quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Os malefícios da pornografia para as pessoas e filhos.


João Malheiro no portal da família.
Nos últimos anos pais e educadores tem motivos de sobra para se preocupar: a pornografia se expandiu muito, dentro e fora dos lares, na mídia impressa, na TV e na Internet. Conteúdos pornográficos podem interferir no amadurecimento sadio da capacidade de relacionamento das pessoas, é o que explica o Prof. Dr. João Malheiro, em entrevista concedida ao jornalista Marcelo Benittes da Revista Cidade Nova.
O Prof. Dr. João Eduardo Bastos Malheiro de Oliveira é Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Diretor do Centro Cultural e Universitário de Botafogo no Rio de Janeiro (www.ccub.org.br) e participa da ONG Ação Cultural Educativa e Social (ACES), do Grupo de Pesquisa de Ética na Educação da UFRJ (GPEE/UFRJ) e das atividades de formação do OPUS DEI.
1. Há estudos científicos sobre os efeitos da pornografia?
Existem inúmeros estudos científicos sobre os efeitos negativos da pornografia. Um deles é o publicado pela Academia Americana de Pediatria, de Collins et al. (2004) (1) que constata que a exposição dos adolescentes ao sexo em programas de TV tem sido determinante na iniciação sexual dos adolescentes. Comprovou-se relação direta entre a assistência a conteúdo sexual na TV e a imitação de tais conteúdos pelos jovens.
No Brasil não é diferente. À medida que os modelos apresentados na TV, em ambientes de entretenimento como novelas, seriados e filmes, e até mesmo na publicidade são de infidelidade, sexo fácil, sexo grupal e promiscuidade, a criança e o adolescente tendem a associar somente o prazer da diversão à conduta apresentada, transformando aquela postura em estímulo. Uma vez assimilados aqueles modelos como referências, os jovens passam a experimentar socialmente a conduta ditada pela TV.
Outro importante fator entra em jogo: o ambiente televisivo passou a ser o grande ponto de encontro da juventude, o âmbito de inclusão de todos. A mídia televisiva é a grande sala de estar da sociedade. O jovem quer interagir socialmente e a pauta da mídia é assimilada por ele como a opção, fora do lar, para ser acolhido nessa grande sala de estar. As modas entre jovens refletem esse fenômeno.
2. Que sugestões o sr. pode dar aos pais e educadores para prevenir contra a pornografia? Qual deve ser a abordagem educativa quanto ao jovem que já é afetado pelo consumo da pornografia?
Em primeiro lugar, os pais devem procurar não dar a impressão de ficar chocados quando flagram um filho com material pornográfico nas mãos ou na internet, pois quanto maior for a nossa reação perante o fato, mais valor ele dará à pornografia.
O mais pedagógico é se abrir ao diálogo com o filho e convidá-lo a perguntar-nos o que quiser sobre sexo. O psiquiatra Vallejo-Nágera (2) indica que “Como é evidente que o sexo atrai a curiosidade de um jovem e este, hoje em dia, vem sendo bombardeado pela pornografia, deve-se procurar informá-lo de maneira educativa e natural sobre o sexo. Quando se é adolescente, é comum confundir sexo e amor. Revela-se extremamente positivo para o jovem que o pai e a mãe lhe expliquem a diferença que há entre ambos, e também que o façam ver que o sexo abrange muito mais do que o prazer puramente físico: amor, respeito, amizade e admiração para com a outra pessoa. Mas é preciso dizer-lhe que a pornografia é um meio sórdido e de conteúdo extremamente tedioso, distante da verdadeira realidade do sexo.
Por fim, é muito didático que os filhos se habituem desde cedo a reparar que os pais desligam a TV quando a transmissão não está de acordo com a ética ou que mudam de canal com o controle remoto diante de uma propaganda inconveniente, que procuram selecionar bem os filmes que buscam nas locadoras, informando-se antes nos sites que aconselham nesta matéria, e que usam a internet na sala de estar, evitando assim, com a ajuda da presença dos demais, que também eles – os pais - caiam na tentação.
3. A pornografia e a intensa sensualidade presente na mídia impressa, TV e Internet podem ser associados a distúrbios na área da afetividade?
Evidentemente que, quando o impulso sexual é estimulado precocemente nos jovens e eles não têm ainda a fortaleza para lhes ajudar a dizer NÃO, nem a prudência para apontar-lhes a verdadeira finalidade desse impulso – fim procriativo e fim unitivo –, naturalmente a satisfação sexual estará associada a uma finalidade errada – o satisfação do próprio EU, tornando-os mais egocêntricas do que já são – e a um vício sem lógica, que a levará a querer sempre mais, muitas vezes, até à exaustão e a desordens aberrantes, como eram os vomitórios romanos. Isto vai acarretando no atrofiamento da vontade – a qual só se desenvolve quando a afetividade é direcionada para o OUTRO – e conseqüentemente tornando o jovem incapaz para o amor, a felicidade e para a experiência da verdadeira liberdade. Uma sexualidade separada do amor traz a grande chaga do desamor: a incapacidade de se entregar a alguém, pois a pessoa simplesmente não desenvolveu essa potencialidade e essa linguagem na infância. Não entendendo a linguagem do amor, o sexo sempre será visto como fonte de mero prazer e, dentro deste contexto, fica fácil entender a explosão dos vários desvios afetivos que apareceram nos últimos anos na sociedade: homossexualismo, lesbianismo, etc., que não são nada mais do que buscas de prazer para si, dentro de um grande egoísmo mútuo.
