sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Católicos não se metam com halloween!

Por Paulo Ricardo.


Existe muito mais por trás do Halloween do que fantasias esquisitas e hábitos americanos clichês. A criação desta festividade milenar, em grande parte, contou com a ação da Igreja Católica. É fato, tem origens pagãs, dizem alguns historiadores; no entanto, eu considero esse mais um caso daqueles em que se tenta acusar a Igreja de apropriação indevida de tradições pagãs inteligentíssimas. Claro né? Afinal, o que são as contribuições da Igreja ante a “magnificência” daquilo que os pagãos nos legaram, como a clava e a cueca de pelo de esquilo?
Mas, como diz nosso amigo Jack, The Ripper, vamos por partes…
Como surgiu o Halloween
Samhaim
Pronuncia-se “souim”. Essa era uma festa pagã celebrada pelos celtas e considerada como a origem mais remota do Halloween. Durante o Samhaim – do qual, realmente, se sabe muito pouco – os celtas consideravam que no solstício de outono, mais precisamente no dia 31 de outubro, os vivos ficavam presos no mundo dos mortos e os mortos podiam aparecer no mundo dos vivos.
Bom, druídas new age ainda comemoram o Samhaim, para eles é como se fosse o ano novo. Porém, uma olhada mais detalhada em outro elemento de origem (a Lemúria) dá uma pista de que realmente tem coelho nesse mato.
Lemúria
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A palavra latina “lemur” quer dizer fantasma. Os europeus deram aos bichinhos lêmures este nome porque, ao ver esses “zoião” brilhando no meio da noite, lembravam dos espíritos.
Acho que todos conhecem a história dos gêmeos fundadores de Roma – Rômulo e Remo. Criados por uma loba, cresceram e então fundaram a Cidade Eterna. É Ovídio que nos conta que aLemúria, um bizarro festival de adoração dos mortos, foi instituída por Rômulo, fratricida, para apaziguar a alma de seu irmão (na real, a culpa tava era roendo o cara por dentro). Tanto é que o nome original da festa era Remúria.
Durante a Lemúria, que acontecia entre os dias9 e 13 de maio, os fantasmas voltavam dos túmulos (eram também chamados de larvas) para aterrorizar os vivos (resumindo: cambada de desocupados. Para acalmar as almas atormentadas, os pateres famílias tinham que fazer um ritual muito maluco que nem vale a pena descrever aqui. Além disso, os nossos amiguinhos fantasmas era tarados em leite (?) e bolo. O costume era as pessoas derramarem leite nos túmulos e ofertarem bolinhos pras alminhas que, mais tarde, viriam a ser amiguinhas do Kardec.
Com a chegada do século VII, os dias de paganismo da Lemúria estavam contados… O dia 13 de maio seria incorporado por uma grande festividade cristã.
Dia de Todos os Santos
Aí entra a Igreja. No ano de 609, o Papa Bonifácio IV consagrou o Panteão de Roma (antigo templo de culto aos deuses romanos) à Virgem Maria e a todos os Mártires. Foi então que a Igreja incorporou a data que era ocupada pela Lemúria – mais precisamente o dia 13 de maio - com intuito de varrer de vez o paganismo. Criou-se aí o Dia de Todos os Santos, cuja a data original era 13 de maio.
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O Panteão é o maior símbolo da vitória do cristianismo sobre o paganismo em Roma.
