domingo, 30 de dezembro de 2012

II Encontro com as Lideranças Católicas e Pró-Vida.


 por Gislene Ribeiro

A fraternidade Arca de Maria promove, entre os dias 11 e 13 de janeiro, a 2ª edição do Encontro com as Lideranças Católicas e Pró-Vida, que acontecerá em Luziânia.
Segundo Irmã Maria Clara, uma das organizadoras, “trata-se de uma formação para os fiéis católicos, principalmente líderes de movimento ou comunidades”, que será ministrada pelo Pe. Paulo Ricardo,  Pe. Rodrigo Maria, fundadores da Fraternidade Arca de Maria.
O encontro contará ainda com participação de Elba Ramalho, que dará o seu testemunho pro-vida, e de fundadores de várias comunidades católicas de Brasília e região.
O interessado em participar deve entrar em contato com a fraternidade, por e-mail, para preencher o formulário de inscrição. Em seguida, deve efetuar o pagamento, no valor de R$ 100,00, através de depósito em conta corrente.
Vale lembrar que a taxa de inscrição inclui hospedagem, alimentação e transporte, do aeroporto ou rodoviária de Brasília até o local do evento.
Anote: Banco do Brasil / Agência: 0324-7 / Conta Corrente: Cc: 435306-4.

Feito isso, envie o comprovante de depósito para o e-mail: casasaojose_arca@yahoo.com.br.
Finalizado o processo, aguarde, pois será encaminhada para o seu e-mail, cadastrado, a confirmação de sua inscrição.

Não perca tempo! As vagas são limitadas!

Informações:
E-mail: casasaojose_arca@yahoo.com.br
Contato: (62) 3316-5841/ 8248-9916/ 8119-8099



Diácono Valney

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Os Santos Inocentes

28 de Dezembro


Canção Nova

Os Santos InocentesA festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras. Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, "encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes - ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: 'Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar'. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito. E lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: 'Do Egito chamarei o meu filho'. Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. Então se cumpriu o que estava predito pelo profeta Jeremias: 'Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem'" (Mt 2,11-20) Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14.000; os Sírios 64.000; o martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144.000. Calcula-se hoje que terão sido cerca de vinte ao todo. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir relíquias deles.

Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos de coro, a festa dos Inocentes ficou sendo a destes. Começava nas vésperas de 27 de dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um "bispo", estes cantorzinhos apoderavam-se das estolas dos cônegos e cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios, entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao entoar-se o versículo do Magnificat: Derrubou os poderosos do trono, no fim das segundas vésperas. Depois, o "derrubado" oferecia um banquete aos colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta extravagante cerimônia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas comunidades religiosas.

A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação atual desses milhões de "pequenos inocentes": crianças vítimas do descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos neste dia por elas e pelas nossas autoridades, para que se empenhem cada vez mais no cuidado e no amor às nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus. Por estes pequeninos, sobretudo, é que nós cristãos aspiramos a um mundo mais justo e solidário.

Santos Inocentes, rogai por nós!

Diácono Valney

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Instituições promovem a vida e ajudam a salvar mulheres e crianças

por Lilian Alves.

Os sinais indicaram a chegada de um Rei que haveria de libertar e salvar toda a humanidade. O Rei tinha nascido fora dos palácios e ninguém – além de Maria, José, os magos, alguns pastores e alguns profetas – sabia quem Ele era. Temendo ser destronado, Herodes, então rei da Judeia, mandou matar o Menino.
Sem saber com segurança a idade correta do Salvador, Herodes designou a execução dos garotos com menos de dois anos de idade na cidade de Belém, onde o nascimento estava previsto. E assim “Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem”. (Jer 31,15).
Para relembrar esse acontecimento, o Papa Pio V iniciou, no século IV, a celebração dos Santos Inocentes, primeiros mártires por Jesus. Realizada sempre dentro da Oitava de Natal, no dia 28 de dezembro, a solenidade convida a Igreja a refletir sobre a situação de milhões de crianças vítimas da violência e da morte precoce em todo o mundo, entre as quais, os fetos abortados.
Ao encontro dos inocentes