Um último problema ligado à afetividade é que, quando o homem não é educado para o verdadeiro amor ou amor real, e se deixa iludir pelo mero amor sentimental, ele vai experimentando com o tempo um vazio existencial (Victor Frankl), pois nada o preenche. Este vazio gera depois várias desarmonias psíquico-existenciais como ansiedade, depressão, angústia, pois a vida vai ficando sem sentido. Depois, esses sofrimentos são ainda ampliados com as diversas contrariedades e dificuldades que a vida traz consigo. Como essas pessoas não estão preparadas para enfrentá-las, porque são fracas, sofrem muito com os diversos fracassos profissionais, familiares e até religiosos. Falta-lhes a força de vontade que só tem quem alcançou a força do amor, um amor que conseguiu pular a barreira do egoísmo, deixando-o para trás, e olhando para o transcendente. Em geral, aquelas pessoas vazias tornam-se, depois, uma autêntica cruz para os demais, pois suas fraquezas ou tristezas só são diminuídas quando conseguem fazer sofrer também aos que estão à sua volta.
4. Os conteúdos pornográficos, num limite extremo, podem interferir no amadurecimento sadio da capacidade de relacionamento da pessoa, no sentido de o consumidor de pornografia sofrer a tendência de ver todos (ou quase todos) relacionamentos humanos como possíveis relacionamentos sexuais?
Uma das máximas evangélicas diz sabiamente que serão felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Quer dizer, portanto, que existem conseqüências positivas e negativas dependendo de aquilo para que nós olhamos, principalmente, se olhamos de fato, se calibramos os detalhes e não simplesmente vemos (deste último modo, o objeto não chega a entrar no coração). Uma pessoa que habitualmente “guarda a vista” contra tudo aquilo que estimula e excita os seus instintos sexuais ou ainda os desejos afetivos desordenados, não de uma forma negativa, repressora, de pura auto-contenção, mas, justamente o contrário, de forma positiva, afirmando os valores de pureza, amor e respeito, naturalmente manterá dentro de si uma capacidade para contemplar nos outros não só o próprio Deus – pois todos somos imagem e semelhança de Deus –, mas a pessoa em si, com toda a sua riqueza e individualidade.
Por outro lado, quando essa pessoa vai se acostumando a olhar tudo e de tudo, com o tempo a razão vai adormecendo, a vontade enfraquecendo, pois os estímulos e impulsos sexuais acabam sendo satisfeitos sem regras e limites, e se tornam sempre mais primitivos, animalescos e profundamente dominadores. Aquilo que parecia ser a opção mais livre, mais autêntica, na realidade é justamente o contrário, uma forma de escravização. Nestas condições, é natural que se perca rapidamente a dimensão da imensa dignidade da pessoa humana e que só se consiga ver no outro, com a visão obnubilada, um mero objeto de prazer e de satisfação egoísta. Um exercício, que dá bons resultados quando faço com os adolescentes que dizem não haver problema em olhar para qualquer mulher de forma maliciosa, é propor-lhes que imaginem sua mãe ou irmã, no mural da escola ou faculdade, em imagens mais ou menos degradantes, sendo ridicularizadas por todos os seus colegas. Em geral, caem em si ao perceber que é isso o que fazem quando compram uma revista pornográfica.
5. A pornografia pode diminuir a sensibilidade humana aos conteúdos espirituais da sexualidade, como, por exemplo, o amor pelo parceiro sexual? Ou seja, por meio do consumo da pornografia a pessoa pode ser levada a querer apenas o sexo pelo sexo?
Apesar de que, em parte, a pergunta já foi respondida no tópico anterior, poderia completar fazendo sobressair outro aspecto importante: a integração do sexo numa verdadeira antropologia exige que se verifiquem quatro dimensões essenciais: a procriativa, a afetiva, a racional e a espiritual. Só quando se dá essa integração é que se encontra o caminho de uma plena realização na atividade sexual. Portanto, quando um ato sexual é feito apenas com a primeira dimensão, – procriativa – é um ato puramente animal! Quando só leva em conta as duas primeiras, é preciso examinar qual é a qualidade e sinceridade desse amor. É sabido que, por mais que um casal diga que esse ato sexual é um ato de amor, muitas vezes é apenas um ato de amor-paixão, uma ação que ainda não alcançou os patamares do compromisso, que é racional (terceira dimensão); é muito mais um momento de egoísmo mútuo. Portanto, um ato dessa natureza tende a frustrar, mais cedo ou mais tarde, muitos casais de namorados, porque não saboreiam nunca o amor real, o único que preenche o coração, e por isso, muitas vezes, acabam nunca se casando. Concluímos, portanto, que o ato sexual feliz deve chegar à quarta dimensão, à espiritual.
Aristóteles afirmava que o verdadeiro amor não é a anulação da pessoa do outro, antes pelo contrário, o seu pleno reconhecimento, precisamente através da entrega própria. A entrega é a manifestação mais completa do respeito à dignidade do outro enquanto outro. Entregar-se é dar o bem próprio ao outro, quer dizer, o contrário de utilizar o outro para a própria satisfação. Para que isto seja possível, é necessário ter a capacidade de olhar para o outro de forma amorosa, como em todo olhar contemplativo. Esta capacidade, como demonstramos na resposta anterior, só será possível se ambos os que se amam não se degradam pela pornografia.