E como fazer um “link” entre Samhaim, Lemúria e Dia de Todos os Santos? Simples: bastou uma pequena mudança de calendário. O Dia de Todos os Santos foi transferido pelo Papa Gregório VII para o dia 1º de novembro. Como tem muito historiador babaca, dizem que ele fez isso para sufocar um provável renascimento dos antigos rituais ligados ao Samhaim (isso só estava acontecendo na Inglaterra, fique bem claro), que ocorria em 31 de outubro.  Não é mais lógico acreditar na verdadeira intenção? Ele construiu uma Igreja para todos os Santos em Roma, inaugurada em… 1º de novembro!
Com isso, o velho Samhaim, comemorado no dia 31 de outubro, na terra dos bretões, passou a ser chamado de “Noite de Todos os Santos“, que em inglês se pronuncia“All Hallows Evening” (Noite dos Santificados), que por derivação acabou dando na palavra “Halloween”.
No dia 2 de novembro foi criado o dia de todos os fiéis finados, nosso popularFinados. Concluímos que a associação ao macabro da Noite de Todos os Santos deve-se à Igreja por ser a data muito próxima do dia de Finados. Em outras palavras,o Halloween é, em grande parte, uma criação católica. Depois, a festa foi apropriada e “paganizada” pelos seculares que, utilizando-se de argumentos duvidosos, dizem apenas estar retomando de volta algo que lhes foi usurpado. Vai entender essa gente…
Por falar em Finados, foi graças a um apelo dos padres feito durante a Idade Média que, hoje, os felizes ateus e seus ateuzinhos podem sair de porta em porta nos EUA pedindo doces. Entenda a seguir!
Os principais elementos da festa
Pedir doces
trick-or-treatNo dia de Finados os padres sempre pediam aos cristãos que rezassem pelos que partiram, e cuja alma poderia estar no Purgatório. Isso poderia ajudar a mandar seus entes queridos mais rápido para o Céu. Mas sempre tem gente que é preguiçosa até para aliviar a alma da própria mãe… a ocasião fez o ladrão. As crianças, muito espertamente, arvoraram-se nas grandes tiradoras de almas do Purgatório, oferecendo-se para as pessoas como rezadoras, em troca de bolinhos.
Esses bolinhos, que muito lembravam pequenos panetones, passaram a ser conhecido como “bolinho das almas” e era pedido de porta em porta sempre na Noite de Todos os Santos, preparando-se para as orações no Dia de Finados.
Bruxas
Esse elemento não teve origem no meio católico. A imagem clássica que temos bruxa foi construída a partir do século XVI em países de forte influência luterana: Inglaterra, Alemanha e Suíça. Ou seja, é obra da turminha de Lutero.
A bruxa é a típica ajudante de satã. Sua imagem é a derivação de uma personagem que faz parte da mitologia inglesa chamada Hag, uma entidade mitológica que vivia em árvores e sufocava pessoas. Já notaram que a maioria dos instrumentos que essas mulheres utilizavam para praticar o mal não passavam de simples apetrechos comuns em qualquer casa (caldeirão, vassoura…)? Mas o que esperar da cabeça de um luterano ou de um calvinista?
Máscaras e destruições
Durante as festividades do Dia de Todos os Santos era comum que as pessoas bebessem um pouco além da conta e danassem a praticar a mais peculiar e maior especialidade do ser humano: fazer “M”. Eram comuns incêndios e depredações, e muitas crianças alopravam quando não recebiam a quantidade bolinhos das almas de que se achavam merecedoras. Para manter o anonimato, os vândalos passaram a utilizar-se de máscaras.
V de Vingança
v_de_vinganca_gui_fawkesMas o que é que o gibi tem a ver com isso? Tudo e nada, foi só para dar uma imagem recorrente no imaginário pop. A máscara do personagem V do filme/gibi é a representação do rosto de Guy Fawkes.