A cultura pós-moderna valoriza a escolha e a liberdade como bens supremos, mas não dá importância àquilo que dá suporte a esses bens: a vida. Nesse ínterim, há um novo massacre de crianças – mais silencioso e sombrio – desencadeado ainda antes do nascimento. É o que afirma Tânia Regina, fundadora da Comunidade Católica Santos Inocentes.
Em 2002, Tânia recebeu um chamado para fundar a comunidade e trabalhar com mulheres e respectivos familiares que têm o desejo de abortar os filhos por diversas razões, como financeiras, psicológicas e, até mesmo, por vaidade. “Deus nos mostrou que devíamos ser a mão amiga das mulheres grávidas, evangelizando-as para não abortarem”, conta Tânia.
Com sede na cidade de Samambaia, a 35 km de Brasília, o grupo é formado por missionários e recebe 39 crianças diariamente, em regime de creche, dando a elas e às famílias atendimento humano e espiritual.
A Comunidade Santos Inocentes chega até essas mulheres por meio de ligações e distribuição de folhetos nos mais variados locais de missão: ruas, feiras, eventos católicos. Quando uma mulher é encontrada no limiar da escolha entre a continuidade ou não da gravidez, os missionários da comunidade dão início à Operação Resgate, que procura conscientizar sobre as consequências do aborto, o valor da vida humana e o amor de Deus. Se a mulher decide por continuar a gravidez, os missionários providenciam, por meio de doações, o enxoval completo do bebê.
De acordo com Tânia, as mulheres atendidas, em geral, têm mais de 22 anos de idade, baixa escolaridade, são casadas ou possuem uma relação estável e, muitas vezes, são pressionadas pelo companheiro a praticarem o aborto. O acompanhamento é árduo e depende da abertura da gestante, mas os resultados são positivos. “Em mais de 90% dos casos que atendemos, a mãe escolhe pela vida da criança”, relata. Mesmo nos casos em que a mulher opta pelo aborto, a comunidade tenta prosseguir o acompanhamento.
Enxugando as lágrimas de Raquel
Criado nos Estados Unidos em 1984, o Projeto Raquel funciona como um ministério de cura para a mãe que praticou o aborto e para as pessoas próximas a ela. A rede de voluntários do projeto é composta por leigos, padres, diáconos, religiosos, psicólogos e profissionais da área médica especialmente treinados, que têm a tarefa de se unirem a estas pessoas no processo de arrependimento, luto, confissão e amizade com Cristo.
No Brasil, o Projeto Raquel chegou em 2011, a pedido de Dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. As arquidioceses de São Paulo e Salvador foram as primeiras a receberem o projeto. Neste ano foi a vez de Brasília e Rio de Janeiro.
“Por meio da fé, compaixão e perdão, esse projeto ajuda as mulheres a superarem o trauma do aborto que carregam por anos a fio”, afirma Sônia Ragonha, coordenadora nacional do Projeto Raquel. Assim como acontece na Comunidade Santos Inocentes, as mulheres são ouvidas e acompanhadas.
Feito de forma sigilosa, os atendimentos são realizados, em boa parte, a senhoras na faixa entre 45 e 60 anos de idade, casadas e com filhos. Entre os casos se destaca o de uma senhora de 72 anos, que carregou a culpa do aborto durante muito tempo, mas obteve a cura com o acompanhamento. “Além da culpa, elas trazem sentimentos de ansiedade e depressão. Também têm dificuldade de relacionamento e medo de ter outro filho. Mas com o acompanhamento psicológico e espiritual elas conseguem superar o trauma”, relata Sonia.
Contatos:
Comunidade Santos Inocentes: (61) 3359-2867 / 3652 - www.santosinocentes.org.br/
Projeto Raquel: (11) 2578-4175

Diácono Valney

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Por que O Hobbit é católico.


O filme de Peter Jackson atrai fãs por ser fiel à carga religiosa da saga de J.R.R Tolkien