Infelizmente, uma grande maioria das pessoas, hoje em dia, não consegue alcançar nem a primeira dimensão, isto é, buscam o sexo por puro prazer. Têm presente apenas, talvez, a primeira dimensão “por negação”, ao não querer engravidar. E outras, pulando essa primeira dimensão, chegam direto na segunda, mas de forma defeituosa, porque não estando abertos à vida, com artifícios antinaturais, sempre fica duvidosa a entrega que ambos afirmam existir.
6. Pode ela também levar à busca do prazer egoístico, ou seja, durante o relacionamento, pensar apenas no próprio prazer, e esquecer a satisfação do parceiro?
Já respondemos também, em parte, na pergunta anterior, porém vale a pena insistir que o amor ao outro não está em lhe proporcionar prazer. A realização da pessoa humana está muito longe de ser uma mera realização sexual. Esta é apenas uma parte de um todo: quem se realiza, quem é feliz, é a pessoa em toda a sua integridade, composta de corpo e alma. Esta composição não é, pois, dualista, não são duas coisas unidas artificialmente. O corpo está aí para a alma, e a alma para o corpo. Tudo o que o homem é e faz é imputável ao homem inteiro, corpo e alma numa unidade substancial. A alma não é uma realidade boa aprisionada no corpo, como num cárcere, como escreveu Platão. A alma é humana, porque está unida ao corpo e ela, assim como suas operações, é mais perfeita quando está unida ao corpo do que ao estar separada, como ocorrerá depois da morte. Portanto, não existe nada no homem que seja só anímico, assim como não existe nada que seja só do corpo, como o sexo. Este é do homem na sua totalidade, e, desta forma, a sexualidade está a serviço do mais importante, que é o amor.Quando existe uma profunda visão da unidade do homem, compreende-se como a sensualidade – a prática simplesmente corporal do sexo – não é amor. E compreende-se também que, somente quando o sexo leva ao amor humano e, a partir daí, ao Amor dos amores, é possível dizer que o homem está no caminho da verdadeira realização matrimonial.
7. O consumo da pornografia tem um resultado progressivo, no início imperceptível?
O mal nunca é imperceptível no início! A consciência do homem, pelo menos nos primeiros anos, é muito gritante, e todos nós lembramos que as primeiras aventuras eróticas que vivenciamos na infância, seja por mera curiosidade, seja pelo mau exemplo de um amigo, sempre foram feitas no esconderijo e no anonimato.
Depois, como com qualquer vício, com a repetição desses atos ruins, a consciência vai se anestesiando e enfraquecendo um pouco suas repreensões. Mas a lei natural, que está escrita nos nossos corações, nunca se apaga.
Aristóteles diz que a nossa afetividade é movida tanto pelo apetite irascível (busca de bens árduos, mas realizadores), quanto pelo apetite concupiscível (busca de bens imediatos). Ambos exigem a presença das virtudes da fortaleza e da temperança, respectivamente, para moderarem e direcionarem esses impulsos. Quando essas virtudes não são desenvolvidas pelos pais e professores, desde a infância, a criança se habituará a ceder a todos os impulsos que lhe tragam um prazer fácil e imediato, sem se importar com os malefícios que isso lhe trará, e a fugir dos que lhe exigirão esforço e sacrifício. Naturalmente, a pornografia, que proporciona um forte prazer imediato, entrará inevitavelmente nesta dinâmica, e a busca por material pornográfico será sempre crescente e exponencial.
É interessante observar que o material que circula hoje em dia na internet, e mesmo dentro do mundo empresarial, é em grande maioria material erótico e apenas uma parte bem menor material profissional. Se a grande maioria dessas pessoas já está longe dos anos da adolescência e já deveria estar satisfeita em todas as curiosidades sexuais, é evidente que este consumo tende a crescer ao longo da vida, principalmente naquelas pessoas que não foram bem educadas nas verdadeiras virtudes e, com certeza, estão infelizes na vida e necessitam de compensações afetivas para se enganarem um pouco.
8. Pornografia vicia? Exige o consumo de conteúdos cada vez mais intenso?
O que foi dito acima já respondeu à pergunta, mas podemos completá-la simplesmente reiterando que, quando qualquer prazer material/sensitivo do homem não é protegido, vinculado e moderado pela razão – seja ela teórica ou prática – e ainda direcionado ou limitado pela educação da vontade, então o homem se animaliza e, como aponta o filósofo Joseph Pieper, se autodestrói. Assim como todo consumidor de drogas, quando é sincero, costuma afirmar que antes de chegar à heroína, passara pela cocaína, e antes pela maconha, assim também acontece o mesmo mecanismo na pornografia, pois o desejo do homem é ilimitado quando passa da “linha vermelha”.
9. A capacidade de cada um dos membros do casal, homem e mulher, de direcionarem seu desejo sexual somente, exclusivamente um ao outro, ou seja, a capacidade de serem fiéis pode ser afetada pela pornografia?
