domingo, 30 de dezembro de 2012

II Encontro com as Lideranças Católicas e Pró-Vida.


 por Gislene Ribeiro

A fraternidade Arca de Maria promove, entre os dias 11 e 13 de janeiro, a 2ª edição do Encontro com as Lideranças Católicas e Pró-Vida, que acontecerá em Luziânia.
Segundo Irmã Maria Clara, uma das organizadoras, “trata-se de uma formação para os fiéis católicos, principalmente líderes de movimento ou comunidades”, que será ministrada pelo Pe. Paulo Ricardo,  Pe. Rodrigo Maria, fundadores da Fraternidade Arca de Maria.
O encontro contará ainda com participação de Elba Ramalho, que dará o seu testemunho pro-vida, e de fundadores de várias comunidades católicas de Brasília e região.
O interessado em participar deve entrar em contato com a fraternidade, por e-mail, para preencher o formulário de inscrição. Em seguida, deve efetuar o pagamento, no valor de R$ 100,00, através de depósito em conta corrente.
Vale lembrar que a taxa de inscrição inclui hospedagem, alimentação e transporte, do aeroporto ou rodoviária de Brasília até o local do evento.
Anote: Banco do Brasil / Agência: 0324-7 / Conta Corrente: Cc: 435306-4.

Feito isso, envie o comprovante de depósito para o e-mail: casasaojose_arca@yahoo.com.br.
Finalizado o processo, aguarde, pois será encaminhada para o seu e-mail, cadastrado, a confirmação de sua inscrição.

Não perca tempo! As vagas são limitadas!

Informações:
E-mail: casasaojose_arca@yahoo.com.br
Contato: (62) 3316-5841/ 8248-9916/ 8119-8099



Diácono Valney

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Os Santos Inocentes

28 de Dezembro


Canção Nova

Os Santos InocentesA festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras. Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, "encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes - ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: 'Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar'. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito. E lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: 'Do Egito chamarei o meu filho'. Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. Então se cumpriu o que estava predito pelo profeta Jeremias: 'Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem'" (Mt 2,11-20) Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14.000; os Sírios 64.000; o martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144.000. Calcula-se hoje que terão sido cerca de vinte ao todo. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir relíquias deles.

Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos de coro, a festa dos Inocentes ficou sendo a destes. Começava nas vésperas de 27 de dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um "bispo", estes cantorzinhos apoderavam-se das estolas dos cônegos e cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios, entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao entoar-se o versículo do Magnificat: Derrubou os poderosos do trono, no fim das segundas vésperas. Depois, o "derrubado" oferecia um banquete aos colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta extravagante cerimônia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas comunidades religiosas.

A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação atual desses milhões de "pequenos inocentes": crianças vítimas do descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos neste dia por elas e pelas nossas autoridades, para que se empenhem cada vez mais no cuidado e no amor às nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus. Por estes pequeninos, sobretudo, é que nós cristãos aspiramos a um mundo mais justo e solidário.

Santos Inocentes, rogai por nós!

Diácono Valney

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Instituições promovem a vida e ajudam a salvar mulheres e crianças

por Lilian Alves.

Os sinais indicaram a chegada de um Rei que haveria de libertar e salvar toda a humanidade. O Rei tinha nascido fora dos palácios e ninguém – além de Maria, José, os magos, alguns pastores e alguns profetas – sabia quem Ele era. Temendo ser destronado, Herodes, então rei da Judeia, mandou matar o Menino.
Sem saber com segurança a idade correta do Salvador, Herodes designou a execução dos garotos com menos de dois anos de idade na cidade de Belém, onde o nascimento estava previsto. E assim “Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem”. (Jer 31,15).
Para relembrar esse acontecimento, o Papa Pio V iniciou, no século IV, a celebração dos Santos Inocentes, primeiros mártires por Jesus. Realizada sempre dentro da Oitava de Natal, no dia 28 de dezembro, a solenidade convida a Igreja a refletir sobre a situação de milhões de crianças vítimas da violência e da morte precoce em todo o mundo, entre as quais, os fetos abortados.
Ao encontro dos inocentes

A cultura pós-moderna valoriza a escolha e a liberdade como bens supremos, mas não dá importância àquilo que dá suporte a esses bens: a vida. Nesse ínterim, há um novo massacre de crianças – mais silencioso e sombrio – desencadeado ainda antes do nascimento. É o que afirma Tânia Regina, fundadora da Comunidade Católica Santos Inocentes.
Em 2002, Tânia recebeu um chamado para fundar a comunidade e trabalhar com mulheres e respectivos familiares que têm o desejo de abortar os filhos por diversas razões, como financeiras, psicológicas e, até mesmo, por vaidade. “Deus nos mostrou que devíamos ser a mão amiga das mulheres grávidas, evangelizando-as para não abortarem”, conta Tânia.
Com sede na cidade de Samambaia, a 35 km de Brasília, o grupo é formado por missionários e recebe 39 crianças diariamente, em regime de creche, dando a elas e às famílias atendimento humano e espiritual.
A Comunidade Santos Inocentes chega até essas mulheres por meio de ligações e distribuição de folhetos nos mais variados locais de missão: ruas, feiras, eventos católicos. Quando uma mulher é encontrada no limiar da escolha entre a continuidade ou não da gravidez, os missionários da comunidade dão início à Operação Resgate, que procura conscientizar sobre as consequências do aborto, o valor da vida humana e o amor de Deus. Se a mulher decide por continuar a gravidez, os missionários providenciam, por meio de doações, o enxoval completo do bebê.
De acordo com Tânia, as mulheres atendidas, em geral, têm mais de 22 anos de idade, baixa escolaridade, são casadas ou possuem uma relação estável e, muitas vezes, são pressionadas pelo companheiro a praticarem o aborto. O acompanhamento é árduo e depende da abertura da gestante, mas os resultados são positivos. “Em mais de 90% dos casos que atendemos, a mãe escolhe pela vida da criança”, relata. Mesmo nos casos em que a mulher opta pelo aborto, a comunidade tenta prosseguir o acompanhamento.
Enxugando as lágrimas de Raquel
Criado nos Estados Unidos em 1984, o Projeto Raquel funciona como um ministério de cura para a mãe que praticou o aborto e para as pessoas próximas a ela. A rede de voluntários do projeto é composta por leigos, padres, diáconos, religiosos, psicólogos e profissionais da área médica especialmente treinados, que têm a tarefa de se unirem a estas pessoas no processo de arrependimento, luto, confissão e amizade com Cristo.
No Brasil, o Projeto Raquel chegou em 2011, a pedido de Dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. As arquidioceses de São Paulo e Salvador foram as primeiras a receberem o projeto. Neste ano foi a vez de Brasília e Rio de Janeiro.
“Por meio da fé, compaixão e perdão, esse projeto ajuda as mulheres a superarem o trauma do aborto que carregam por anos a fio”, afirma Sônia Ragonha, coordenadora nacional do Projeto Raquel. Assim como acontece na Comunidade Santos Inocentes, as mulheres são ouvidas e acompanhadas.
Feito de forma sigilosa, os atendimentos são realizados, em boa parte, a senhoras na faixa entre 45 e 60 anos de idade, casadas e com filhos. Entre os casos se destaca o de uma senhora de 72 anos, que carregou a culpa do aborto durante muito tempo, mas obteve a cura com o acompanhamento. “Além da culpa, elas trazem sentimentos de ansiedade e depressão. Também têm dificuldade de relacionamento e medo de ter outro filho. Mas com o acompanhamento psicológico e espiritual elas conseguem superar o trauma”, relata Sonia.
Contatos:
Comunidade Santos Inocentes: (61) 3359-2867 / 3652 - www.santosinocentes.org.br/
Projeto Raquel: (11) 2578-4175

Diácono Valney

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Por que O Hobbit é católico.