LUÍS ANTÔNIO GIRON

Luís Antônio Giron Editor da seção Mente Aberta de ÉPOCA, escreve sobre os principais fatos do universo da literatura, do cinema e da TV (Foto: ÉPOCA)
Ao assistir ao filme O Hobbit – uma jornada inesperada, do diretor neozelandês Peter Jackson, senti a mesma alucinação recorrente que tive quando vi os três filmes de O senhor dos Anéis, também de Jackson, no início da década passada. O ambiente concebido pelo escritor inglês J.R.R. Tolkien e recriado em alta tecnologia digital (filmagem em 3D e 48 quadros por segundo) por Peter Jackson é o dos romances da Idade Média, com seus cavaleiros, senhores de territórios fragmentários, o amor cortês, o misticismo ardente e superstições materializadas em seres fantásticos.  
Mas voltemos à alucinação. Consigo perceber uma cruz invisível atravessando todas as sequências. A cruz não se encontra estampada nos trajes dos elfos e não está fincada no topo da Montanha Solitária, mas é como estivesse lá, sub-reptícia, uma marca d’água. É como se Tolkien houvesse subtraído o símbolo mais ostensivo do Cristianismo - talvez porque fora utilizado militarmente durante as Cruzadas - para que viessem à tona os valores que a cruz oculta e ofusca.  
Assim, o jogo de ausência e presença simbólica da religião no filme e na obra de Tolkien é tão sutil como insidioso. Não apenas Tolkien faz uma defesa dos fundamentos cristãos, como sobretudo enfatiza a beleza e a aura divina do catolicismo. Isso se dá não só porque Tolkien era um católico fervoroso que trabalhou ao abrigo da Universidade Oxford – assim como seu amigo C.S. Lewis, autor das Crônicas de Nárnia, outra manifestação cristã (Lewis era anglicano, o que não deixa de ser uma forma de catolicismo desprovida de papa) sob a forma de alegoria fantástica. Tolkien e Lewis acreditavam na literatura como um estágio necessário para a transformação espiritual da humanidade e sua elevação aos rituais mais belos... que se encontram no Vaticano, cuja origem está na ritualística pomposa do Império Romano.
Tolkien fez o seu catolicismo penetrar no romance O Hobbit (1937) e na sua sequência, a trilogia de romances Senhor dos Anéis (1954-1955). Embora ele quisesse, no fim das contas, narrar uma boa história, esperava que seus leitores evoluíssem espiritualmente com ela. Dizia que um dos objetos “subcriativos” de seu projeto era “a elucidação da verdade, e o encorajamento da boa moral neste mundo real, através do antigo artifício de exemplificá-las em personificações pouco conhecidas, que podem tender a prová-las”. A citação está no livro Encontrando Deus em O Hobbit (Thomas Nelson, 200 páginas, R$ 29,90), de tolkienólogo Jim Ware, um dos muitos lançamentos “místicos” e de autoajuda (ou autoilusão) na esteira do lançamento do filme de Peter Jackson. Jim Ware diz que garante que o leitor “vai encontrar Deus” ao ler O Hobbit. Talvez isso seja difícil. Mais fácil é encontrar os preceitos da Cúria Romana na saga.  
Aqui me permito um desvio sobre a composição das obras, que ajudará a compreender melhor o processo criativo e a crença de Tolkien. O Hobbit é um prelúdio da trilogia do Anel, e nesse sentido mantém um estreito parentesco espiritual e estrutural com a tetralogia operísticaO Anel dos Nibelungos (1876), de Richard Wagner, com seu prólogo e a saga dos deuses dominados pelo ouro do rio Reno (Wagner foi acusado por Nietzsche de se render ao catolicismo bávaro ao fim da vida).