De tudo o que já expusemos, fica evidente que sim. Um aspecto em que São Josemaría Escrivá insistia com freqüência, quando falava com os casais, era que “o que mancha um menino, mancha um velho. Portanto, as pessoas adultas não podem ser ingênuas e acharem que adquiriram certa imunidade para assistir a certos filmes, revistas ou até para ler certos romances. A fraqueza humana, infelizmente, é uma das tristes realidades de nossos dias, e que, infelizmente, tem destruído tantos lares, muitos deles dos mais florescentes. Portanto, aconcupiscência da carne não desaparece com o casamento e, se não for enfraquecida pelo amor mútuo entre os esposos, justamente por estar sendo alimentada dentro do próprio casamento, tende a ficar mais violenta e a buscar satisfazer-se alguma vez em ações ainda mais bestiais.
10. É possível associar o consumo de pornografia à vida sexual precoce?
Além do que já apontamos na primeira resposta, sobre os estudos científicos da Academia Americana de Pediatria, de Collins et al. (3), publicados em 2004, gostaria de trazer à tona uma pesquisa publicada em setembro passado – 05/09/2008 – pelo Jornal O Estado de São Paulo, no qual se afirma que usar a pílula do dia seguinte ou ter relação sexual com diferentes parceiros ao longo da adolescência são atitudes que fazem parte do cotidiano do jovem brasileiro de classe média com idade entre 13 e 16 anos. Essa pesquisa realizada com 6.308 alunos de escolas particulares de todo o País revela que 22% deles já perderam a virgindade. Nesse universo, de 1.383 jovens, 22,1% disseram já ter tomado a pílula do dia seguinte para prevenir a gravidez.
Além disso, 19% responderam que tiveram relações sexuais com pelo menos cinco parceiros (nesse item há uma diferença quando o dado é desmembrado entre meninos – 23,2% afirmaram que sim – e meninas – 10,4%). E 14% já fizeram sexo com alguém que conheceram pela internet.
No geral, 25% tiveram a primeira relação sexual aos 14 anos. A pesquisa foi realizada no primeiro semestre deste ano com alunos de 270 escolas particulares brasileiras que são conveniadas ao Portal Educacional, entidade responsável pela aplicação dos questionários. Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan (entidade que desenvolve programas de educação sexual para escolas), explica que a pesquisa comprova o comportamento atual de que o jovem não pensa em ter uma pessoa para a vida toda, ao decidir-se por sua primeira relação sexual. "Eles transam pela primeira vez porque a pessoa é interessante naquele momento. Não é como antigamente, que a menina pensava em casar e ter alguém para a vida toda".
Associando os resultados desta pesquisa do Jornal O Estado de São Paulo aos do Estudo de Collins (1994), que constatava que a exposição dos adolescentes ao sexo em programas de TV tem sido determinante na iniciação sexual dos adolescentes e que comprovou também a relação direta entre a assistência de conteúdo sexual na TV e a imitação de tais conteúdos pelos jovens, é evidente que o consumo de pornografia na TV leva a uma vida sexual precoce.
11. Há notícias de casos em que a pornografia possa ter servido de estímulo a crimes na área sexual (como pedofilia e estupros) por parte de pessoas já predispostas, ou seja, portadoras de psicopatologias?
Um estudo realizado com 2486 adultos por Aberson, nos Estados Unidos, nos anos 90, levantou os seguintes dados: 49% afirmam que a pornografia incita à violência, 43% dizem que faz perder o respeito à mulher e 56%, que destrói as normas morais. Se a pornografia leva o homem normal a esses índices tão alarmantes, acredito que, para as pessoas que tenham predisposição para certas anomalias, essa pressão externa poderá disparar tais mecanismos psicopatológicos.
12. Disciplina e castidade podem ser, juntamente com o amor pelo parceiro sexual, um caminho para a felicidade a dois?
O novo Catecismo da Igreja Católica, ao se referir à castidade, afirma que “a castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz. O domínio de si mesmo é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente adquirido. Supõe um esforço a ser retomado em todas as idades da vida. O esforço necessário pode ser mais intenso em certas épocas, por exemplo, quando se forma a personalidade, durante a infância e a adolescência.”(n.2312).
Tendo em vista esta clareza de idéias do Catecismo, podemos concluir esta entrevista reafirmando a importância de (re)lançar, o quanto antes, uma autêntica Cruzada de educação da Virtude da Santa Pureza, despertando pais, professores, demais responsáveis pela educação da juventude, empresários dos meios de comunicação de massa, como também os próprios jovens, para que busquem somente ver aquilo que vale realmente a pena ver!
Nossa inteligência tem fome de Verdade; nossa vontade busca desesperadamente o Amor, o Bem, a felicidade; e nossa afetividade tem ânsias de contemplar o Belo. Por outro lado, nossas paixões, por estarem desordenadas pela própria natureza, que nasce “estragada”, também exigem alegrias rápidas, mas quase sempre efêmeras e muitas vezes nocivas. Para conseguir superar esta dialética é necessário haver disciplina, hábitos bons, virtudes que devem ser adquiridas desde a mais tenra idade, pois somente assim será possível vencer a enorme pressão pornográfica que existe hoje, para então alcançar a verdadeira liberdade.