O filme de Peter Jackson atrai fãs por ser fiel à carga religiosa da saga de J.R.R Tolkien

LUÍS ANTÔNIO GIRON

Luís Antônio Giron Editor da seção Mente Aberta de ÉPOCA, escreve sobre os principais fatos do universo da literatura, do cinema e da TV (Foto: ÉPOCA)
Ao assistir ao filme O Hobbit – uma jornada inesperada, do diretor neozelandês Peter Jackson, senti a mesma alucinação recorrente que tive quando vi os três filmes de O senhor dos Anéis, também de Jackson, no início da década passada. O ambiente concebido pelo escritor inglês J.R.R. Tolkien e recriado em alta tecnologia digital (filmagem em 3D e 48 quadros por segundo) por Peter Jackson é o dos romances da Idade Média, com seus cavaleiros, senhores de territórios fragmentários, o amor cortês, o misticismo ardente e superstições materializadas em seres fantásticos.  
Mas voltemos à alucinação. Consigo perceber uma cruz invisível atravessando todas as sequências. A cruz não se encontra estampada nos trajes dos elfos e não está fincada no topo da Montanha Solitária, mas é como estivesse lá, sub-reptícia, uma marca d’água. É como se Tolkien houvesse subtraído o símbolo mais ostensivo do Cristianismo - talvez porque fora utilizado militarmente durante as Cruzadas - para que viessem à tona os valores que a cruz oculta e ofusca.  
Assim, o jogo de ausência e presença simbólica da religião no filme e na obra de Tolkien é tão sutil como insidioso. Não apenas Tolkien faz uma defesa dos fundamentos cristãos, como sobretudo enfatiza a beleza e a aura divina do catolicismo. Isso se dá não só porque Tolkien era um católico fervoroso que trabalhou ao abrigo da Universidade Oxford – assim como seu amigo C.S. Lewis, autor das Crônicas de Nárnia, outra manifestação cristã (Lewis era anglicano, o que não deixa de ser uma forma de catolicismo desprovida de papa) sob a forma de alegoria fantástica. Tolkien e Lewis acreditavam na literatura como um estágio necessário para a transformação espiritual da humanidade e sua elevação aos rituais mais belos... que se encontram no Vaticano, cuja origem está na ritualística pomposa do Império Romano.
Tolkien fez o seu catolicismo penetrar no romance O Hobbit (1937) e na sua sequência, a trilogia de romances Senhor dos Anéis (1954-1955). Embora ele quisesse, no fim das contas, narrar uma boa história, esperava que seus leitores evoluíssem espiritualmente com ela. Dizia que um dos objetos “subcriativos” de seu projeto era “a elucidação da verdade, e o encorajamento da boa moral neste mundo real, através do antigo artifício de exemplificá-las em personificações pouco conhecidas, que podem tender a prová-las”. A citação está no livro Encontrando Deus em O Hobbit (Thomas Nelson, 200 páginas, R$ 29,90), de tolkienólogo Jim Ware, um dos muitos lançamentos “místicos” e de autoajuda (ou autoilusão) na esteira do lançamento do filme de Peter Jackson. Jim Ware diz que garante que o leitor “vai encontrar Deus” ao ler O Hobbit. Talvez isso seja difícil. Mais fácil é encontrar os preceitos da Cúria Romana na saga.  
Aqui me permito um desvio sobre a composição das obras, que ajudará a compreender melhor o processo criativo e a crença de Tolkien. O Hobbit é um prelúdio da trilogia do Anel, e nesse sentido mantém um estreito parentesco espiritual e estrutural com a tetralogia operísticaO Anel dos Nibelungos (1876), de Richard Wagner, com seu prólogo e a saga dos deuses dominados pelo ouro do rio Reno (Wagner foi acusado por Nietzsche de se render ao catolicismo bávaro ao fim da vida).
No ensaio Explorando o universo do Hobbit(Lafonte, 258 páginas, R$ 29,90), o medievalista (como Tolkien) Corey Olsen afirma que Tolkien revisou O Hobbit, pensado inicialmente como um livro infantil, com o objetivo de ampliar a história da Terra-média e inseri-lo na composição final de Senhor dos Anéis. Alterou, por exemplo, o encontro do Gollum com Bilbo Bolseiro, para que o achado do anel ganhasse mais consistência. Na versão original, Bilbo, um depositório inconsciente da ética católica, apossou-se do anel e se despediu do Gollum de maneira amistosa, não sem uma dose de culpa, já que o Gollum não havia notado o furto. Na nova versão, o Gollum percebe-o e jura odiar para sempre o hobbit. O ódio se torna um alicerce para a trama levada adiante pelo sobrinho de Bilbo, Frodo, em O Senhor dos Anéis. Curiosamente, Peter Jackson faz quase a mesma coisa: ele seguiu Tolkien para encaixar O Hobbit como prelúdio a Senhor dos Anéis. Mesmo assim, Jackson desrespeitou a organização da obra para prolongar O Hobbit em três filmes – o que tornou o primeiro longa-metragem arrastado e repleto de flash-backs irritantemente explicativos.
Hobbitt 1 (Foto: Divulgação)
A organização retroativa proposta por Tolkien fornece às aventuras dos hobbits, anões, elfos, trolls, magos e orcs um qualidade arquitetônica. Sua tetralogia como que derrete a ordem perfeita da Catedral de São Pedro no Vaticano para reencenar com suas figuras, alegorias e simbologia uma aventura de revelação em um ambiente alienígena, em uma geografia imaginária.  
No mapa de Tolkien ingressam transfigurados os princípios elementares do catolicismo. Assim como a viagem de Gandalf, Bilbo (interpretado no filme pelo ator inglês e católico Martin Freeman) e os 13 anões é uma representação da volta à Terra Prometida (os anões pertencem a um povo valoroso, porém espoliado de seus tesouros pelo dragão Smaug), abençoada por um hobbit bondoso, a história da peregrinação a Mordor e a devolução do anel pode ser lida como uma alegoria do Evangelho encoberta sob o manto da fábula. Pode-se deduzir que O Hobbit é o Velho Testamento; Senhor dos Anéis, o Novo. Todos os volumes da história da Terra-média de Tolkien (Os filhos de HúrinO Silmarilion etc.) compõem uma versão fabulosa e medievalesca da Vulgata Latina, a tradução da Bíblia para o Latim feita por São Jerônimo no século III d.C., considerada o texto oficial das Sagradas Escrituras pelo Vaticano.  
Além dessas transposições, é possível identificar quatro aspectos mais evidentes do Catolicismo no enredo de O Hobbit e Senhor dos Anéis. Em primeiro lugar, Bilbo, um hobbit aparentemente conformista, torna-se o escolhido para viver uma aventura: seguir com os anões à Montanha Solitária, atravessando terras ermas e perigosas, para enganar Smaug e restituir o tesouro e a terra aos seus donos originais. Trata-se, portanto, de uma jornada iniciática. “No final, você não será o mesmo”, avisa Gandalf. Bilbo irá conquistar o anel, ficar rico e atingir a espiritualidade. É o mesmo percurso exigido ao católico, que galga os degraus rumo à perfeição, do batismo à extrema-unção na vida profana e, na sacerdotal, do noviciado à sagração como bispo e até mesmo papa.  
Um dos pré-requisitos para Bilbo e amigos seguirem adiante é a obediência. Dessa forma, se fazem presentes a submissão e até mesmo a admiração de todos os personagens “bons” a uma hierarquia imperial, a um poder central liderado pelo Papa, o mandatário direto de Deus na Terra, segundo a Igreja Católica. Como a cruz, não há um papa explícito em O Hobbit, mas Gandalf parece ser o mais próximo de empunhar o cajado e a cruz de São Pedro. Ou Bilbo, a longo prazo.
o hobbitt (Foto: Divulgação)
As virtudes teologais, em terceiro lugar, são o motor da trama de combate ao Mal: Fé, Esperança e Caridade. Bilbo reúne-as como nenhum outro personagens. Mesmo quando tomar para si o anel, usa seu poder para reforçar a fé entre os companheiros de jornada.
Desse modo, quando o objetivo dos justos contra os ímpios está próximo a ser alcançado, contará o quarto e maior elemento católico da história de Tolkien: a Divina Providência. É ela que vem resgatar o herói nos instantes de maior perigo. Como na terra dos orcs, quando águias gigantes salvam os anões liderados por Thórin e Bilbo da morte. As águias simbolizam ali o Espírito Santo, parte da Santíssima Trindade, ao lado do Pai e do Filho. A Divina Providência retornará ao longo de O Hobbit e Senhor dos Anéis para organizar os reinos caóticos da Terra-média.