No ensaio Explorando o universo do Hobbit(Lafonte, 258 páginas, R$ 29,90), o medievalista (como Tolkien) Corey Olsen afirma que Tolkien revisou O Hobbit, pensado inicialmente como um livro infantil, com o objetivo de ampliar a história da Terra-média e inseri-lo na composição final de Senhor dos Anéis. Alterou, por exemplo, o encontro do Gollum com Bilbo Bolseiro, para que o achado do anel ganhasse mais consistência. Na versão original, Bilbo, um depositório inconsciente da ética católica, apossou-se do anel e se despediu do Gollum de maneira amistosa, não sem uma dose de culpa, já que o Gollum não havia notado o furto. Na nova versão, o Gollum percebe-o e jura odiar para sempre o hobbit. O ódio se torna um alicerce para a trama levada adiante pelo sobrinho de Bilbo, Frodo, em O Senhor dos Anéis. Curiosamente, Peter Jackson faz quase a mesma coisa: ele seguiu Tolkien para encaixar O Hobbit como prelúdio a Senhor dos Anéis. Mesmo assim, Jackson desrespeitou a organização da obra para prolongar O Hobbit em três filmes – o que tornou o primeiro longa-metragem arrastado e repleto de flash-backs irritantemente explicativos.
Hobbitt 1 (Foto: Divulgação)
A organização retroativa proposta por Tolkien fornece às aventuras dos hobbits, anões, elfos, trolls, magos e orcs um qualidade arquitetônica. Sua tetralogia como que derrete a ordem perfeita da Catedral de São Pedro no Vaticano para reencenar com suas figuras, alegorias e simbologia uma aventura de revelação em um ambiente alienígena, em uma geografia imaginária.  
No mapa de Tolkien ingressam transfigurados os princípios elementares do catolicismo. Assim como a viagem de Gandalf, Bilbo (interpretado no filme pelo ator inglês e católico Martin Freeman) e os 13 anões é uma representação da volta à Terra Prometida (os anões pertencem a um povo valoroso, porém espoliado de seus tesouros pelo dragão Smaug), abençoada por um hobbit bondoso, a história da peregrinação a Mordor e a devolução do anel pode ser lida como uma alegoria do Evangelho encoberta sob o manto da fábula. Pode-se deduzir que O Hobbit é o Velho Testamento; Senhor dos Anéis, o Novo. Todos os volumes da história da Terra-média de Tolkien (Os filhos de HúrinO Silmarilion etc.) compõem uma versão fabulosa e medievalesca da Vulgata Latina, a tradução da Bíblia para o Latim feita por São Jerônimo no século III d.C., considerada o texto oficial das Sagradas Escrituras pelo Vaticano.  
Além dessas transposições, é possível identificar quatro aspectos mais evidentes do Catolicismo no enredo de O Hobbit e Senhor dos Anéis. Em primeiro lugar, Bilbo, um hobbit aparentemente conformista, torna-se o escolhido para viver uma aventura: seguir com os anões à Montanha Solitária, atravessando terras ermas e perigosas, para enganar Smaug e restituir o tesouro e a terra aos seus donos originais. Trata-se, portanto, de uma jornada iniciática. “No final, você não será o mesmo”, avisa Gandalf. Bilbo irá conquistar o anel, ficar rico e atingir a espiritualidade. É o mesmo percurso exigido ao católico, que galga os degraus rumo à perfeição, do batismo à extrema-unção na vida profana e, na sacerdotal, do noviciado à sagração como bispo e até mesmo papa.  
Um dos pré-requisitos para Bilbo e amigos seguirem adiante é a obediência. Dessa forma, se fazem presentes a submissão e até mesmo a admiração de todos os personagens “bons” a uma hierarquia imperial, a um poder central liderado pelo Papa, o mandatário direto de Deus na Terra, segundo a Igreja Católica. Como a cruz, não há um papa explícito em O Hobbit, mas Gandalf parece ser o mais próximo de empunhar o cajado e a cruz de São Pedro. Ou Bilbo, a longo prazo.
o hobbitt (Foto: Divulgação)
As virtudes teologais, em terceiro lugar, são o motor da trama de combate ao Mal: Fé, Esperança e Caridade. Bilbo reúne-as como nenhum outro personagens. Mesmo quando tomar para si o anel, usa seu poder para reforçar a fé entre os companheiros de jornada.
Desse modo, quando o objetivo dos justos contra os ímpios está próximo a ser alcançado, contará o quarto e maior elemento católico da história de Tolkien: a Divina Providência. É ela que vem resgatar o herói nos instantes de maior perigo. Como na terra dos orcs, quando águias gigantes salvam os anões liderados por Thórin e Bilbo da morte. As águias simbolizam ali o Espírito Santo, parte da Santíssima Trindade, ao lado do Pai e do Filho. A Divina Providência retornará ao longo de O Hobbit e Senhor dos Anéis para organizar os reinos caóticos da Terra-média.