Diácono Valney

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A EUGENIA AVANÇA.


GAZETA DO POVO

Um novo retrocesso no reconhecimento da dignidade humana dos não nascidos foi dado no fim de agosto, 
quando o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou que uma jovem realize o aborto de um feto de 16 semanas. A criança não foi concebida em um estupro, nem é anencéfala: ela sofre de síndrome de Edwards, doença causada pela existência de um cromossomo extra e que provoca uma série de problemas de saúde para o portador; apenas uma minoria dos bebês com esse problema chega a nascer com vida; desses, 90% morrem ainda no primeiro ano.

A solicitação de aborto havia sido acertadamente recusada na primeira instância, mas o caso foi levado ao TJ-SP, onde o desembargador Ricardo Tucanduva concedeu a liminar permitindo a eliminação da criança, pois a jovem alegava que a continuação da gravidez colocaria a vida da gestante em risco – uma alegação no mínimo controversa, tratando-se de gestações de filhos com síndrome de Edwards. O desembargador justificou sua decisão afirmando que o artigo 128 do Código Penal, que trata do crime de aborto, deveria ser interpretado com “flexibilidade” por estar em vigor há cerca de sete décadas.

Diante da falta de literatura médica (atestada inclusive pelo Instituto Nacional de Saúde norte-americano) que comprove a ligação entre a doença no feto e o risco de vida para a mãe durante a gravidez, resta a forte suspeita de que a motivação para o aborto seria mesmo a própria doença da criança, e não possíveis ameaças à integridade física da jovem – até mesmo porque, em caso de risco de vida para a mãe, a autorização judicial nem seria necessária. Um caso semelhante já havia ocorrido em Goiás, no ano passado, com uma gestante de 41 anos que também recebeu permissão para abortar após o diagnóstico de que seu filho tinha a síndrome de Edwards. É assustador perceber que, mesmo sem haver certeza absoluta sobre a ameaça à vida da mãe, nos dois casos decidiu-se pela eliminação da criança.

Também percebe-se que, apesar de o artigo 128 do Código Penal não ter sofrido alterações no Congresso Nacional, o Poder Judiciário vem tomando para si a atribuição de legislar sobre o tema, abrindo brechas no sentido de tornar a legislação cada vez mais permissiva. Com a ADPF 54, julgada no início de 2012, o aborto de anencéfalos passou a ser aceito; agora, eliminam-se crianças com outras anomalias genéticas graves; a julgar pelo ritmo de aceitação da eugenia intrauterina, é possível imaginar um futuro no qual passe a ser legal negar o direito à vida de crianças diagnosticadas com outras doenças e deficiências menos graves.

Na realidade, a perspectiva pode ser ainda pior, pois a proposta de reforma do Código Penal em avaliação atualmente no Senado prevê a liberação do aborto, em qualquer momento da gestação, nos casos em que a legislação atual já não pune a prática, com o acréscimo de situações em que o feto padeça de “incuráveis anomalias que inviabilizem a vida extrauterina”; e, até a 12.ª semana de gestação, o aborto ficaria liberado “quando o médico ou psicólogo constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade” – critérios puramente subjetivos e que, na prática, dão margem à legalização ampla da eliminação de nascituros. Em entrevista ao canal Globo News no início de setembro, o procurador Luiz Carlos Gonçalves, coordenador da comissão de juristas que elaborou o projeto de reforma do Código Penal, admitiu abertamente seu orgulho – e o de seus pares – em propor a legalização do aborto em termos tão amplos.