Bilbo e companheiros fazem o papel de apóstolos. São soldados de Cristo em uma Cruzada, ainda que sem cruz. Eles conduzem o leitor e o espectador às altas esferas da crença, para assim promover sua conversão por meio da catequese. No entanto, à parte a crença e persuasão doutrinária, o texto de Tolkien consiste em uma peça artística, uma narrativa de ficção, onde as leis da lógica são alteradas. E é na fantasia que o aspecto mais profundo do catolicismo de Tolkien se revela, na crença de que o reino deste mundo é maléfico. Assim, Mordor ou Ereborn, os reinos caóticos deste mundos, não valem a pena ser conquistados, pois o reino está em outro lugar, no plano espiritual e divino. Nem mesmo o Condado do Bolsão, onde moram os hobbits, é recomendável. “Meu reino não é deste mundo”, poderia dizer o mago Gandalf, ecoando Jesus Cristo.

No entanto, apesar de poder ser compreendida como páginas de doutrinação religiosa, a experiência mais enriquecedora é ler e ver O Hobbit e Senhor dos Anéis como obra de arte literária e cinematográfica. Tolkien parece demonstrar a observação do escritor argentino Jorge Luis Borges, segundo o qual a metafísica (e, por extensão, a religião) deve constituir uma subcategoria da literatura fantástica.
Diácono Valney

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

VOCAÇÃO DIACONAL (PERMANENTE) CRESCE EM TODO O MUNDO


De acordo com o ultimo Anuário Estatístico da Igreja, apresentado
pelo Vaticano à imprensa, o número de diáconos permanentes, tanto diocesanos
quanto religiosos, continua com tendência de crescimento elevado.
Os diáconos permanentes são o grupo mais forte em evolução ao longo do
tempo: de cerca de 28 mil em 2000, aumentou para 37 mil em 2008, em 2009
chegaram a 38.155 e em 2010 o aumento atingiu o percentual de 3,7% com
relação ao ano anterior, chegando assim ao numero de 39.564 em todo o
mundo.
Os diáconos permanentes estão presentes principalmente na
América do Norte e na Europa (64,3% e 33,2%, respectivamente).com variação
signifi cativa de 33,7%. Na América do Norte o aumento é sustentado:
em 2000 havia mais de 18 mil diáconos permanentes, enquanto em 2008 este
número aumentou para 24 mil. Os dados revelam que atualmente, no mundo,
a vocação diaconal esta retomando seu vigor. No site da Comissão Nacional
dos Diáconos Permanentes: www.cnd.org.br, o padre Walter Goedert apresenta
uma defi nição e comentários muito interessantes sobre a vocação, e
destaco o que ele escreve: “Dado que o diácono permanente é simultaneamente
pai e esposo, exerce uma profi ssão civil e se consagra à comunidade
eclesial pelo sacramento da Ordem, sua vocação abrange vários aspectos. Na
verdade, são três grandes dimensões: familiar, profi ssional e eclesial. Embora
com desafi os próprios, estas não deixam de contribuir positivamente para a
realização da vocação diaconal”.
Administrar esses desafi os e colocá-los a serviço da missão
constitui tarefa diária. É preciso maturidade para atribuir a cada função o
peso certo no momento exato. A harmonização dos possíveis confl itos exige
uma escala de valores ditada pela vivência dos sacramentos do Matrimônio
e da Ordem, e pela responsabilidade profi ssional. Não se trata de privilegiar
uma das dimensões em detrimento das outras; é preciso, mesmo dando prioridade
momentânea a uma delas, buscar o equilíbrio. Sem essa harmonia não
existe plena realização vocacional. Uma vez que a vocação inclui aspectos
sobrenaturais (é Deus quem chama e espera resposta), é necessário aplicar
à vocação diaconal as características bíblicas do chamado. Vocação é antes
de tudo, dom de Deus: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te
conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constituí profeta para
as nações” (Jr 1,4-5).
É também dom para a Igreja. Um bem para o vocacionado e para sua missão.
Como dom, deve ser acolhido dentro das circunstâncias de tempo e de ambiente.
Na avaliação da autenticidade de uma vocação devem ser levadas em
consideração as aptidões objetivas do candidato, a livre determinação da vontade
e a confi rmação do chamado pela Igreja. Esse processo deve ser feito em
estreita união com a família do candidato [ao diaconato], com a comunidade
eclesial e com os responsáveis diretos pela formação diaconal.
A Sagrada Escritura revela, ainda, que o chamado acontece em vista
de uma missão especifi ca. É convite pessoal que espera adesão consciente
de fé e de vida, incluindo uma consagração particular a Deus em forma de
serviço ao povo. Toda vocação constitui um serviço; o chamado ao diaconato
o é de forma especial por ser o diácono sinal sacramental de Cristo-Servo.
O serviço, comum a todos os cristãos, o diácono o assume como
função própria, da qual dá testemunho personalizado. Abraça a diaconia com
toda a intensidade de sua vida, como algo que lhe diz particularmente respeito.
João Paulo II afi rma: “O diaconato empenha ao seguimento de Jesus,
nesta atitude de serviço humilde que não só se exprime nas obras de caridade,
mas investe e forja o modo de pensar e de agir” (L’Osservatore Romano, ed.
portuguesa, n. 43 (24/10/93), p 12). Por isso, Puebla afi rmou que a missão e
a função do diácono não devem ser avaliados com critérios meramente pragmáticos,
por estas ou aquelas funções [...]. O carisma do diácono é ser sinal
sacramental de Cristo-Servo (P 697-698).
Embora a vocação surja de um chamado de Deus, Ele o faz, normalmente,
por meio de caminhos ligados à realidade em que vivemos. O
chamado é acolhido por homens concretos, cada qual com sua história, limitações
e qualidades. Por conseguinte, o discernimento vocacional deve levar
em consideração não só critérios objetivos, mas também requisitos pessoais,
espirituais, familiares e comunitários (Diretrizes para o diaconato permanente,
135-139). Devem ser considerados desde as tendências instintivas e os
desejos íntimos até o modo de ser de cada um, seu ambiente, sua história.
A vocação, portanto, passa pelo discernimento da Igreja, que,
como mãe, acolhe aqueles homens dispostos a dedicar a vida ao serviço da
Igreja, ao povo de Deus.
Fonte: cmliturgo

