sexta-feira, 28 de junho de 2013

Jornada Mundial da Juventude e a mídia abortista

O desserviço da mídia politicamente correta e o anúncio pró-vida do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude


Por: Equipe Christo Nihil Praeponere
Manual de Bioética que será distribuído na Jornada Mundial da Juventude
As viagens papais sempre são precedidas por uma série de polêmicas levantadas pela mídia local, a fim de jogar terra na visita do Santo Padre. A bola da vez é a distribuição de cerca de dois milhões de exemplares do "Manual de Bioética para Jovens" para o público da Jornada Mundial da Juventude, no próximo mês de julho, no Rio de Janeiro. A iniciativa é da Comissão para a Vida e Família da CNBB e pretende, como diz o documento, "corrigir um ensino, por vezes, desvirtuado nos manuais escolares" acerca de temas como aborto, eutanásia e métodos contraceptivos. Para os "especialistas" ouvidos pela mídia, o manual seria um "desserviço" aos jovens, pois "não lhes dá o direito a uma informação técnica sem valores religiosos".
Para afastar qualquer dúvida a respeito do manual, há de se ter em conta que a idealizadora do documento é nada menos que a fundação francesa Jérôme Lejeune. Ela é uma das mais importantes em pesquisas relacionadas à trissomia 21 (Síndrome de Down) no mundo e a maior provedora de fundos para estudos sobre o assunto na França. O nome da fundação é uma homenagem ao descobridor da base genética da Síndrome de Down e a quem o Beato João Paulo II se referia como um médico que "utilizou a ciência somente para o bem do homem". Por sua defesa da vida, no entanto, o doutor Jérôme Lejeune - que pode ser beatificado em breve - foi hostilizado pelo patrulhamento da cultura da morte, fato que mostra claramente quais são os valores que regem esse movimento.
O chilique da mídia em relação ao Manual deve-se a um motivo bem específico. Ela reza por outra cartilha, mais precisamente, a da Unicef e do Ministério da Saúde. Trata-se do famoso"Caderno das coisas importantes" preparado em 2007 e distribuído pelo Governo Federal a alunos de 13 a 19 anos de idade. Nessa agenda, o adolescente encontra dicas de manuais de sexo, aprende a usar a camisinha e a como se masturbar. No capítulo dedicado ao preservativo, o leitor encontra o material sob o título de "o pirata de barba negra e de um olho só encontra o capuz emborrachado".
Capítulo do “Caderno das coisas importantes”, patrocinado pela Unicef e pela Unesco, em que se ensina a usar a camisinha
Quando a imprensa e seus pseudo especialistas dizem que a Igreja presta um "desserviço" ao jovem por lhe ensinar "valores religiosos" na verdade, estão combatendo aquilo que há muito tempo perderam, ou seja, as virtudes. Todo o código de ética procede de uma única fonte: a lei natural. É contra essa lei que a mídia liberal luta e, por conseguinte, contra o próprio ser humano. O ódio desses jornais aos valores indica uma coisa: são pessoas sem valores e imorais. E, além disso, querem que todos sejam assim. Não é à toa que a corrupção caminha a passos largos no Brasil. Bento XVI já advertia na Encíclica Deus Caritas Est que "um governo sem princípios morais não passa de uma quadrilha de malfeitores".
Quem presta um desserviço aos jovens não é a Igreja que os ensina a viver a sexualidade de forma sadia, mas a imprensa que instrumentaliza seus corpos para campanhas publicitárias. Quem desrespeita a juventude não é a Igreja que os educa para a honestidade e os compromissos duradouros, mas a mídia que os estimula à traição e aos relacionamentos descartáveis. Quem aliena os jovens não é a Igreja que os incentiva a buscar a verdade, mas os jornais que os fazem acreditar que o fim último de suas vidas está num quarto de motel. O "Manual de Bioética para Jovens" pergunta aos leitores "que futuro nos promete uma sociedade em que o modelo feminino pretende construir a sua identidade matando o próprio filho e em que a morte programada dos mais velhos e dos mais vulneráveis é apresentada como o cúmulo da compaixão?". No que depender da mídia abortista, não será um futuro promissor.
É justamente contra essa lógica perversa que se levanta a Jornada Mundial da Juventude. Para horror da mídia politicamente correta, mais de um milhão de jovens se encontrarão com o senhor vestido de branco para falarem de família, matrimônio e castidade. Francisco vem como o grande guardião da vida e da fé para anunciar a "boa nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade". Enfim, para "proclamar um ano de graças da parte do Senhor" (Cf. Isaías 61, 1-2). E por isso as hostes do inferno tremem, porque mais uma vez terão de lembrar que esta terra é Terra de Santa Cruz.
Diácono Valney

domingo, 9 de junho de 2013

Descristianização: Dioceses francesas põem igrejas à venda.