Além disso, segundo a proposta de Código Penal, nos casos em que a prática continua sendo crime, a pena deverá variar de seis meses a dois anos de prisão, contra os dois a quatro anos da legislação atual. Crimes ambientais contra animais silvestres ou de laboratório, no entanto, seriam punidos com prisão de dois a quatro anos. Uma legislação em que eliminar seres humanos ainda por nascer é uma falta considerada menos grave que a destruição de um ninho de pássaros revela, na melhor das hipóteses, uma falta de critério assombrosa – ou, na pior delas, um desprezo deliberado pela vida humana.

É fundamental que o Congresso rejeite a proposta de legalização do aborto feita pelos juristas coordenados por Gonçalves, e ao mesmo tempo também é urgente que o Poder Judiciário deixe de promover a eugenia e esticar a lei atual para além dos limites de sua interpretação. A vida dos seres humanos mais inocentes e indefesos precisa é de mais proteção, e não de novas ameaças movidas por uma mentalidade que só reserva o direito à vida aos “perfeitos” e “desejados”.




Diácono Valney

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Bispo orienta como casal deve acolher filho que chega ao lar



Arquivo/CNBB
''O importante é que seja recebida (a nova vida) como a dádiva divina '', destaca Dom Petrini
Nesta reportagem especial sobre a Semana da Vida, o assunto em pauta é a acolhida à vida nascente. Uma boa preparação para acolher a vida gerada no ventre materno por um dom de Deus também é uma forma de garantir o desenvolvimento da vida humana e o respeito aos seus direitos.

A maternidade e a paternidade são um chamado de Deus para o homem e a mulher que se unem em matrimônio. Para o presidente da Comissão Episcopal para Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Carlos Petrini, a melhor forma de responder a esse chamado é pensar com antecedência e não se deixar surpreender por uma gravidez.

Assim se preparou a integrante da Comunidade Canção Nova, Virlaine Regina da Silva Brito. Casada há quatro anos e meio e mãe de Maria Julia, de 1 ano e 10 meses, ela está no quarto mês de gestação, preparando-se para acolher o segundo filho.

“Procuramos em casa nos acolher um ao outro e unir forças sempre para ajustar o que precisa ser ajustado e vencer os desafios humanos, afetivos e também financeiros”.

Para além dessa preparação, o bispo lembrou que a gravidez é um grande mistério da vida humana, que foi criada e preparada para gerar uma nova vida. “O homem e a mulher que participam da concepção e da gestação, na verdade são apenas instrumentos de um poder criador infinitamente maior”.

Sendo instrumentos desse mistério divino, Dom Petrini destacou que homem e mulher devem partilhar a expectativa ao longo da gravidez. A nova vida gerada por esse casal, segundo o bispo, deve ser acolhida com total disponibilidade, independente de cor ou sexo.

“O importante é que seja recebida como a dádiva divina para crescimento e aperfeiçoamento daquele pai e daquela mãe”

Gravidez: agente transformador

Para acolher uma criança, os pais já devem estar previamente preparados para uma transformação em sua rotina. Para Virlaine, é necessário que o casal tenha propósitos e princípios em comum para vivenciar essas mudanças com leveza. “É a criança que nasce na família, não o contrário”.

Ela contou que, junto com seu marido, sempre procura se adaptar a essas mudanças, mas não acredita na existência de uma regra fixa. “Os pais não devem tratar seus filhos como empecilho, pelo contrário os filhos devem ser contagiados pela nossa forma de viver, isso diz da nossa fé, dos nossos princípios e dos lugares que costumamos frequentar”.

E essa inserção dos filhos na forma de viver do casal é, para Dom Petrini, essencial para a criança. “É importante que a criança participe, ou seja, seja desde cedo introduzida a este mundo maior, que encontra o seu verdadeiro significado na relação com Deus, pela presença Dele que aprendemos a reconhecer”.

Mas ainda é a realidade de muitos pais nos dias de hoje o fato de colocar a criança no centro de tudo, deixando para trás a vida social, a participação na vida da Igreja e demais hábitos que eles já tinham antes.

Quanto a isso, o bispo acredita que os pais devem ter consciência de que o filho é muito mais que uma obra deles, mas sim uma obra de Deus. Dessa forma, “mais eles estarão atentos para manter essa relação com Deus, na oração em casa, no agradecimento, no pedido e, certamente, na participação na vida da Igreja, da comunidade”.

Para a própria criança que chega à família, Dom Petrini diz ser necessário sentir o apoio em Cristo para que ela possa desenvolver uma personalidade firme, sólida e segura. “Isso depende totalmente da educação que pai e mãe vão dando a esta criança desde os primeiros meses de sua vida”, ressaltou Dom Petrini.

Filhos x estabilidade financeira 

O desafio dessa educação que deve ser dada aos filhos é um fator que por si só assusta muitos pais nos dias de hoje. Além disso, outro fator é a questão financeira, que faz alguns casais adiarem o acolhimento aos filhos, frutos do casamento, ou até mesmo optar por não tê-los.