Diácono Valney

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Bioética, um desafio também para os jovens


 em 10/12/2012

Hoje, não é preciso ser estudante de Direito ou das áreas de saúde para ouvir pelos corredores da Universidade, ou mesmo de escolas do Ensino Básico, complexas questões que nos desafiam:
- O aborto é lícito em alguma situação? Como enfrentar o problema do aborto clandestino?
- O mundo está superpovoado? É necessário limitar a natalidade? Quem decide sobre isso?
- Como atender aos casais que não conseguem ter filhos? A reprodução assistida é uma alternativa?
- Quais os limites da biotecnologia? Podemos manipular células humanas? O que dizer das plantas e animais transgênicos?
- Quando a vida termina? Podemos abreviar a morte de um paciente que está sofrendo?
- Quando a vida começa? Podemos falar em dignidade de um ser humano que ainda tem poucas células?
- O que dizer da experimentação de medicamentos em seres humanos?
Diante de tantos questionamentos que se apresentam a nós, não surpreende que, logo no início de seu ministério como Papa, Bento XVI tenha feito o convite para que os estudiosos da Igreja dessem atenção especial aos temas da bioética:
“Convido-vos a seguir com particular atenção os problemas difíceis e complexos da bioética. As novas tecnologias biomédicas interessam não somente a alguns médicos e pesquisadores especializados, mas são divulgadas através dos modernos meios de comunicação social, provocando esperanças e interrogaçõesem setores sempre mais vastos da sociedade”.
Entre os setores interessados na temática estão certamente os jovens. Por isso, o portal Jovens Conectados abre espaço para uma coluna de Bioética, na qual esses temas possam ser gradativamente tratados.
Mas o que é Bioética? Uma nova área do conhecimento? Uma ciência antiga que começa a ter novas aplicações? Sem dúvida, seja qual for a definição que dermos, ela ganhou relevância em função do desenvolvimento de técnicas que envolvem profundamente o ser humano, particularmente na Medicina e na Genética.
A conhecida Encyclopedia of Bioethics (New York 1978, vol. I, p. 19) define-a como “estudo sistemático da conduta humana no âmbito das ciências da vida e do cuidado da saúde, examinada à luz dos valores e dos princípios morais”.
Percebe-se, portanto, que se trata de um “braço” da ética geral. Sua tarefa não é elaborar novos princípios éticos gerais, mas aplicar os princípios existentes ao âmbito das ciências da vida e do cuidado da saúde, em especial aos novos problemas que estão surgindo.
A tarefa não é simples, por diversos motivos. Por um lado, perdeu-se clareza sobre o que sejam valores e princípios morais. Nesse aspecto, o mundo vive hoje uma grande contradição: ao mesmo tempo em que se recupera a necessidade da ética, vivemos uma crise não só de valores, mas uma crise do valor.
Entendemos aqui, por “crise do valor”, uma dificuldade em torno ao próprio conceito do que seja “valor”. Para clarear a discussão, é preciso distinguir entre os aspectos objetivos e subjetivos, ou seja, se algo tem valor “em si” ou se tem valor “para mim”. Esses aspectos não são contrapostos, mas muitas vezes se complementam.
A muitos, a própria palavra moral parece trazer arrepios, como se significasse algo retrógrado e incômodo, ligado a regras e proibições arbitrárias; outros a usam em um sentido tão relativo, tão cambiante, que perde qualquer significado. Assim quando se fala que “isso é uma questão ética”, alguns parecem interpretar como “isso é um assunto em que qualquer um pode dar palpite e ter a opinião que quiser”.
Mas a moral deriva do próprio ser do homem, da sua natureza. E a Igreja, que é “perita em humanidade”, facilita-nos o caminho, indicando princípios que nos ajudam a encontrar a resposta a essas complexas questões. Aprofundar na bioética faz-nos entender melhor a nós mesmos.
Animados para trilhar esses caminhos?
Por LENISE GARCIA - Doutora em Microbiologia, professora do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília, integrante da Comissão de Bioética da Arquidiocese de Brasília e da CNBB e presidente do Movimento Brasil Sem Aborto
Diácono Valney

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Brasil libera pagamento de visto para participantes da JMJ


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                       O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, confirmou nta quarta-feira, 28 de novembro, que não vão pagar pelo visto brasileiro os estrangeiros que vierem ao Brasil participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O evento da Igreja Católica está marcado para julho de 2013. Na avaliação do Governo federal, a cobrança de taxas e a comprovação de renda, por exemplo, poderiam dificultar a vinda dos católicos para o evento. Devido à reciprocidade diplomática, no entanto, a medida libera os visitantes da taxa, mas os vistos ficam mantidos para estrangeiros de países que exigem o documento para entrada de brasileiros, como os Estados Unidos.
“Essa medida é motivada pelo nosso interesse em motivar a vinda de mais jovens, até pela condição econômica deles”, disse Carvalho. “É a nossa contribuição para que o evento ocorra com o maior número possível de jovens”, acrescentou, após encontro com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o organizador do evento, o arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta. A jornada deve reunir 2,5 milhões de pessoas na capital fluminense entre os dias 23 e 28 de julho do ano que vem.
A expectativa é que a maioria de visitantes seja de brasileiros ou de fiéis vindos de países latinos, mas também são esperados católicos de países asiáticos e africanos. De acordo com Carvalho, para identificar os jovens que vão entrar sem as taxas de visto, as dioceses vão enviar para as autoridades brasileiras os nomes dos participantes e o país de origem, que serão checados pelos órgãos de controle de imigração. “Bastará apresentar a identificação para serem liberados para entrar, dando inclusive agilidade na chegada”, reforçou. Para não colocar em risco a segurança do país, o ministro da Secretaria-Geral acrescentou que os nomes serão verificados pelo sistema de defesa.
“Só serão liberados os jovens que vierem com a carta da diocese, o que facilita, mas evidentemente não podemos baixar a guarda e deixar de fazer as verificações de praxe nos nossos computadores”, informou. A liberação do pagamento e até a dispensa do visto, com base na reciprocidade diplomática, é uma prerrogativa da Lei Geral da Copa e também será adota na Copa de 2014, segundo o ministro.
“Essa parceria que o governo fez com a Igreja Católica, faria com qualquer outra Igreja, ou com qualquer outro evento dessa magnitude que traga reforço da imagem e vantagem comercial”, disse Carvalho. "Somos um Estado laico, mas podemos fazer isso”, completou. No encontro, o Prefeito do Rio Eduardo Paes confirmou que o local da vigília e da missa de encerramento da Jornada Mundial foi trocado de Santa Cruz para Guaratiba. Os eventos vão ocupar duas fazendas na localidade de Mato Alto, na zona oeste.
Em troca da cessão dos terrenos, onde há criação de gado, serão feitas obras de infra-estrutura urbana, como drenagem e ruas. Estão também confirmados a missa de abertura, a passagem do Papa Bento XVI em carro aberto e a Via Sacra nos dias 23, 25 e 26, na Praia de Copacabana, na zona sul.