Bilbo e companheiros fazem o papel de apóstolos. São soldados de Cristo em uma Cruzada, ainda que sem cruz. Eles conduzem o leitor e o espectador às altas esferas da crença, para assim promover sua conversão por meio da catequese. No entanto, à parte a crença e persuasão doutrinária, o texto de Tolkien consiste em uma peça artística, uma narrativa de ficção, onde as leis da lógica são alteradas. E é na fantasia que o aspecto mais profundo do catolicismo de Tolkien se revela, na crença de que o reino deste mundo é maléfico. Assim, Mordor ou Ereborn, os reinos caóticos deste mundos, não valem a pena ser conquistados, pois o reino está em outro lugar, no plano espiritual e divino. Nem mesmo o Condado do Bolsão, onde moram os hobbits, é recomendável. “Meu reino não é deste mundo”, poderia dizer o mago Gandalf, ecoando Jesus Cristo.

No entanto, apesar de poder ser compreendida como páginas de doutrinação religiosa, a experiência mais enriquecedora é ler e ver O Hobbit e Senhor dos Anéis como obra de arte literária e cinematográfica. Tolkien parece demonstrar a observação do escritor argentino Jorge Luis Borges, segundo o qual a metafísica (e, por extensão, a religião) deve constituir uma subcategoria da literatura fantástica.
Diácono Valney

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

VOCAÇÃO DIACONAL (PERMANENTE) CRESCE EM TODO O MUNDO


De acordo com o ultimo Anuário Estatístico da Igreja, apresentado
pelo Vaticano à imprensa, o número de diáconos permanentes, tanto diocesanos
quanto religiosos, continua com tendência de crescimento elevado.
Os diáconos permanentes são o grupo mais forte em evolução ao longo do
tempo: de cerca de 28 mil em 2000, aumentou para 37 mil em 2008, em 2009
chegaram a 38.155 e em 2010 o aumento atingiu o percentual de 3,7% com
relação ao ano anterior, chegando assim ao numero de 39.564 em todo o
mundo.
Os diáconos permanentes estão presentes principalmente na
América do Norte e na Europa (64,3% e 33,2%, respectivamente).com variação
signifi cativa de 33,7%. Na América do Norte o aumento é sustentado:
em 2000 havia mais de 18 mil diáconos permanentes, enquanto em 2008 este
número aumentou para 24 mil. Os dados revelam que atualmente, no mundo,
a vocação diaconal esta retomando seu vigor. No site da Comissão Nacional
dos Diáconos Permanentes: www.cnd.org.br, o padre Walter Goedert apresenta
uma defi nição e comentários muito interessantes sobre a vocação, e
destaco o que ele escreve: “Dado que o diácono permanente é simultaneamente
pai e esposo, exerce uma profi ssão civil e se consagra à comunidade
eclesial pelo sacramento da Ordem, sua vocação abrange vários aspectos. Na
verdade, são três grandes dimensões: familiar, profi ssional e eclesial. Embora
com desafi os próprios, estas não deixam de contribuir positivamente para a
realização da vocação diaconal”.
Administrar esses desafi os e colocá-los a serviço da missão
constitui tarefa diária. É preciso maturidade para atribuir a cada função o
peso certo no momento exato. A harmonização dos possíveis confl itos exige
uma escala de valores ditada pela vivência dos sacramentos do Matrimônio
e da Ordem, e pela responsabilidade profi ssional. Não se trata de privilegiar
uma das dimensões em detrimento das outras; é preciso, mesmo dando prioridade
momentânea a uma delas, buscar o equilíbrio. Sem essa harmonia não
existe plena realização vocacional. Uma vez que a vocação inclui aspectos
sobrenaturais (é Deus quem chama e espera resposta), é necessário aplicar
à vocação diaconal as características bíblicas do chamado. Vocação é antes
de tudo, dom de Deus: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te
conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constituí profeta para
as nações” (Jr 1,4-5).
É também dom para a Igreja. Um bem para o vocacionado e para sua missão.
Como dom, deve ser acolhido dentro das circunstâncias de tempo e de ambiente.
Na avaliação da autenticidade de uma vocação devem ser levadas em
consideração as aptidões objetivas do candidato, a livre determinação da vontade
e a confi rmação do chamado pela Igreja. Esse processo deve ser feito em
estreita união com a família do candidato [ao diaconato], com a comunidade
eclesial e com os responsáveis diretos pela formação diaconal.
A Sagrada Escritura revela, ainda, que o chamado acontece em vista
de uma missão especifi ca. É convite pessoal que espera adesão consciente
de fé e de vida, incluindo uma consagração particular a Deus em forma de
serviço ao povo. Toda vocação constitui um serviço; o chamado ao diaconato
o é de forma especial por ser o diácono sinal sacramental de Cristo-Servo.
O serviço, comum a todos os cristãos, o diácono o assume como
função própria, da qual dá testemunho personalizado. Abraça a diaconia com
toda a intensidade de sua vida, como algo que lhe diz particularmente respeito.
João Paulo II afi rma: “O diaconato empenha ao seguimento de Jesus,
nesta atitude de serviço humilde que não só se exprime nas obras de caridade,
mas investe e forja o modo de pensar e de agir” (L’Osservatore Romano, ed.
portuguesa, n. 43 (24/10/93), p 12). Por isso, Puebla afi rmou que a missão e
a função do diácono não devem ser avaliados com critérios meramente pragmáticos,
por estas ou aquelas funções [...]. O carisma do diácono é ser sinal
sacramental de Cristo-Servo (P 697-698).
Embora a vocação surja de um chamado de Deus, Ele o faz, normalmente,
por meio de caminhos ligados à realidade em que vivemos. O
chamado é acolhido por homens concretos, cada qual com sua história, limitações
e qualidades. Por conseguinte, o discernimento vocacional deve levar
em consideração não só critérios objetivos, mas também requisitos pessoais,
espirituais, familiares e comunitários (Diretrizes para o diaconato permanente,
135-139). Devem ser considerados desde as tendências instintivas e os
desejos íntimos até o modo de ser de cada um, seu ambiente, sua história.
A vocação, portanto, passa pelo discernimento da Igreja, que,
como mãe, acolhe aqueles homens dispostos a dedicar a vida ao serviço da
Igreja, ao povo de Deus.
Fonte: cmliturgo

