terça-feira, 2 de maio de 2017

8 mentiras sobre Deus que os católicos devem conhecer e rebater.



Publicado originalmente em National Catholic Register.

Tendo em conta a complexidade da teologia católica sobre a natureza de Deus, a seguinte
lista, baseada nas Sagradas Escrituras e no Magistério da Igreja, responde a 8 mentiras
recorrentes que estão à espreita dos católicos no mundo atual.
1. Cristo é insuficiente
Não existem novas revelações e o cânon bíblico está fechado. Há muitas pessoas que
querem “aumentar” os ensinamentos de Cristo sustentando que, como as Sagradas 
Escrituras foram “escritas há muito tempo”, estas deveriam ser “atualizadas”.
Videntes e impostores de todo tipo difundem suas supostas “habilidades proféticas” 
que, ao que parece, estão contra o que sabemos de Deus. Nada mais longe da verdade.

Se estas pessoas estão certas, por que o Espírito Santo dá a cada uma diferentes
mensagens? Cristo e sua Igreja não precisam de nada dos seres humanos. A mensagem
de Cristo é válida e autêntica ontem, hoje e sempre como afirma no livro dos Hebreus 13,8.

2. Pode haver novas revelações do plano da salvação
Não há e nunca poderão existir novas revelações para ser acrescentadas na economia da
salvação. Algumas revelações privadas foram aprovadas pela piedade popular 
(por exemplo, Sagrado Coração, Nossa Senhora de Lourdes, a Divina Misericórdia) e 
outras não.
A chave é se estão de acordo com as revelações originais de Cristo nas Sagradas Escrituras.
As pessoas se colocam em uma situação precária quando se atrevem a julgar não somente a
Bíblia, como também Deus e Sua Igreja, negando assim a Tradição e o magistério.

3. Jesus nunca assegura ser Deus na Bíblia
Cristo se refere a si mesmo como Deus cerca de 50 vezes nas Sagradas Escrituras.
Do mesmo modo, os Evangelhos mostram as reações de quem se opunha a Jesus depois
de afirmar que Ele era Deus ou igual a Deus (por exemplo em Marcos 14,61-62).
Se Jesus nunca afirmou ser Deus, por que algumas pessoas se incomodaram tanto com 
Ele há 2000 anos ao ponto de crucificá-lo? Cristo foi condenado à morte porque o 
consideravam blasfemo ao referir-se a si mesmo como Deus.

4. Todos somos filhos de Deus e, portanto, Ele deve amar tudo o que somos
Sim. Deus criou todos nós. Deus ama todos. Todos somos seus filhos. Entretanto, 
Ele nos chama para Si mesmo em um espírito de amor e arrependimento, mas nem todo
mundo está preparado e disposto a fazer esse tipo de compromisso.
Não podemos dizer que somos seus filhos e ao mesmo tempo nos negar em reconhecer
nossa relação com nosso Pai Celestial. (1 João 3,10, Romanos 8,15, Efésios 2,1-16).
Deus é misericordioso, mas nem todos nós queremos ser perdoados, ou inclusive, 
pensamos que não fizemos nada que deve ser perdoado (1 João 1, 8).

5. Todos adoramos o mesmo Deus
Só existe um Deus único e verdadeiro porque Ele mesmo o afirmou (Deuteronômio 4,39,
Isaías 43,11, 45,5), entretanto, nem todo mundo o reconhece. Cabe também destacar que 
nenhuma deidade pagã afirmou algo assim.
Apesar de parecer ser politicamente correto que todas as pessoas adoram o mesmo
Deus, é teológica, histórica e antropologicamente incorreto. Fora da tradição 
judaico-cristã, as deidades são impotentes, caprichosas, comedidas, hedonistas,
egoístas, tremendamente emocionais e tem pouca preocupação pelos assuntos humanos.
O Deus judaico-cristão é o amor mesmo. Nenhuma outra religião descreve sua deidade
desta maneira.

6. Todas as religiões são iguais
Esta crença está ligada ao ponto anterior e, portanto, é incorreta. Algumas
religiões são violentamente a antítese de todas as demais expressões religiosas. Alguns 
requerem o sacrifício humano, condutas imorais, as quais são consideradas virtudes ou
propõem “textos sagrados” que são ilógicos e contraditórios. É impossível sugerir que
todas as religiões sejam iguais.
Cristo nos diz que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14,6). O Deus judaico-cristão
se apresentou ao seu povo e lhes ensina porque os ama (Atos 4,12). Nenhuma outra religião
faz tais afirmações. A salvação só vem de Cristo e não de Maomé, Buda ou Joseph Smith.
O culto lhe pertence por direito somente a Yahvé, que é o grande ‘EU SOU’ (Apocalipse 4,11).
Existem diferenças irredutíveis entre o cristianismo e o judaísmo como a encarnação, a 
paixão e a ressurreição. Podemos estender esta lista de incompatibilidades ao considerar
as religiões pagãs. Entretanto, muitas exigências éticas através das religiões podem ser
iguais ou pelo menos compatíveis. Esta não é uma coincidência estranha, pelo contrário, 
se o único Deus está chamando toda a humanidade, então sua marca será deixada 
sobre várias respostas ao chamado.

7. Deus usa os homens como “ratos de laboratório”
Deus é onisciente e sabe o que vamos fazer. Ama nossa existência e não nos trata
como se fôssemos “ratos de laboratório”.
Deus é amor (1 João 4, 8-16) e, portanto, nunca poderia nos torturar para ver
“o que faríamos”. A tentação está dentro de nós mesmos e é nossa decisão seguir a 
lei de Deus ou rechaçá-la (Deuteronômio 30,19).

8. A Eucaristia é um mero símbolo
Esta é uma perniciosa heresia e é bastante frequente. Por que o pão e o vinho são
oferecidos no altar por um sacerdote como Corpo e Sangue de Cristo? Porque Jesus 
o diz (Lucas 16).
De fato, revelou às pessoas que o acompanhavam na sinagoga de Cafarnaum e vários
fizeram birra. Jesus perguntou aos seus discípulos se também queriam deixá-lo
por fazer tal afirmação e Pedro respondeu: “Senhor, a quem iremos? Tu tens 
palavras de vida eterna” (João 6,68).
Além do que Jesus disse, deve se considerar como os primeiros cristãos viam a Eucaristia.
Para São Paulo, é uma celebração com a qual se anuncia e atualiza a morte do Senhor 
até a sua volta (1 Coríntios 11,26).
“Portanto, quem come o pão ou bebe o sangue do Senhor indignamente, será réu do corpo
e sangue do Senhor. Por isso, cada um deve examinar-se, e comer deste modo o pão e
beber do cálice. Porque quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe 
sua própria condenação” (1 Coríntios 11, 27-29).
A Didaquê ou instrução dos doze apóstolos reflete este sentimento: “Não permitam 
que comam ou bebam de sua Eucaristia, a exceção dos batizados em nome do Senhor,
porque o Senhor falou: ‘Não deem o que é santo aos cães’” (Didaquê 9,5).

Diácono Valney.