Diácono Valney

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Viva Cristo Rei!

por Professor Felipe Aquino

           O maior número de mártires, em toda a história da Igreja Católica, vem do século XX. Entre os muitos martírios, encontramos os da Revolução Bolchevista Russa (1917), da Revolução Espanhola (1930) e o da Guerra Civil Espanhola, intitulada ‘Cristiada’ (1926-1929), na qual muitos cristãos foram martirizados.
O filme ‘Cristiada’, rodado no México, mostra a realidade desconhecida por muitos católicos e é o filme mais assistido no país, mostrando o testemunho impressionante dos mártires.
Maurício Kuri, um jovem ator de quatorze anos, interpreta o mártir mexicano José Luis Sánchez del Rio, o qual foi mártir na mesma idade. O ator está convencido de que os católicos devem, hoje, defender a liberdade religiosa como fizeram os cristeros, em 1926, no México. Ele disse que gostaria de fazer a mesma coisa, “porque defender o que nós acreditamos é a coisa mais importante”. Ele incentivou os católicos de todo o mundo a defender a liberdade religiosa, como fizeram os fiéis do México durante a Guerra Cristera”.
“O que está acontecendo, hoje, com a Igreja, diante dos ataque à liberdade religiosa, é algo que acontecerá no final dos tempos. Sou católico e não me envergonho, estou orgulhoso de sê-lo e de defender o Cristianismo. Há uma frase, no filme, que eu adoro: Quem é você se não se levanta e se põe de pé para defender o que acredita?” .
‘Cristiada’ narra a história da Guerra Cristera, no México, desatada pela legislação anticlerical de 1926 e pela perseguição contra a Igreja Católica pelo então presidente Plutarco Elías Calles.
As leis proibiram as ordens religiosas, suprimiram a Companhia de Jesus e seus colégios, impuseram a deportação e o encarceramento dos bispos ou sacerdotes que protestassem. Privaram a Igreja dos direitos de propriedade e negaram liberdade civil aos sacerdotes, incluindo o direito a um julgamento com um jurado e o direito a voto. A cristandade mexicana sustentou uma luta de três anos contra os sem-Deus da época. Os laicistas da Reforma impuseram a liberdade para todos os cultos, exceto o católico, submetido ao controle do Estado.
O Papa Pio IX condenou essas medidas, assim como Pio XI expressou sua admiração pelos “cristeros”. Um mês depois, este Pontífice publicou a encíclica “Iniquis afflictisque”, na qual denunciou as agressões sofridas pela Igreja no México: ”Já quase não resta liberdade alguma à Igreja [no México], e o exercício do ministério sagrado se vê de tal maneira impedido, que é castigado, como se fosse um delito capital com penas severíssimas”.
O Papa elogiou, com entusiasmo, a “Liga Nacional Defensora de la Libertad Religiosa”, espalhada “por toda a República, na qual seus membros trabalharam, assiduamente, com o fim de ordenar e instruir a todos os católicos para opor aos adversários uma frente única e solidíssima”. Ele se comoveu ante o heroísmo dos católicos mexicanos: “Alguns destes adolescentes, destes jovens — como conter as lágrimas ao pensá-lo — foram lançados à morte com o rosário na mão, ao grito de Viva Cristo Rei! Inenarrável espetáculo que se oferece ao mundo, aos anjos e aos homens”.
López Beltrán, considerando os anos 1926-1929, dá o nome de 39 sacerdotes assassinados, de um diácono e seis religiosos. Guillermo Havers nomeia os 46 sacerdotes diocesanos executados no mesmo período de tempo (“Testigos de Cristo en México, 205-8”). Muitos desses padres pertenciam à arquidiocese de Guadalajara ou à diocese de Colima.
Em 22 de novembro de 1992, João Paulo II beatificou vinte e dois desses sacerdotes diocesanos mártires, destacando que “sua entrega ao Senhor e à Igreja era tão firme que, ainda tendo a possibilidade de se ausentar de suas comunidades durante o conflito armado, decidiram, a exemplo do Bom Pastor, permanecer entre os seus para não privá-los da Eucaristia, da Palavra de Deus e do cuidado pastoral.
A Conferência do Episcopado Mexicano, no livro “Viva Cristo Rei!” (México, 1991), dá-nos biografias dos 25 mártires que foram beatificados.
“A solenidade de hoje [Cristo Rei]”, destacada por João Paulo II na cerimônia de beatificação, instituída pelo Papa Pio XI, precisamente quando era mais vigorosa a perseguição religiosa do México, penetrou muito fundo naquelas comunidades eclesiásticas e deu uma força particular a esses mártires, de maneira que, ao morrer, muitos gritavam: ‘Viva Cristo Rei!’”.
A todos se deve acrescentar o nome do padre jesuíta Miguel Agustín Pro Juárez, beatificado pelo Papa João Paulo II em 25 de setembro de 1988. Por ocasião de um atentado contra o presidente Obregón, foram aprisionados e executados os autores do golpe, e, com eles, também eliminados o Padre Pro e seu irmão Humberto, os quais eram inocentes (23-11-1927).
Robert Roya, em “The Catholic Martyrs of The Twentieth Century” (pag.17-18) [Os mártires católicos do século XX] traz um relato impressionante:
“Dos mártires daqueles dias, nenhum chamou tanto a atenção do público, no México e no resto do mundo, como o Jesuíta Miguel Agustín Pro. Este foi morto por um pelotão de fuzilamento em frente das câmeras dos jornais que o governo trouxera para gravar o que esperava ser o constrangedor espetáculo de um padre implorando por misericórdia. Foi uma das primeiras tentativas modernas de usar a mídia para a manipulação da opinião pública com propósitos antirreligiosos. Mas, ao invés de vacilar, Pro demonstrou grande dignidade, pedindo apenas a permissão de rezar antes de morrer. Após alguns minutos de prece, levantou-se, ergueu seus braços em forma de cruz – uma tradicional posição de oração mexicana – e, com voz firme, nem desafiante nem desesperada, entoou, de forma comovente, palavras que, desde então, tornaram-se famosas: ‘Viva Cristo Rei’.
“Longe de ser um triunfo da propaganda para o governo, as fotografias da execução de Pro tornaram-se objeto de devoção católica no México e de constrangimento do governo por todo o mundo. Oficiais tentaram suprimir sua circulação, declarando a mera posse de tais fotos um ato de traição, mas não obtiveram sucesso.”
“Dios mío, ten misericordia de ellos. Dios mío, bendícelos. Señor, tu sabes que soy inocente. Con todo mi corazón perdono a mis enemigos” [Deus meu, tende misericórdia deles. Deus meu, abençoai-lhes. Senhor, tu sabes que sou inocente. Com todo meu coração, perdoo a meus inimigos].“O pelotão dispara. Ouve-se ainda as últimas palavras de Pro, firmes, devotas: “Viva Cristo Rei!”. Eis o brado dos cristeros. Futuramente, o exército callista cortaria a língua dos mártires para que, ao morrer, não confessassem Cristo”.
“Pro cai, mas não morre. Um soldado aproxima-se dele e lhe dá o último tiro”. Podemos dizer por padre Pro: “Muero, pero Dios no muere!” [Morro, mas Deus não morre!].