Diácono Valney

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Bioética, um desafio também para os jovens


 em 10/12/2012

Hoje, não é preciso ser estudante de Direito ou das áreas de saúde para ouvir pelos corredores da Universidade, ou mesmo de escolas do Ensino Básico, complexas questões que nos desafiam:
- O aborto é lícito em alguma situação? Como enfrentar o problema do aborto clandestino?
- O mundo está superpovoado? É necessário limitar a natalidade? Quem decide sobre isso?
- Como atender aos casais que não conseguem ter filhos? A reprodução assistida é uma alternativa?
- Quais os limites da biotecnologia? Podemos manipular células humanas? O que dizer das plantas e animais transgênicos?
- Quando a vida termina? Podemos abreviar a morte de um paciente que está sofrendo?
- Quando a vida começa? Podemos falar em dignidade de um ser humano que ainda tem poucas células?
- O que dizer da experimentação de medicamentos em seres humanos?
Diante de tantos questionamentos que se apresentam a nós, não surpreende que, logo no início de seu ministério como Papa, Bento XVI tenha feito o convite para que os estudiosos da Igreja dessem atenção especial aos temas da bioética:
“Convido-vos a seguir com particular atenção os problemas difíceis e complexos da bioética. As novas tecnologias biomédicas interessam não somente a alguns médicos e pesquisadores especializados, mas são divulgadas através dos modernos meios de comunicação social, provocando esperanças e interrogaçõesem setores sempre mais vastos da sociedade”.
Entre os setores interessados na temática estão certamente os jovens. Por isso, o portal Jovens Conectados abre espaço para uma coluna de Bioética, na qual esses temas possam ser gradativamente tratados.
Mas o que é Bioética? Uma nova área do conhecimento? Uma ciência antiga que começa a ter novas aplicações? Sem dúvida, seja qual for a definição que dermos, ela ganhou relevância em função do desenvolvimento de técnicas que envolvem profundamente o ser humano, particularmente na Medicina e na Genética.
A conhecida Encyclopedia of Bioethics (New York 1978, vol. I, p. 19) define-a como “estudo sistemático da conduta humana no âmbito das ciências da vida e do cuidado da saúde, examinada à luz dos valores e dos princípios morais”.
Percebe-se, portanto, que se trata de um “braço” da ética geral. Sua tarefa não é elaborar novos princípios éticos gerais, mas aplicar os princípios existentes ao âmbito das ciências da vida e do cuidado da saúde, em especial aos novos problemas que estão surgindo.
A tarefa não é simples, por diversos motivos. Por um lado, perdeu-se clareza sobre o que sejam valores e princípios morais. Nesse aspecto, o mundo vive hoje uma grande contradição: ao mesmo tempo em que se recupera a necessidade da ética, vivemos uma crise não só de valores, mas uma crise do valor.
Entendemos aqui, por “crise do valor”, uma dificuldade em torno ao próprio conceito do que seja “valor”. Para clarear a discussão, é preciso distinguir entre os aspectos objetivos e subjetivos, ou seja, se algo tem valor “em si” ou se tem valor “para mim”. Esses aspectos não são contrapostos, mas muitas vezes se complementam.
A muitos, a própria palavra moral parece trazer arrepios, como se significasse algo retrógrado e incômodo, ligado a regras e proibições arbitrárias; outros a usam em um sentido tão relativo, tão cambiante, que perde qualquer significado. Assim quando se fala que “isso é uma questão ética”, alguns parecem interpretar como “isso é um assunto em que qualquer um pode dar palpite e ter a opinião que quiser”.
Mas a moral deriva do próprio ser do homem, da sua natureza. E a Igreja, que é “perita em humanidade”, facilita-nos o caminho, indicando princípios que nos ajudam a encontrar a resposta a essas complexas questões. Aprofundar na bioética faz-nos entender melhor a nós mesmos.
Animados para trilhar esses caminhos?
Por LENISE GARCIA - Doutora em Microbiologia, professora do Instituto de Biologia da Universidade de Brasília, integrante da Comissão de Bioética da Arquidiocese de Brasília e da CNBB e presidente do Movimento Brasil Sem Aborto
Diácono Valney