O uso de máscara era comum no campo e só passou a ser mais utilizado na cidade por causa de Guy Fawkes, um soldado católico que queria mandar o Rei Jaime I – protestante – literalmente, para o espaço.
Em 5 de novembro de 1605, Fawkes e sua turma colocaram 36 barris de pólvora embaixo do parlamento inglês. Fawkes era um completo idiota, muito católico, mas idiota. Sendo preso (o plano não deu certo), recebeu sobre si toda a piedade beneplácito protestante: foi enforcado, teve o sangue drenado, o corpo esquartejado e, finalmente, foi jogado ao fogo.  No ano seguinte, no mesmo dia de sua prisão, as crianças de Londres saíram às ruas para zombar da memória de Fawkes promovendo balbúrdia por onde passavam.
Até hoje, na Inglaterra, se comemora o dia de Guy Fawkes.  É uma grande chacota, antes era mais perigosa, hoje é inofensiva.
Elementos do Halloween americano
Os puritanos do May Flower, quanto chegaram à América, tinham um só pensamento em mente: fundar uma nova nação em que nada da antiga Inglaterra, com seus hábitos decadentes e que ofendiam a Deus (na visão deles, fique bem claro) penetrasse em suas fundações. Como se isso fosse possível…. a começar pela língua. É claro que isso não era viável! De qualquer modo, dentro do barco da pureza tinha muita gente que curtia uma fogueirinha de Guy Fawkes. E assim, o terrorista católico chegou na América.
Assim como o Brasil, o EUA abrigam culturas distintas. O nascimento do moderno Halloween ocorreu lá no Norte, muito graças à mistura das tradições dos ingleses, já presentes desde a época do May Flower, com as dos irlandeses, italianos, portugueses e escoceses.
Vamos ver agora outros elementos presentes no Halloween, como estamos acostumados a vê-lo.
Lanterna de abóbora
halloween_abobora_nabo_jackA lanterna do Halloween, originalmente, não era feita com uma abóbora, mas sim com um nabo. Podemos associar a lanterna de abóbora, em primeiro lugar, à representação feita em Portugal da mitológica Coca, um ser maligno que também é a raiz do nosso conhecido bicho papão. Mas a lenda da lanterna está associada a um personagem conhecido como Jack, o miserável (em inglês, a lanterna de abóbora é conhecida como Jack O’Lantern). Então senta que lá vem a história.
Jack Miserável convidou o canho para tomar uns gorós. Como seu nome não era apenas uma figura de retórica, Jack Miserável não queria pagar a conta e solicitou ao diabo que virasse uma moeda para pagar a conta. Mesmo assim o sem noção não pagou embolsou o dinheiro e caiu fora. Jack ainda sacaneou o dito pois colocou a moeda no bolso ao lado de uma cruz que o impedia de reassumir sua forma normal. Para soltá-lo Jack faz um acordo com o duba de que este não o incomodaria por um ano e se morresse o demônio não reclamaria sua alma. Existem muitas e muitas histórias do embate entre Jack e satã, mas o principal mesmo ocorre depois da morte de Jack.
Tanto aprontou o pão-duro que claro sua alma não poderia ser aceita no céu, mas o demônio também não poderia reclamar sua alma em virtude do pacto firmado anteriormente. Então, Jack se viu preso entre reinos, um fantasma incorpóreo, que obteve do demônio um mimo: uma brasa de carvão infernal que nunca se consome. Como era muito quente para carregar na mão, Jack a enfiou dentro de um NABO e vagueia pelas noites segurando seu apavorante nabo assustando os viajantes pelas estradas do mundo.