Diácono Valney

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Vaticano: Bono agradece compromisso da Igreja na redução da dívida dos países pobres


Vocalista dos U2 repetiu visita realizada em 1999, altura em que se encontrou com João Paulo II


Cidade do Vaticano, (Ecclesia)

 O músico irlandês Bono, vocalista da banda U2, esteve no Vaticano para agradecer o papel da Igreja Católica na campanha pela redução da dívida dos países pobres (Drop the Debt).
O artista e ativista encontrou-se esta sexta-feira com o cardeal Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, revelou hoje a Rádio Vaticano.
“A Igreja esteve na linha da frente deste movimento e isso deve ser largamente reconhecido, esteve na vanguarda de um movimento que é também inter-religioso e interdisciplinar”, referiu Bono.
O cantor diz que agora é necessário “comunicar os resultados obtidos” e estudar a melhor forma de o fazer.
O vocalista dos U2 recordou, por outro lado, a visita que realizou anteriormente ao Vaticano, em 1999, revelando que ainda usa ao peito a cruz de prata que lhe foi então oferecida pelo Papa João Paulo II (1920-2005) e mostrando vontade de se encontrar com Bento XVI.

Diácono Valney

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Secretário Geral comenta pedido de retirada da expressão “Deus seja louvado” das cédulas de reais


 CNBB

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A expressão “Deus seja louvado” pode ser retirada das cédulas da moeda brasileira. Isto é o que pede uma ação da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), em São Paulo. O principal argumento utilizado é o de que o Brasil é um país laico e, portanto, não deve estar vinculado a qualquer manifestação religiosa. Os comentários do secretário foram feitos ao Jornal Folha de São Paulo.
De acordo com a assessoria de comunicação da PRDC, no ano passado, houve uma representação questionando a permanência da frase nas cédulas de reais. Durante a fase de inquérito, a Casa da Moeda informou que cabe privativamente ao Banco Central (Bacen) “não apenas a emissão propriamente dita, como também a definição das características técnicas e artísticas” das cédulas. Já o Bacen afirmou que o fundamento legal para a existência da expressão “Deus seja louvado” nas cédulas é o preâmbulo da Constituição, que afirma que ela foi promulgada “sob a proteção de Deus”.
“Deveríamos nos preocupar com coisas muito mais essenciais. Muitas pessoas dar-se-ão conta da frase somente depois desta ação. Não é novidade esse tipo de ação! A frase, agora, recordará a presença de Deus na vida do povo brasileiro”, afirma o secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner.
A ação também pede que seja concedido à União o prazo de 120 dias para que as cédulas comecem a ser impressas sem a frase, sob pena de multa diária de R$ 1,00 caso a União não cumpra a decisão de retirar a expressão religiosa das cédulas. A multa teria caráter simbólico.
O pedido da PDCR ainda alega que a expressão “constrange a liberdade de religião de todos os cidadãos que não cultuam Deus, como os ateus e os que professam a religião budista, muçulmana, hindu e as diversas religiões de origem africana”.
Para dom Leonardo, a expressão “não constrange, mas pode incomodar aos que afirmam não crer”. “As pessoas que vivem a sua fé, em suas diversas expressões, certamente não se sentem constrangidas, pois vivem da grandeza da transcendência. É que fé não é em primeiro lugar culto a um deus, mas relação. Se a frase lembra uma relação, poderia lembrar que o próprio dinheiro deve estar a serviço das pessoas, especialmente dos pobres, na partilha e na solidariedade. Se assim for, Deus seja louvado!”, afirma o bispo
Diácono Valney.
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domingo, 11 de novembro de 2012

Jovem que rejeitou o aborto após estupro: Não tenham medo de dizer sim à vida!