“Nós acabamos empobrecendo as realidades mais maravilhosas e grandiosas ao seu tamanho monetário, inclusive algo precioso como um filho é calculado em termos de custo e benefício”, afirmou Dom Petrini.

O bispo reconheceu que, de fato, uma criança traz muitas despesas, mas ele acredita que sempre há uma forma de ajustar o orçamento; a quantidade de dinheiro não é, para ele, um fator que determina um bom pai ou uma boa mãe.

“Aquilo que é mais importante é o sorriso da mãe, o acolhimento, o abraço, o cuidado, o afeto que pai e mãe trocam entre si e a criança cresce em um ambiente de amor que lhe dá segurança. Isto é o valor maior”.

Da mesma forma, Virlaine se posiciona a favor da vida, defendendo que se tenha quantos filhos for possível ter, assumindo uma paternidade coerente e responsável. Ela concorda que a dimensão financeira é importante na vida de um casal, mas acredita que isso não é tudo.

“O dom da vida vale muito mais que estabilidade financeira. Deus precisa ser o centro e o provedor da nossa casa. (...) Se você pode ter mais filhos, tenha. Filhos são um dom de Deus, é o próprio Deus que nos ajuda a criá-los e a educá-los na santidade”, finalizou. 
CN

Diácono Valney

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner fala da Semana Nacional da Vida.


A primeira semana do mês de outubro será marcada por inúmeras discussões em defesa da vida. Instituída, em 2005, pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Semana Nacional da Vida acontecerá entre os dias 1º e 7 de outubro, e trabalhará o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”. A semana termina com o "Dia do Nascituro" comemorado no dia 8 de outubro para homenagear o novo ser humano, a criança que ainda vive dentro da barriga da mãe.
Em entrevista, o secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, aborda diversas questões ligadas à Semana Nacional da Vida. Leia a íntegra da entrevista:
- A Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família lançou o subsídio “Hora da Vida”. Como ele colabora com os temas de discussão da Semana Nacional da Vida?
O subsídio “Hora da Vida” é composto por roteiros de encontros temáticos que podem ser organizados nas diferentes comunidades das nossas Igrejas particulares. Há muitos temas indicados para serem abordados durante esta semana, e, em função da realidade local, outros podem ser acrescentados. Os temas contidos no subsídio são sugestões de conteúdo a ser refletido, discutido, aprofundado e, também, concretizado em possíveis ações pastorais e sociais. De forma simples e deixando o espaço para a criatividade, o subsídio aborda a questão da ameaça à vida no seio materno, da sua manipulação em laboratório; propõe uma reflexão sobre as situações de risco, como a violência no trânsito e a ingestão de drogas; questiona-nos sobre o que é de fato ter vida digna, vida plena; motiva-nos para o cuidado com a vida frágil, do seu início até o seu fim natural. Tudo como expressão do amor e do cuidado amoroso.
- Que tipos de discussões o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos” trará para a Semana Nacional da Vida?
O tema da saúde faz o vínculo com a Campanha da Fraternidade deste ano, cujo título foi “Fraternidade e saúde pública”. Isso nos interpela a trabalhar para que todos os brasileiros possam ter acesso à saúde, não só como um valor em si mesmo, mas porque manifesta a dignidade de vida de cada pessoa, em qualquer fase ou condição social. Muito se fala hoje dos direitos de cada pessoa e, por vezes, esquece-se dos deveres de cada um. Quando se trata do respeito, da promoção e da defesa da vida, os direitos devem ser cobrados, mas os deveres também devem ser assumidos por todos.
- A Semana Nacional da Vida responde aos apelos das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadoras da Igreja no Brasil (DGAE)?
Uma das cinco urgências da ação evangelizadora no Brasil, traçadas pelos bispos do Brasil para 2011-2015, é a “Igreja ao serviço da vida plena para todos”.  A Semana Nacional da Vida retoma várias situações de ameaça à vida, que são descritas nesta quinta urgência e que já foram apontadas acima, e se insere nesta vasta missão da Igreja que também se desdobra no campo da promoção da vida humana, sobretudo das mais frágeis e indefesas e outras.
- Sobre a urgência nas questões de promoção da vida (quinta urgência), que ações efetivas poderão ser tomadas a partir da Semana Nacional da Vida?
“A partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo”, como afirma o objetivo geral da ação evangelizadora no Brasil, o discípulo-missionário terá condições de identificar as situações que denigrem a vida, quer seja em âmbito local quer em âmbito nacional, para assim agir em consequência. A Igreja muito tem feito e muito realiza para promover a vida. Basta pensarmos nas inúmeras iniciativas que surgem das ações pastorais em favor da família, da criança, do adolescente, da AIDS, da sobriedade, do idoso, da saúde, do povo de rua, da terra, da moradia etc. A Semana Nacional da Vida pode, por um lado, contribuir para fomentar uma boa formação intraeclesial dos leigos e pastores, a fim de se formular um juízo moral adequado sobre as propostas da ciência e sua aplicação; e, por outro, estimular uma maior participação social, incentivando os leigos a se fazerem presentes nos diversos conselhos de participação popular (conselho municipal da saúde, da mulher, da educação, por exemplo) ou a se comprometerem através da própria profissão para uma maior distribuição dos recursos humanos e materiais para a saúde e um cuidado materno pela vida em nosso país.
- Quais os principais aspectos sobre a reforma do Código Penal que serão tratados durante a Semana Nacional da Vida? E qual a importância de se trazer essa discussão à tona?
No Anteprojeto de reforma do Código Penal brasileiro, há muitos pontos que merecem ser amplamente debatidos e outros que devem ser simplesmente excluídos, haja vista o seu teor extremamente polêmico e contrário a princípios éticos. A Semana Nacional da Vida e o Dia do Nascituro são ocasião para que toda a Igreja continue afirmando sua posição favorável à vida desde o seio materno até o seu fim natural, bem como a dignidade da mulher e a proteção das crianças etc. Isso pode suscitar uma reflexão necessária por parte da sociedade e por parte dos senadores e senadoras responsáveis em avaliar e aprovar o anteprojeto no Senado Federal.
- Que mensagem deixaria para as comunidades católicas?
A família é uma bênção, pois é o lugar onde cada um, cada uma de nós veio à luz e onde iniciamos os primeiros e mais profundos laços de nossa existência. Na família começamos o caminho da fé que nos possibilita participarmos de uma Comunidade-igreja, e nos leva ao encontro dos irmãos e irmãs; É o Evangelho que nos abre o caminho para nos abrirmos à graça de Jesus em todos os momentos de nossa vida. A Semana Nacional da Vida nos leve à admiração e ao cuidado pela vida! Ela nos ajude a criarmos grupos de famílias que assumam a grande vocação de ser promotores da vida.

