terça-feira, 25 de agosto de 2015

Por que o cristianismo cresce rapidamente na China?


ACI Digital DENVER – O Cristianismo cresce rapidamente na China, esse acontecimento poderia ser devido a compenetração da fé e os avanços tecnológicos atuais. Rodney Stark, reputado sociólogo, afirmou que o número de cristãos na China está crescendo em média uma taxa de 7% anualmente. Stark, codiretor do Instituto de Estudos de Religião da Universidade de Baylor, produziu junto com Xiuhua Wang o relatório: “Uma estrela no Oriente. O crescimento do cristianismo na China”. Ambos os autores apontam que em 1980 haviam 10 milhões de cristãos na República Popular da China e que em 2007 estes alcançaram os 60 milhões. Com uma taxa de 7%, atualmente, os cristãos na China são aproximadamente quase 100 milhões. Stark e Wang atribuem este crescimento ao número de conversões entre pessoas com um grau de educação alto, e estes experimentam a “incongruência cultural” entre a cultura tradicional asiática e a modernidade tecnológica e industrial. Algo que evidencia uma carência espiritual a qual o Cristianismo pode responder. Os intelectuais chineses, explica Stark ao Grupo ACI, “estão seguros de que devem olhar para o Ocidente para compreender o mundo no qual vivemos. As religiões orientais não encaixam no mundo moderno atual e por isso é necessário olhar para o Ocidente para encontrar filosofias e religiões que assim o façam. Isto é algo muito interessante”.
                                Religiões como o taoísmo, o confucionismo e o budismo são, na opinião de Stark, “antiprogressistas. Estas religiões proclamam que o mundo está em decadência depois de um passado glorioso e devemos olhar para trás e não para diante. Nenhuma delas admite que somos capazes de entender algo do universo – porque este é algo sobre o qual meditamos, não sobre o qual mostramos uma teoria, como fazem os físicos. Isto não está de acordo com o mundo no qual os chineses vivem no seu dia a dia”. “A sociedade industrial, e a ciência apoiada nela, não podem ser adaptadas nessas visões religiosas”, assegura Stark. “Mas a pergunta de que significa o mundo e de como viver nele continua presente, por isso existe um grande motor na cristianização da China e isso responde às perguntas dos chineses com alto grau de educação que são os mais propensos a converter-se”. A expansão do Cristianismo na China, assegura, foi possível apesar do “pior tempo de perseguição religiosa” na revolução cultural de Mao Zedong entre os anos 1960 e 1970, porque “foi um processo de conversão invisível, o qual o governo não podia ver”. Segundo Stark, a conversão religiosa acontece sobretudo através das redes sociais e por isso é “invisível” ao governo. Pois este explica que os chineses que vivem em áreas rurais são mais propensos que os habitantes das cidades, porque seus vínculos sociais são mais fortes e por isso o cristianismo é transmitido mais facilmente. As pessoas não estão acostumadas a fazer parte de grupos de evangelização itinerante, mas “as pessoas conhecem e interiorizam de uma forma muito mais tranquila”.  
Diácono Valney

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

“Peregrinos, continuem a vir à Terra Santa! Ela é mais segura do que a Europa!”