Verónica Cardona e sua filha, María Fernanda

 Verónica Cardona ficou grávida aos 16 anos de idade depois de ser estuprada por seu próprio pai. Esta jovem colombiana optou por defender a vida do bebê e, cinco anos depois de viver este drama, exorta às mulheres que passam por casos similares a que "não tenham medo de dizer sim à vida, não tenham medo de dizer sim ao amor!".
Faz uns dias visitou o Equador para apoiar uma manifestação contra alegalização do aborto por estupro. Aí contou o que aconteceu com ela e como Deus lhe deu forças para continuar.
Em uma entrevista concedida ao grupo ACI, Verónica confessou que o primeiro impacto depois de saber que tinha ficado grávida após o estupro foi desolador.
"Foi um impacto muito grande me dar conta de que estava grávida. Nesse preciso momento senti que minha vida tinha fracassado, ainda mais porque sabia que o bebê que eu esperava era o "produto" da violação por parte do meu próprio pai".
Verónica recorda que o medo se apoderou dela, mas que não queria se submeter a um aborto. "Caí em depressão uns dias, não queria matar a um ser inocente, mas tinha medo, possivelmente o mesmo medo que sentem muitas mulheres ao saber que estão grávidas".
Verónica recorda que temia não ser "capaz de sair adiante, medo aos preconceitos, medo a que me vissem com pena, medo a enfrentar a realidade, medo a ficar sozinha".
"Naturalmente quase toda minha família, doutores, juízes, todos queriam que abortasse, sobretudo porque aqui na Colômbia o aborto tinha acabado de tornar-se legal em três casos: por estupro, por má formação e por risco da vida da mãe", indicou.
A jovem mãe assinalou que ela cumpria todos os requisitos para que pudesse abortar de acordo à legislação colombiana: sofreu uma violação, existia a possibilidade de má formação em seu bebê, e era uma gravidez de alto risco.
Entretanto, um fator importante em sua decisão foi encontrar um dia a sua mãe chorando e lhe pedindo perdão, porque ela mesma tinha considerado a possibilidade de abortá-la quando estava em seu ventre.
Esse fato fortaleceu sua convicção de que "não tinha o direito de tirar a vida de ninguém, e menos ainda de uma pessoa indefesa, uma pessoa que não me tinha feito nada".
Após tomar a decisão de ter o seu bebê, a família de Verónica deixou de falar com ela durante vários dias e só sua mãe a apoiou.
"Assim começou a crescer em meu ventre o maior milagre de amor. Foi uma experiência formosa ainda que tenha sido dura", assegurou.
Verónica assinalou que "quando via as ecografias, podia me dar conta do grande milagre da vida, sentir seus pequenos, mas inofensivos golpes no meu estômago e logo ver sua ternura ao nascer".
Durante o tempo da gravidez, a mãe de Verónica participava de uma comunidade católica, que a ajudou a fortalecer sua decisão de "trazer vida ao mundo, já fora que ao nascer desse a minha filha em adoção, ou decidisse ficar com minha filha e sair adiante".
Verónica assinalou que ao princípio quis esquecer-se de Deus. "Fiquei zangada com Ele porque não podia entender como um Deus tão bom e que me amava tanto podia permitir que isso acontecesse comigo, que não tinha feito nada de ruim na vida", disse.
Entretanto, apesar de sua dor, "refugiava-me nele e lhe pedia forças para continuar adiante, e hoje estou segura de que Ele sempre esteve comigo em minhas noites e dias de pranto. Era Ele quem me animava e me levantava!", assinalou.
Ao nascer sua filha, a quem chamou María Fernanda, Verónica enfrentou "vazios", que tentou encher com festas, amigos e trabalho, mas não foi até que participou de um retiro espiritual da comunidade Laços de Amor Mariano que pôde "voltar a viver".
Durante esse retiro espiritual pôde perdoar a todos os que lhe fizeram mal, incluindo o seu pai. "Entendi muitas coisas, senti-me digna novamente, voltei a nascer!", recordou.
Ao sair do retiro, Verónica era muito mais consciente de que "a vida é um dom".
"Indignavam-me, como me indignam agora, os argumentos dos abortistas, que se escondem em casos como o meu para matar a um inocente e encher o bolso com dinheiro manchado de sangue inocente, dizendo que sempre que olhe para a criança você vai lembrar-se do momento tão doloroso que foi o de ser abusada", assinalou.
Verónica assegura que sente "a necessidade enorme de gritar a verdade ao mundo, que é que um filho nunca vai lembrar às circunstâncias (de um estupro), porque é uma pessoa absolutamente diferente. Pelo contrário, vai te ajudar a sanar as feridas, vai te dar alegria e sentido a sua existência".
"Falo desde a minha própria experiência e não como os abortistas que falam sem sequer conhecer ou ter passado por uma experiência destas, porque a maioria de quem apoia o aborto nunca abortou".
Verónica assegurou que "as mulheres que, enganadas abortam, depois são defensoras da vida".
"Os abortistas não se preocupam com a mulher como aparentam fazê-lo. Se se preocupassem realmente, não ofereceriam um aborto, mas pelo contrário ofereceriam ajuda para que ela possa sair adiante com seu filho", assinalou.
Se para os que promovem o aborto realmente lhes importasse o sofrimento da mulher "aceitariam realidades como a síndrome pós-aborto, aceitariam que a vida começa na fecundação do óvulo como o dizem os cientistas".
Verónica criticou que os abortistas "reclamam ‘direitos’ da mulher e eles são os primeiros em passar por cima deles".
"As mulheres têm direito a uma maternidade, e eles passam por cima deste formoso dom convertendo o ventre das mulheres no túmulo do seu próprio filho", criticou.
"O aborto não faz com que a gravidez deixe de existir, matar não é uma opção, é a pior decisão", indicou, acrescentando que enquanto que a vida engendra vida, o aborto produz "morte, dor, pranto, desespero, angústia e uma culpa que muito dificilmente será apagada de sua mente, de sua alma, de seu ser".
Verónica exigiu que os abortistas não brinquem "com a dor da mulher e de muitos homens que também são vítimas de um aborto".
Remarcando que a defesa da vida frente ao aborto não é um tema religioso, Verónica Cardona convidou a "católicos, cristãos, evangélicos, ateus e a todos os que estão a favor da vida" a que "não nos cansemos de ser a voz daqueles, que embora tenham voz e direitos, os querem calar desde o ventre".
Citando ao fundador de Laços de Amor Mariano, Rodrigo Jaramillo, Verónica sublinhou que "quem aborta a uma criança do seu ventre, aborta a Jesus do seu coração", pois "Jesus é a mesma vida".
Verónica também revelou que "por graça de Deus pude perdoar o meu pai, olhá-lo aos olhos e agradecer-lhe por ter me dado a vida", e embora sua filha, que atualmente tem cinco anos "ainda não sabe bem tudo o que aconteceu", está decidida a ir contando pouco a pouco tudo, pois "ela tem direito a saber a verdade".

Diácono Valney

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Yamanaka: um nobel de honestidade.


Shinya Yamanaka


No final de 1999, o Dr.  Yamanaka  era um jovem pesquisador de 37 anos, pai de duas filhas, trabalhando com  células-tronco embrionáriasEm uma visita a uma clínica de fertilidade  in vitro, convidado por um amigo olhou pelo microscópio um dos embriões que foram armazenados naquela clínica. Isso mudou sua carreira científica.
. Quando vi o embrião, eu repentinamente percebi que havia muito pouca diferença entre ele e minhas filhas  pensei: não podemos continuar destruindo embriões para nossa pesquisa. tem que ser de outra maneira. "diz em uma entrevista publicada no New York Times em 2007.
A decisão valeu-lhe um esforço notável em sua pesquisa, porque de alguma forma teria de começar a partir do zero. Apenas sete anos depois iria encontrar a forma de reprogramar células adultas e lembrá-las de que eles tinham características muito semelhantes às embrionárias. Ele chamou  células-tronco pluripotentes induzidas (IPS) . Em 8 de outubro, ele foi informado do Prêmio Nobel por sua pesquisa.
A  honestidade  levou-o a obter o maior prêmio que um cientista pode receber. É verdade que a honestidade poderia também levá-lo a não ter sucesso na sua pesquisa. Em qualquer caso, nós nos encontramos diante de um homem honesto. Com todas as suas conseqüências aplicando o princípio de que  "o fim não justifica os meios ".
Aqui se vai contra o princípio atual difundido em nossa cultura que é precisamente  "o fim é a única coisa que justifica os meios" . Este é o principal argumento usado para levantar uma série de questões de bioética: o aborto, pesquisa com embriões, clonagem, reprodução assistida, o diagnóstico pré-implantação, etc. Quem não acha isso é um ultraconservador, e está cheio de preconceito religioso.
Diácono Valney

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Protagonista do filme Batman premia herói pró-vida que se opôs ao aborto na China.


Christian Bale junto a Chen Guancheng. Foto: Michael Ian para o site Human Rights First.
WASHINGTON DC, 29 Out. 12 / 01:43 pm (ACI/EWTN Noticias).- O protagonista da saga Batman, o britânico Christian Bale, apresentou um prêmio pela defesa dos direitos humanos ao ativista pró-vida  Chen Guangcheng por seu trabalho na luta contra os abortos forçados na China, e disse que sua tarefa é própria de um homem valente que inspira outras pessoas.

Na terça-feira passada, dia 25 de outubro, durante um jantar realizado em Nova Iorque (Estados Unidos), Bale entregou a Chen Guancheng o prêmio da organização Human Rights First, uma entidade com sede nesse país que batalha pela defesa dos direitos humanos no mundo.

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Ao apresentar o galardão, Christian Bale destacou o trabalho do ativista pró-vida  em nome das mulheres e dos não nascidos que estão sujeitos à política do filho único na China: “um programa de abortos forçados significa que as mulheres são tiradas de suas casas contra sua vontade. São obrigadas a abortar, algumas vezes em estágio avançando de gravidez. Imaginem isso. Algumas inclusivo morrem no processo”, disse o ator.

Referindo-se a estes abortos como “um verdadeiro horror”, o famosos artista afirmou ainda que neste “mundo insano”, Chen saiu em defesa das mulheres vivendo e promovendo “valores simples, valentes e universalmente admirados”.

“Por esta razão este homem foi encarcerado e golpeado por mais de quatro anos”, recordou Bale.

