n. 66 e 69). Basta lembrar as situações de trabalho escravo, de miséria extrema e fome, de abandono de crianças ou de idosos, de tráfico de pessoas, abuso de menores etc.
A CEPVF elaborou algumas sugestões práticas para a constituição das Comissões nas Dioceses e nas Paróquias. Essas sugestões são publicadas no subsídio “Hora da Vida”, nas páginas finais. Pedimos aos bispos, padres e leigos que tomem a frente desse movimento de evangelização e de educação popular que visa defender e promover a vida, sempre que é desrespeitada e oprimida, de modo a motivar lideranças qualificadas capazes de levar adiante com generosidade e com criatividade esta proposta. 
Existem outros subsídios já elaborados que podem auxiliar, especialmente na etapa inicial da implantação da Comissão. A CEPVF está à disposição para auxiliar e orientar em tudo o que for possível.
Dom João Carlos Petrini é Bispo de Camaçari, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Vida e Família da CNBB e Vice-Presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família – seção brasileira.

Diácono Valney

terça-feira, 10 de julho de 2012

Texto da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB


Governo Dilma falta com a palavra e promove o aborto (texto preparado e aprovado na reunião extraordinária de 23/06/2012)

No dia 16 de outubro de 2010, a então candidata a Presidente da República, Dilma Rousseff, assinou uma carta de compromisso na qual afirmava:
"Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto. Eleita Presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família”.
Em 4 de outubro de 2010, o Diário Oficial da União publicava a prorrogação, até fevereiro de 2011, do termo de cooperação Nº 137/2009, assinado alguns dias antes pelo governo Lula, criando no Ministério da Saúde um grupo de “estudo e pesquisa para despenalizar o aborto no Brasil e fortalecer o SUS”.
Se a Presidente Dilma fosse coerente com o que escreveu na carta de 16 de outubro, logo eleita, acabaria com este grupo de estudo e pesquisa. Mas não foi isto que ela fez.
Um novo termo de cooperação Nº 217/2010 foi publicado no Diário Oficial do dia 23/12/10 para criar um “grupo de estudo e pesquisa para estudar o aborto no Brasil e fortalecer o SUS”. Do nome do grupo foi retirado o termo “despenalizar”, mas os demais nomes e detalhes são os mesmos. Este novo termo de cooperação foi prorrogado através de nova publicação no Diário Oficial de 22/12/11 e novamente prorrogado com publicação no Diário Oficial de 09/01/12 para vigorar até 30/08/12.
Em fevereiro deste ano, a Presidente Dilma designou a socióloga Eleonora Menicucci para Ministra da Secretaria de Políticas das Mulheres. A nova Ministra, que também integra o grupo de estudo sobre o aborto, fez apologia do mesmo, relatou ter-se submetido pessoalmente duas vezes a esta prática e afirmou que levaria para o governo sua militância pelos “direitos sexuais e reprodutivos das mulheres” (Folha de São Paulo, 07-02-2012) expressão eufemística para abrir espaço ao direito ao aborto. Ela também declarou ter participado na Colômbia de um curso de autocapacitação para que pessoas não médicas pudessem praticar o aborto pela técnica da aspiração manual intra-uterina (Estado de São Paulo, 13-02-2012).
As decisões e os atos de uma pessoa falam mais alto do que as palavras faladas ou escritas. Com a designação de Eleonora Menicucci como Ministra das Políticas para as Mulheres, a Presidente Dilma rasgou a carta de 16 de outubro de 2010, pois entrou em contradição com o compromisso assumido naquele documento.
Os jornais Folha de São Paulo, Estado de São Paulo e Correio Braziliense noticiaram, na primeira semana de junho deste ano, que o governo Dilma, quebrando todas as promessas feitas, estaria implantando, através do Ministério da Saúde, uma nova estratégia, desenvolvida pelos promotores internacionais do aborto, para difundir esta prática, burlando a lei sem, por enquanto, modificá-la. Segundo esta estratégia, o sistema de saúde passará a acolher as mulheres que desejam fazer aborto e as orientará sobre como usar corretamente os abortivos químicos, garantindo em seguida o atendimento hospitalar, e serão criados centros de aconselhamento para isso (Folha de São Paulo, 06-06-12).
Na última semana de maio a Ministra Eleonora Menicucci afirmou à Folha de São Paulo que Somente é crime praticar o próprio aborto, mas que o governo entende que não é crime orientar uma mulher sobre como praticar o aborto (Folha de São Paulo, 06-06-12).
Ainda, segundo a imprensa, estaria sendo elaborada uma cartilha para orientar as mulheres na realização do aborto com segurança (Estado de São Paulo, 07-06-12). Estaria também sendo elaborada, por parte do Ministério da Saúde, uma nova Norma Técnica sobre os cuidados do pré-aborto, sendo que os do pós-aborto já estão garantidos por Norma Técnica anteriormente publicada (Correio Braziliense, 09-06-12).
Como coroamento de todo este trabalho de difusão da prática do aborto, mesmo deixando as leis como estão, o Correio Braziliense, do dia 9 de junho, noticia a possibilidade por parte do Ministério da Saúde de liberar para o público a venda de drogas abortivos, atualmente em uso somente nos hospitais.
De fato, esta é a política da Presidente Dilma: incentivar e difundir o aborto, favorecendo os interesses de organismos internacionais que querem impor o controle demográfico aos países em desenvolvimento, mesmo se isto leva a Presidente a desrespeitar a vontade da maioria do povo brasileiro, que é contrária ao aborto, e a infringir as mais elementares regras da democracia.
Não queremos que a Presidente Dilma faça pronunciamentos por palavras ou por escrito, queremos fatos:
  1. A demissão imediata da Ministra Eleonora Menicucci da Secretaria das Políticas para as Mulheres.
  2. A demissão imediata do Secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, que está coordenando a implantação das novas medidas a serem tomadas por esse Ministério.
  3. O rompimento imediato dos convênios do Ministério da Saúde com o grupo de estudo e pesquisa sobre o aborto no Brasil.
Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB

