quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

VOCAÇÃO DIACONAL (PERMANENTE) CRESCE EM TODO O MUNDO


De acordo com o ultimo Anuário Estatístico da Igreja, apresentado
pelo Vaticano à imprensa, o número de diáconos permanentes, tanto diocesanos
quanto religiosos, continua com tendência de crescimento elevado.
Os diáconos permanentes são o grupo mais forte em evolução ao longo do
tempo: de cerca de 28 mil em 2000, aumentou para 37 mil em 2008, em 2009
chegaram a 38.155 e em 2010 o aumento atingiu o percentual de 3,7% com
relação ao ano anterior, chegando assim ao numero de 39.564 em todo o
mundo.
Os diáconos permanentes estão presentes principalmente na
América do Norte e na Europa (64,3% e 33,2%, respectivamente).com variação
signifi cativa de 33,7%. Na América do Norte o aumento é sustentado:
em 2000 havia mais de 18 mil diáconos permanentes, enquanto em 2008 este
número aumentou para 24 mil. Os dados revelam que atualmente, no mundo,
a vocação diaconal esta retomando seu vigor. No site da Comissão Nacional
dos Diáconos Permanentes: www.cnd.org.br, o padre Walter Goedert apresenta
uma defi nição e comentários muito interessantes sobre a vocação, e
destaco o que ele escreve: “Dado que o diácono permanente é simultaneamente
pai e esposo, exerce uma profi ssão civil e se consagra à comunidade
eclesial pelo sacramento da Ordem, sua vocação abrange vários aspectos. Na
verdade, são três grandes dimensões: familiar, profi ssional e eclesial. Embora
com desafi os próprios, estas não deixam de contribuir positivamente para a
realização da vocação diaconal”.
Administrar esses desafi os e colocá-los a serviço da missão
constitui tarefa diária. É preciso maturidade para atribuir a cada função o
peso certo no momento exato. A harmonização dos possíveis confl itos exige
uma escala de valores ditada pela vivência dos sacramentos do Matrimônio
e da Ordem, e pela responsabilidade profi ssional. Não se trata de privilegiar
uma das dimensões em detrimento das outras; é preciso, mesmo dando prioridade
momentânea a uma delas, buscar o equilíbrio. Sem essa harmonia não
existe plena realização vocacional. Uma vez que a vocação inclui aspectos
sobrenaturais (é Deus quem chama e espera resposta), é necessário aplicar
à vocação diaconal as características bíblicas do chamado. Vocação é antes
de tudo, dom de Deus: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te
conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei. Eu te constituí profeta para
as nações” (Jr 1,4-5).
É também dom para a Igreja. Um bem para o vocacionado e para sua missão.
Como dom, deve ser acolhido dentro das circunstâncias de tempo e de ambiente.
Na avaliação da autenticidade de uma vocação devem ser levadas em
consideração as aptidões objetivas do candidato, a livre determinação da vontade
e a confi rmação do chamado pela Igreja. Esse processo deve ser feito em
estreita união com a família do candidato [ao diaconato], com a comunidade
eclesial e com os responsáveis diretos pela formação diaconal.
A Sagrada Escritura revela, ainda, que o chamado acontece em vista
de uma missão especifi ca. É convite pessoal que espera adesão consciente
de fé e de vida, incluindo uma consagração particular a Deus em forma de
serviço ao povo. Toda vocação constitui um serviço; o chamado ao diaconato
o é de forma especial por ser o diácono sinal sacramental de Cristo-Servo.
O serviço, comum a todos os cristãos, o diácono o assume como
função própria, da qual dá testemunho personalizado. Abraça a diaconia com
toda a intensidade de sua vida, como algo que lhe diz particularmente respeito.
João Paulo II afi rma: “O diaconato empenha ao seguimento de Jesus,
nesta atitude de serviço humilde que não só se exprime nas obras de caridade,
mas investe e forja o modo de pensar e de agir” (L’Osservatore Romano, ed.
portuguesa, n. 43 (24/10/93), p 12). Por isso, Puebla afi rmou que a missão e
a função do diácono não devem ser avaliados com critérios meramente pragmáticos,
por estas ou aquelas funções [...]. O carisma do diácono é ser sinal
sacramental de Cristo-Servo (P 697-698).
Embora a vocação surja de um chamado de Deus, Ele o faz, normalmente,
por meio de caminhos ligados à realidade em que vivemos. O
chamado é acolhido por homens concretos, cada qual com sua história, limitações
e qualidades. Por conseguinte, o discernimento vocacional deve levar
em consideração não só critérios objetivos, mas também requisitos pessoais,
espirituais, familiares e comunitários (Diretrizes para o diaconato permanente,
135-139). Devem ser considerados desde as tendências instintivas e os
desejos íntimos até o modo de ser de cada um, seu ambiente, sua história.
A vocação, portanto, passa pelo discernimento da Igreja, que,
como mãe, acolhe aqueles homens dispostos a dedicar a vida ao serviço da
Igreja, ao povo de Deus.
Fonte: cmliturgo

Diácono Valney

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