À sua vez, Chen, que ademais é portador de deficiência visual, acredeceu pelo prêmio e comentou: “acredito que se todos no mundo colocassem os direitos humanos em primeiro lugar, viveríamos em um mundo completamente diferente. Este não é só um prêmio para mim, mas sinto que aqui represento todos aqueles que vivem em países que não são democráticos”.

A noite de 25 de outubro foi a primeira vez que Bale se encontrou com o Chen. O ator já tinha tentado visitá-lo enquanto durante sua prisão domiciliar mas os guardas do governo chinês impediram o ingresso.

Chen que ficou cego durante a sua juventude, é um defensor e promotor dos direitos humanos que denunciou os horrores da política do filho único na China, falando abertamente dos abortos e das esterilizações forçadas que se praticam no país.

Depois de quatro anos de prisão, foi colocado em prisão domiciliar em setembro de 2010. Ele e sua família foram retidos sem cargos formais, foi golpeado e impedido de receber tratamento médico.

Em abril deste ano conseguiu escapar da detenção domiciliar, chamando a atenção da imprensa mundial, e se dirigiu à embaixada dos Estados Unidos.

Ele deixou a embaixada para ir a um hospital de Beijing no dia 2 de maio, logo depois que o governo lhe prometesse que ele e sua família estariam a salvo. Entretanto, o ativista expressou seus temores ante a oferta do governo comunista e pôde viajar aos Estados Unidos no dia 19 do mesmo mês. Atualmente estuda direito e inglês na escola de leis da New York University. Ele se encontra nos Estados Unidos junto com a sua família. 

Diácono Valney

domingo, 28 de outubro de 2012

Sínodo: o que o Espírito diz à Igreja?



Por CNBB

Terminada a 2ª semana de trabalhos da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre a “nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, já é possível perceber os rumos do caminho da Igreja nos próximos anos. O fruto do trabalho realizado pela Assembleia sinodal será agora traduzido numa mensagem e nas propostas finais, que serão entregues ao Papa; foi ele que convocou o Sínodo para ouvir os bispos e demais participantes sobre o tema em pauta, sobre o qual ele fará, depois, a Exortação pós-sinodal.

Uma primeira constatação é que há uma urgente necessidade de uma nova evangelização, não apenas porque há tantos fatores novos e desafiadores postos à missão da Igreja, mas porque, exatamente, a missão primeira da Igreja é evangelizar e ela deve fazê-lo, proclamando o Evangelho de forma renovada para o mundo mudado. Não podemos pressupor que todos já estejam evangelizados, nem que o mundo inteiro já foi iluminado pela Boa Nova de Cristo. Vamos evangelizar de novo, pois essa é nossa missão; e temos algo de muito precioso para anunciar e compartilhar com os homens do nosso tempo!
A nova evangelização deve levar em conta a diversidade das situações em que se encontram as pessoas em relação à fé cristã: há quem crê e pratica a fé, mas precisa ser estimulado a crescer, a perseverar e a realizar as obras da fé; há quem foi batizado mas nunca foi evangelizado, ou apenas superficialmente, necessitando de um forte anúncio querigmático e de um itinerário de formação e amadurecimento na fé; e há os que estão distantes da fé cristã e da Igreja de Cristo, necessitando do primeiro anúncio e do consequente itinerário de crescimento e amadurecimento na fé cristã. Isso requer uma revisão nos métodos de evangelização e pastoral – uma verdadeira “conversão pastoral”.
Na evangelização, temos que contar sempre com a graça de Deus, que tem a primeira iniciativa e vem ao encontro do homem; por isso, a evangelização não depende tanto de métodos e recursos técnicos em profusão quanto de evangelizadores santos, que tenham uma profunda experiência de Deus e vivam em comunhão com ele. Muitas foram as observações dos padres sinodais sobre a necessidade da boa formação, amor à Igreja e ardor missionário da parte dos evangelizadores. Diversas vezes também foi observado que o exemplo dos santos pode ser de grande ajuda para a nova evangelização: eles foram sempre os evangelizadores mais eficazes ao longo da história, sobretudo em períodos de crise na Igreja. No domingo das missões, dia 21 de outubro, o papa Bento 16 proclamou mais sete santos da Igreja e lembrou a vida e a obra dos santos, como fatos de evangelização.
Lugar de destaque na nova evangelização devem ter a Liturgia, fonte e cume de toda ação da Igreja, especialmente a Eucaristia dominical; o anúncio abundante da Palavra de Deus, com destaque para a homilia e a Catequese; o Sacramento da Penitência deverá ser valorizado mais, assim como as devoções e a religiosidade popular, mediante as quais a fé é cultivada e transmitida. Destacada foi a referência à paróquia, como expressão concreta e indispensável da comunidade de fé, espaço para a evangelização, as manifestações da vida eclesial e da comunhão na mesma fé, esperança e caridade. As pequenas comunidades, nas suas múltiplas formas, foram apontadas como importantes expressões de vida eclesial e lugares para o cultivo e a transmissão eficaz da fé cristã.
O Sínodo trata com sereno realismo da atual situação da transmissão da fé, mas também com esperança; o primeiro interessado no anúncio da Boa Nova é sempre o Espírito Santo, que também vai indicando à Igreja os modos como ela o deve fazer sempre de novo. Mais do que nunca, devemos ouvir hoje o que o Espírito diz à Igreja (cf Ap 2,29).
Diácono Valney

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Denúncia: Espanha financia o aborto na América do Sul com 7,3 milhões de dólares.


Apesar da crise na Espanha.
Dra. Gádor Joya
MADRI, 19 Out. 12 (ACI/EWTN Noticias).

 Baseada em um relatório difundido pelo jornal La Gaceta, a Dra. Gádor Joya denunciou que o Ministério de Assuntos Exteriores do governo da Espanha financiou com 7,3 milhões de dólares a uma ONG "para que organize foros internacionais a favor do abortolivre e gratuito em cidades da América como La Paz, Quito ou Lima".
Em uma missiva dirigida aos assinantes e colaboradores da plataforma pró-vida espanhola Direito a Viver (Derecho a Vivir em espanhol), a Dra. Joya criticou que apesar da crise que o país está vivendo, o governo espanhol mantenha a política de "exportar abortos".
A porta-voz de Direito a Viver criticou que em 2012, o governo espanhol recortou pela metade as ajudas aos organismos não governamentais que ajudam as mulheres grávidas com dificuldades para ter seus filhos, que era mais ou menos de 900 mil dólares.
"Ou seja, que para ‘exportar abortos’, como o chama La Gaceta, há dinheiro público, mas para ajudar às mães, não", disse.
"O Governo se enche de orgulho com a #MarcaEspaña. Promover a ideologia do aborto faz parte da #MarcaEspaña?", questionou a líder pró-vida.
Gádor Joya qualificou de "inaudito" a atitude do governo espanhol, "sobretudo, quando na Espanha estamos sofrendo drásticos recortes nos programas de Educação, Sanidade ou Dependência".
Joya anunciou que Direito a Viver iniciou um abaixo assinado para pedir ao ministro de Exteriores, senhor José Manuel García-Margallo, que deixe de financiar com os impostos dos contribuintes espanhóis "a ONGs como Solidariedade Internacional, dedicada à difusão da ideologia abortista na América".
"Se o Governo quer proteger o direito à vida, que comece por denunciar o convênio com estas entidades e destine os recursos a ajudar às mães sem trabalho e sem independência para ter a seus filhos", assinalou.

Diácono Valney