Luis Dufaur
Antigo mosteiro à venda em Gacé, Orne, França

No período “pós-conciliar” houve um espantoso abandono da prática religiosa na França. Os católicos, que no início dos anos 70 eram 88% da população, ficaram reduzidos a 60,4% em 2010 (último dado disponível), segundo o instituto americano Pew Research Center.
Conforme pesquisa do instituto galo Ifop, apenas 4,5% dos franceses vão à igreja todos os domingos e somente 15% a frequentam pelo menos uma vez por mês.
Imbuídas da ideia de “inserir a Igreja no mundo”, em vez de diante de tamanha queda promoverem o retorno à verdadeira prática religiosa, as dioceses francesas aceleram, pelo contrário, a venda de igrejas e de outros prédios religiosos católicos como conventos, seminários e escolas, noticiou a BBC Brasil.
Veja vídeo
Veja demolição
da igreja de Abbeville,
França, abril 2013
Acresce-se a isso o esvaziamento dos seminários modernizados. E como o afastamento dos fiéis não só prejudica gravemente o bem de suas almas, mas também os desanima a doar para a Igreja, o resultado são os milhares de igrejas fechadas por falta de recursos para mantê-las.
“As dioceses estão em uma situação financeira crítica, com cada vez menos fiéis”, explicou Maxime Cumunel, do Observatório do Patrimônio Religioso, entidade civil que tenta preservar essa herança histórica religiosa.
O corretor imobiliário Patrice Besse, especializado na venda de propriedades religiosas, explica que “antes as dioceses se sentiam incomodadas em vender suas igrejas. Afinal, elas foram construídas com o dinheiro de doações. Agora há uma necessidade econômica. É preciso vender algumas para salvar outras”.
“Há cada vez menos fiéis e menos doações. O fenômeno de venda de igrejas está aumentando”, disse Besse.
A corretora de Patrice Besse dispõe de seis igrejas à venda, com preços entre € 50 mil e € 500 mil euros (aproximadamente entre R$ 130 mil e R$ 1,3 milhão), muito pouco dinheiro se comparado ao dos imóveis residenciais.
Capela do século XII transformada em moradia. Fronsac, Gironda, França
Ele acaba de vender por € 125 mil uma igreja na cidade de Soissons, no norte da França. O comprador foi um pianista anglo-taiwanês de 21 anos.
“A manutenção custa caro, e muitas paróquias preferem vender seus bens para não ter de arcar com despesas de obras”, afirma o corretor.
É o caso de uma capela na região de Bordeaux, no sudoeste da França. A diocese local explica em seu site que a mesma está fechada por razões de segurança desde julho de 2011.
As obras necessárias são estimadas em € 400 mil, preço frequentemente gasto por milhares de franceses na restauração de propriedades históricas.
Uma igreja vendida no ano passado na pequena cidade de Vandoeuvre-les-Nancy, no leste da França, tornar-se-á um centro comercial. “Só uma centena frequentava a igreja, que tem capacidade para mais de 700 pessoas”, justificou a diocese de Nancy, que obteve € 1,3 milhão com a venda.
Este exemplo toca num ponto muito sensível. Desanimados com a desordem no clero, os católicos temem muito que vários desses templos abandonados possam ser comprados com dinheiro vindo de países islâmicos e se tornarem mesquitas muçulmanas.
Ex-Carmelo à venda, Macon, França
Teme-se também que, como já sucede, algumas virem residências pessoais – aliás, bastante esquisitas – ou locais para atividades que tocam na irreverência ou na blasfêmia.
O temor é acrescido pela frequente recusa das dioceses em ceder suas igrejas abandonadas para uso dos fiéis que nelas fariam celebrar a Missa no rito extraordinário aprovado pela Santa Sé.
Esses fiéis se dispõem a arcar com os custos da restauração e manutenção, mas suas propostas são recusadas pelos bispos diocesanos “progressistas”, obrigando os fiéis a apelar a Roma.
Segundo Benoît de Sagazan, do Observatório do Patrimônio Religioso e detentor de um blog sobre o tema, no mês de fevereiro de 2013 havia 43 igrejas e capelas à venda na França.
A descristianização da “filha primogênita da Igreja” avança como consequência da revolução interna dentro do clero e do laicato católico, por vezes mal disfarçada sob o slogan “Igreja dos pobres” ou “para os pobres”.
Diácono Valney.