Aí você se pergunta: por que nabos? Resposta simples. NA EUROPA NÃO EXISTIAM ABÓBORAS! Quando os imigrantes escoceses e irlandeses chegaram na América viram que era muito melhorar usar uma enorme, macia e colorida abóbora do que um duro, pequeno e branquelo nabo.
Mortalhas
A mortalha entra como elemento do Halloween porque a imagem mais comum de fantasmas que associa-se a essa data nada mais é do que corpos cobertos por mortalhas. Antigamente, quando o ser humano tinha mais imaginação, a figura fantasmagórica, banalizada pelos desenhos do Scooby-doo, era algo que realmente causava muito medo. Faça o simples exercício de imaginar o que há por baixo do lençol… Isso poderia antigamente levar à loucura, mas hoje em dia é considerado algo banal.
Falta de noção e criminalidade
Na primeira metade do século passado, as pessoas simplesmente perdiam a noção quando se tratava de Halloween. Durante a época da falsa depressão (1929, mais detalhes no futuro), os incêndios, depredações, esculhambações, assaltos e estupros quintuplicavam na época do Halloween (o que acabou levando a chamarem a data de “noite do demônio”).
No campo, a molecada costuma sair à noite para tocar rebanhos porteira a fora. Essa prática era tão comum que o Halloween na roça passou a ser conhecido como “noite da porteira”. Em 1933, a festividade foi chamada de “Halloween Negro” porque o nível de destruição daquele ano não encontrou parâmetros até os dias de hoje. Literalmente: tocaram fogo nos EUA.
O Estado interveio, e a repressão no ano seguinte e nos demais foi brabérrima. A sociedade civil amenizou os elementos de Halloween, associando seus caracteres macabros a coisinhas inofensivas e cômicas, e é essa estética que sobrevive até hoje. A única coisa assustadora que permaneceu foi o Michael Myers (o assassino da série de filmes “Halloween”, que deve estar no 3164, mais ou menos). No final esse inferno, tamanha a mobilização tanto do estado quando da sociedade civil levou ao inofensivo “doce e travessura”.
O bolinho das almas dos católicos medievais foi substituído por chokitos e balas juquinha, e ajudou a manter a falta de noção dentro dos limites aceitáveis.
Capitão Kirk
kirk_mascara_latexEssa vai para trekkers e para nerds que gostam de filmes de terror. Já falei do filme do Michael Myers, “Halloween”. O que pouca gente sabe é que esse filmeco – hoje classic cult - foi feito com orçamento de jantar em churrascaria rodízio – U$ 375.000,00 – e arrecadou nada mais, nada menos, do que 500 milhões de doletas.
Bom, com esse orçamento chulé os caras não tinham como custear altas maquiagens nem super efeitos, e se viraram com o que podiam. Como eles precisam dar uma “identidade” ao pai do Jason, errr…, quer dizer, o assassino do filme, eles foram até uma loja de mágicas ordinárias e lá encontram uma máscara de látex vagabunda que DEVERIA ser igual ao rosto do Capitão Kirk, da série Jornada nas Estrelas. Só que o negócio era tão tosco que nem de longe lembrava a cara do ator William Shatner. Ainda assim, usaram-na pra compor o personagem principal. Acabou que, hoje, uma das caras do Halloween é justamente a cara do Myers, que na verdade é a cara mal feita do Capitão Kirk.
*****
Agora vocês já podem dizer que sabem e entendem melhor as coisas dessa festa importada. Acho fascinante estudar o assunto para entender a cultura, mas, particularmente, não gosto da festa. E, nos dias de hoje, o espírito mitológico e o fundo religioso que estão ligados à origem do Halloween foram substituídos pelo hedonismo vazio do homem urbano.