Apelo de dom Marcuzzo e do pe. Pizzaballa para que a terra de Jesus não seja abandonada por medo de atentados fundamentalistas.
 Zenit - “Peregrinos, continuem a vir à Terra Santa! Aqui é mais seguro que na Itália e na Europa”, pediu dom Giacinto Boulos Marcuzzo, vigário patriarcal de Jerusalém, aos fiéis de todo o mundo. Pelo site Terrasanta.net, o prelado que vive em Nazaré enfatiza que o “medo aprisionador” dos peregrinos é “absolutamente infundado”, já que a maioria das pessoas confunde “os massacres e sequestros que acontecem na Síria, no Iraque, na Líbia e agora até na Tunísia” com a situação da Terra Santa, onde há, na realidade, “uma tranquilidade geral”.
O bispo pede que “a Terra Santa não seja abandonada” e recorda que as peregrinações são um modo de apoiar os cristãos na terra de Jesus: 30% deles, especialmente em Jerusalém e Belém, vivem do turismo religioso. “Isto significa, na prática, que, quando há peregrinações, pelo menos 30% dos cristãos locais trabalham normalmente, mas, quando há uma crise de peregrinações, esses 30% ficam expostos ao desemprego e, direta ou indiretamente, à emigração”.
O vigário patriarcal de Jerusalém salientou ainda que a presença dos peregrinos é “água rejuvenescedora” para a fé, além de conforto para as comunidades cristãs: ao verem “um ônibus de peregrinos chegar, elas pensam mais ou menos isto: ‘Ah, eles não se esqueceram! Eles ainda amam a nossa terra e participam, pelo menos durante alguns dias, da nossa vida!’. Fortalecidos pela sua presença e pelo seu amor, nós também seguimos em frente”.
E o que podemos fazer para ajudar os cristãos da Terra Santa? “A nossa experiência sugere a seguinte resposta: a forma mais fácil e mais eficaz para ajudar a Terra Santa é a peregrinação! A peregrinação é boa para todos: para o peregrino e para o cristão local”.
Um apelo semelhante foi lançado há poucos dias pelo Custódio da Terra Santa, o padre Pierbattista Pizzaballa, que, em comunicado, relatou em detalhes que as peregrinações à terra de Jesus têm tido “um declínio dramático” de mais de 40%. A causa é, principalmente, o “medo das guerras no Oriente Médio e dos ataques terroristas perpetrados por grupos fundamentalistas, que ensanguentam também os países do Ocidente”.
“Interpretando a voz das diversas comunidades cristãs que vivem em Israel e na Palestina, eu gostaria de lhes dizer: não abandonem a Terra Santa! Não há nenhuma razão sensata para não se organizar uma peregrinação aos Lugares Santos. A segurança é garantida nos santuários e nas áreas frequentadas pelos peregrinos. E nós, cristãos da Terra Santa, precisamos mais do que nunca da presença e do apoio dos peregrinos que vêm de todo o mundo para rezar aqui”.
“Jerusalém e os Lugares Sagrados do cristianismo permanecem até hoje como um sinal fundamental da fé, como testemunho da vida, morte e ressurreição de Jesus. Todos os cristãos olham para a Terra Santa e encontram nela as raízes e o sentido autêntico da sua missão no mundo. A Terra Santa é uma escola do Evangelho. Aqui se pode aprender a olhar, ouvir, meditar, desfrutar do silêncio para compreender o significado mais profundo e misterioso da passagem de Jesus. O ambiente nos remete a lugares, trajes, cores, perfumes… Os mesmos que Jesus conheceu quando se revelou ao mundo”.
O pe. Pierbattista dedica então um pensamento aos cristãos, sempre “uma minoria”, “uma presença pequena, mas de coração ardente”, que nunca foi embora. A fim de salvaguardar a sua presença e, se possível, reforçá-la, “pedimos que as dioceses, paróquias e movimentos não nos abandonem. A peregrinação à Terra Santa é um testemunho de paz e de diálogo”.
A mensagem do pe. Pizzaballa foi ecoada também por Avital Kotzer Adari, diretora do Escritório Israelense de Turismo em Milão: “A Terra Santa é essencial para o peregrino que vem conhecer as raízes da sua fé e da fé dos seus pais, que fazem uma experiência verdadeiramente única de espiritualidade, de viver em segurança os locais onde as pedras contam a história da nossa Terra Santa”.
Diácono Valney

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Dia do diácono. Dia de São Lourenço Mártir, padroeiro dos diáconos.

Serviu o sagrado Sangue de Cristo

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

A Igreja Romana apresenta-nos hoje o dia glorioso de São Lourenço quando ele calcou o furor do mundo, desprezou sua sedução e num e noutro modo venceu o diabo perseguidor. Nesta mesma Igreja – ouvistes muitas vezes – Lourenço exercia o ministério de diácono. Aí servia o sagrado sangue de Cristo; aí, pelo nome de Cristo, derramou seu sangue. O santo apóstolo João expôs claramente o mistério da ceia ao dizer: Como Cristo entregou sua vida por nós, também nós devemos entregar as nossas pelos irmãos (1Jo 3,16). São Lourenço, irmãos, entendeu isto; entendeu e fez; e da mesmíssima forma como recebeu daquela mesa, assim a preparou. Amou a Cristo em sua vida, imitou-o em sua morte.  
Também nós, irmãos, se de verdade amamos, imitemos. Não poderíamos produzir melhor fruto de amor do que o exemplo da imitação; Cristo sofreu por nós, deixando-nos o exemplo para seguirmos suas pegadas (1Pd 2,21). Nesta frase, parece que o apóstolo Pedro quer dizer que Cristo sofreu apenas por aqueles que seguem suas pegadas e que a morte de Cristo não aproveita senão àqueles que caminham em seu seguimento. Seguiram-no os santos mártires até à efusão do sangue, até à semelhança da paixão; seguiram-no os mártires, porém não só eles. Depois que estes passaram, a ponte não foi cortada; ou depois que beberam, a fonte não secou.  
Tem, irmãos, tem o jardim do Senhor não apenas rosas dos mártires; tem também lírios das virgens, heras dos casados, violetas das viúvas. Absolutamente ninguém, irmãos, seja quem for, desespere de sua vocação; por todos morreu Cristo. Com toda a verdade, dele se escreveu: Que quer salvos todos os homens, e que cheguem ao conhecimento da verdade(1Tm 2,4).  
Compreendamos, portanto, como pode o cristão seguir Cristo além do derramamento de sangue, além do perigo de morte. O Apóstolo diz, referindo-se ao Cristo Senhor: Tendo a condição divina, não julgou rapina ser igual a Deus. Que majestade! Mas aniquilou-se, tomando a condição de escravo, feito semelhante aos homens e reconhecido como homem (Fl 2,7-8). Que humildade!  
Cristo humilhou-se: aí tens, cristão, a que te apegar. Cristo se humilhou: por que te enches de orgulho? Em seguida, terminada a careira desta humilhação, lançada por terra a morte, Cristo subiu ao céu; sigamo-lo. Ouçamos o Apóstolo: Se ressuscitastes com Cristo, descobri o sabor das realidades do alto, onde Cristo está assentado à destra de Deus (Cl 3,1).

Diácono Valney