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Brasil libera pagamento de visto para participantes da JMJ


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                       O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, confirmou nta quarta-feira, 28 de novembro, que não vão pagar pelo visto brasileiro os estrangeiros que vierem ao Brasil participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O evento da Igreja Católica está marcado para julho de 2013. Na avaliação do Governo federal, a cobrança de taxas e a comprovação de renda, por exemplo, poderiam dificultar a vinda dos católicos para o evento. Devido à reciprocidade diplomática, no entanto, a medida libera os visitantes da taxa, mas os vistos ficam mantidos para estrangeiros de países que exigem o documento para entrada de brasileiros, como os Estados Unidos.
“Essa medida é motivada pelo nosso interesse em motivar a vinda de mais jovens, até pela condição econômica deles”, disse Carvalho. “É a nossa contribuição para que o evento ocorra com o maior número possível de jovens”, acrescentou, após encontro com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o organizador do evento, o arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta. A jornada deve reunir 2,5 milhões de pessoas na capital fluminense entre os dias 23 e 28 de julho do ano que vem.
A expectativa é que a maioria de visitantes seja de brasileiros ou de fiéis vindos de países latinos, mas também são esperados católicos de países asiáticos e africanos. De acordo com Carvalho, para identificar os jovens que vão entrar sem as taxas de visto, as dioceses vão enviar para as autoridades brasileiras os nomes dos participantes e o país de origem, que serão checados pelos órgãos de controle de imigração. “Bastará apresentar a identificação para serem liberados para entrar, dando inclusive agilidade na chegada”, reforçou. Para não colocar em risco a segurança do país, o ministro da Secretaria-Geral acrescentou que os nomes serão verificados pelo sistema de defesa.
“Só serão liberados os jovens que vierem com a carta da diocese, o que facilita, mas evidentemente não podemos baixar a guarda e deixar de fazer as verificações de praxe nos nossos computadores”, informou. A liberação do pagamento e até a dispensa do visto, com base na reciprocidade diplomática, é uma prerrogativa da Lei Geral da Copa e também será adota na Copa de 2014, segundo o ministro.
“Essa parceria que o governo fez com a Igreja Católica, faria com qualquer outra Igreja, ou com qualquer outro evento dessa magnitude que traga reforço da imagem e vantagem comercial”, disse Carvalho. "Somos um Estado laico, mas podemos fazer isso”, completou. No encontro, o Prefeito do Rio Eduardo Paes confirmou que o local da vigília e da missa de encerramento da Jornada Mundial foi trocado de Santa Cruz para Guaratiba. Os eventos vão ocupar duas fazendas na localidade de Mato Alto, na zona oeste.
Em troca da cessão dos terrenos, onde há criação de gado, serão feitas obras de infra-estrutura urbana, como drenagem e ruas. Estão também confirmados a missa de abertura, a passagem do Papa Bento XVI em carro aberto e a Via Sacra nos dias 23, 25 e 26, na Praia de Copacabana, na zona sul.

Diácono Valney