Diácono Valney

domingo, 26 de outubro de 2014

Casamento na Igreja, Evento social ou sacramento?

O Catequista.


“Já viram uma noiva entrar na igreja com ‘Pretty Woman’? Pois é… Ontem eu vi… ”. Ao ver esta mensagem no Twitter, não me surpreendi nada, nada. O senso do sagrado anda tão deteriorado, que nem debaixo das barbas de Deus o povo toma tento. As Cerimônias de casamento, infelizmente, refletem este desbunde mais do que qualquer outro rito – até porque muitos casais que solicitam este Sacramento não são efetivamente católicos.

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Houve um tempo em que os noivos e os convidados tinham uma postura reverente ao entrar no templo de Deus. Mas a minha geração vê o casamento mais como uma oportunidade especial de aparecer do que como um acontecimento religioso. Não são poucos os noivos que emporcalham o rito com músicas impróprias, trajes vulgares e bizarrices diversas, tudo isso sob os olhares condescendentes de alguns membros do clero.
A banalização do rito do casamento fica evidente especialmente na escolha das músicas, que de religiosas não têm nada. O que não falta é casal de noivos confundindo a igreja com o motel: querem que sejam tocadas no templo santo as mesmas baladas que costumam ouvir no “Xamego’s Point”.
No top hit das músicas profanas para casamentos na Igreja, temos:
  • Com te Partiró – Andrea Bocelli;
  • She – Elvis Costello;
  • Hey Jude – Beatles;
  • Fascinação – versão do Armando Louzada;
  • Unchained Melody – Tema do filme Ghost;
  • Eu sei que vou te amar – Tom Jobim/Vinícius de Morais;
  • Over de Rainbow – Israel Kamakawiwo’ole;
  • Love me Tender – Elvis Presley;
  • My heart will go on – Celine Dion;
  • Endless love – Diana Ross & Lionel Richie.
Ok, muitas destas músicas são tudo de bom, mas não têm nada a ver com uma cerimônia religiosa. Podem ser perfeitamente tocadas na festa do casamento, mas o povo insiste em avacalhar o rito, por ignorância ou por capricho.
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Algumas noivas piriguetes querem se fazer notar especialmente pela sensualidade, e, diante do altar do Cordeiro Imolado, se apresentam com os peitos quase saltando pra fora do decote.
Cada vez mais são adicionados elementos estranhos ao rito do matrimônio, como o injustificável destaque dado à entrada de pajens e damas, quase sempre acompanhados pela canção tema de algum filme da Disney. À primeira vista, isso parece muito bonitinho e inofensivo. Mas cada um desses fru-frus colabora para que o Sacramento seja visto por todos como mais um evento mundano, distraindo a atenção daquilo que é essencial.
Assim, aquilo que poderia ser uma bela ocasião de testemunho para os convidados e para a comunidade, se reduz a um triste circo de vaidades. Ninguém está ligando muito pro sagrado (as leituras, as promessas, as orações, as bênçãos); todo o destaque é dado ao profano.
Quando eu falo em “circo”, não estou exagerando. Em março deste ano, um homem e uma mulher de Garibaldi-RS casaram-se na Igreja fantasiados de Shrek e Fiona (foto abaixo). A cerimônia, realizada na matriz da cidade, foi presidida por um frade, e os convidados também estavam fantasiados. Após o ocorrido, os bispos da Diocese de Caxias do Sul advertiram o celebrante e emitiram uma nota à imprensa desaprovando a palhaçada.
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No Antigo Testamento, quando Deus falou a Moisés do meio da sarça ardente, disse:
“Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa.” (Êxodo 3,5)
É óbvio que não havia mal algum no fato de Moisés usar sandálias, porém, tirá-las antes de pisar no solo sagrado era um sinal concreto de respeito, de reconhecimento da santidade daquele local.
Da mesma forma, não há mal nenhum em curtir Elvis Presley, por exemplo, mas inserir uma música do seu repertório dentro de um rito religioso só revela o quanto estamos mais interessados em fazer um evento “com a nossa cara”, “diferente” e “emocionante” do que em louvar a Deus de forma humilde, reverente e liturgicamente adequada.

Diácono Valney 


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Nossa Senhora da Conceição Aparecida - Padroeira do Brasil


 CN - Com muita alegria nós, brasileiros, lembramos e celebramos solenemente o dia da Protetora da Igreja e das famílias brasileiras: Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto (MG). Convocados pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram.
Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu, onde lançaram as redes e apanharam uma imagem sem a cabeça, logo após, lançaram as redes outra vez e apanharam a cabeça, em seguida lançaram novamente as redes e desta vez abundantes peixes encheram a rede.
A imagem ficou com Filipe, durante anos, até que presenteou seu filho, o qual usando de amor à Virgem fez um oratório simples, onde passou a se reunir com os familiares e vizinhos, para receber todos os sábados as graças do Senhor por Maria. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil.
Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).
No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.
O Papa Pio X em 1904 deu ordem para coroar a imagem de modo solene. No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor. Grande acontecimento, e até central para a nossa devoção à Virgem, foi quando em 1929 o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil, com estes objetivos: o bem espiritual do povo e o aumento cada vez maior de devotos à Imaculada Mãe de Deus.
Em 1967, completando-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário de Aparecida a Rosa de Ouro, reconhecendo a importância do Santuário e estimulando o culto à Mãe de Deus.
Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início, em 11 de novembro de 1955, a construção de uma outra igreja, a atual Basílica Nova. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional, sendo o “maior Santuário Mariano do mundo”.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!
Diácono Valney.