Diácono Valney

domingo, 1 de julho de 2012

A situação da Igreja: uma ameaça, uma chance


Recente estudo, apresentado na PUC de São Paulo, dá conta que a cada ano, no Brasil, a Igreja católica perde 1% de seus fiéis. Há gente muitíssimo preocupada com isso. É bom mesmo! Gostaria de partilhar com você, caro Visitante, alguns pensamentos sobre esta realidade.

(1) É necessário, antes de tudo, compreender que parte deste fenômeno é típico de nossa época e, neste sentido, não podemos fazer nada para detê-lo. Pela primeira vez na história humana a população mundial é preponderantemente urbana, vivendo num intenso processo de massificação, desenraizamento cultural e despersonalização e pressionada por uma gama desumanizante de informação. Os meios de comunicação, com sua incrível força de penetração, e o excesso de ideias em circulação desestabilizam os valores das pessoas e das sociedades de modo nunca antes imaginado. Esse fenômeno faz com que se perca o sentido e o valor da tradição. Não faz muito tempo, cada pessoa era situada em relação à sua família à sua comunidade. O indivíduo sabia quem era, de onde vinha, quais seus valores, qual seu universo existencial... Agora, isso acabou: cada um se sente só, numa corrida louca para ser feliz a qualquer custo, iludido, pensando que os valores dos antepassados e do seu grupo só são valores se interessarem a si próprio, individualmente: é verdade o que é verdade para mim; é bom o que realiza meus desejos e expectativas; cada um é a medida do bem e do mal. É triste, mas cada pessoa acha que tem o direito e o dever de começar do zero e "redescobrir a roda", de fabricar sua receita de felicidade, determinando de modo autônomo o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que não é. Isto é pura loucura, mas é assim! E lá vamos nós, gritando: "Eu tenho o direito de ser feliz; a vida é minha e faço como eu quero. Eu decido o que é certo e o que é errado..."
(2) No tocante à religião, o homem da sociedade consumista e hedonista do Ocidente não está à procura da verdade, mas sim do bem-estar. A sociedade ocidental já não crê que se possa atingir a Verdade e viver na Verdade. Agora há somente a verdadezinha de cada um, feita sob medida: é "verdade para mim" o que me faz sentir bem, o que resolve minhas necessidades imediatas. Religião não é mais questão de aderir à Verdade que dá sentido à existência, mas sim de entrar num grupo que resolva meus problemas afetivos, emocionais, de saúde e até materiais... Religião não é um modo de servir a Deus e nele me encontrar, mas um modo de me servir de Deus para resolver minhas coisas... Como diz o Edir Macedo, a Bíblia é uma ferramenta para se conseguir aquilo que se quer! Vivam RR Soares, Edir Macedo e companhia...
(3) A urbanização violenta e massificante faz com que as pessoas busquem refúgio em pequenos grupos que lhes proporcionem aconchego e segurança. Por isso as seitas atraem tanto: elas criam um diferencial entre mim e o mundo cão; dão-me a sensação de estar livre do monstro da desumanização, do anonimato, da nadificação...
Veja bem, meu Leitor, que contra esta realidade a Igreja não pode fazer muito. A multidão continuará presa das ideias desvairadas dos meios de comunicação; a busca do bem-estar egoístico continuará fazendo as pessoas buscarem a religião como um refúgio e um pronto socorro e, finalmente, a busca de se sentir alguém, fará as pessoas procurarem pequenos grupos nos quais se sintam acolhidas e valorizadas.

 
D. Henrique Soares.

Diácono Valney