Diácono Valney

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Caros leitores e amigos deste blog!

Boa noite a todos!

Escrevo esta pequena nota, para do fundo do coração agradecer a todos os que por aqui já passaram, lendo os posts que divulgo. Digo a todos com grande alegria que nos aproximamos do número de 3000 visualizações, o que não é nada mau para quem escreve e reproduz notícias ligadas ao Evangelho, a Igreja e a defesa da vida com o pouquíssimo tempo que dispõe. Infelizmente o nosso tempo é sempre apertado para fazer matérias e temos que publicar aquilo que acompanhamos, na atualidade, com a mesma rapidez com que recebemos. Mas coloco que, o que é publicado aqui, sempre teve e terá por princípio, o amor a Deus e a missão que nos foi dada pelo Sacramento da Ordem. Portanto vamos continuar levando a todos os que nos tem acompanhado, e a outros mais que queiram se juntar a nós nessa missão, a mensagem do Evangelho. Obrigado e vamos em frente, pois a messe é grande mas poucos são os operários....

Diácono Valney

Secretário-Geral da ONU Desafia Países-Membros da ONU na Questão de Direitos LGBT e Direitos Reprodutivos.


Dr. Stefano Gennarini
GENEBRA, Suíça, 21 de setembro (C-FAM)

 Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, provocou polêmica na semana passada quando disse às nações no Conselho de Direitos Humanos que colocassem os direitos lésbicos, gays, bissexuais e transexuais e os direitos reprodutivos no plano de frente da agenda de direitos humanos da Organização das Nações Unidas.
Ban Ki-moon se dirigiu às delegações da ONU na abertura da 21ª sessão regular do Conselho de Direitos Humanos, aplaudiu o trabalho do Conselho em 2012, e disse que “de modo particular, recebo de braços abertos a discussão intergovernamental pioneira e histórica, em março deste ano, sobre discriminação e violência com base na orientação sexual e identidade de gênero”.
O secretário-geral estava se referindo a uma discussão de painel muito polêmica sobre direitos LGBTque ocorreu durante a última sessão regular do Conselho de Direitos Humanos. Dezessete dos 47 estados que são membros do Conselho de Direitos Humanos saíram de repente do painel de especialistas.
Naquela ocasião, Saeed Sarwar, um delegado que falava no nome da Organização de Cooperação Islâmica que representa 57 países na África, Ásia e Oriente Médio, pediu que o Conselho de Direitos Humanos parasse totalmente de cogitar a questão.
Mas na semana passada Ban Ki-moon disse no Conselho de Direitos Humanos que a discussão do painel em março “deveria ser um evento para ocorrer mais vezes”. Ele também disse: “Exorto vocês a aprofundarem seu engajamento nessa questão de modo que a proteção e a dignidade realmente alcancem todos os membros da família humana”.
Os promotores de direitos LGBT têm tentado, até agora sem êxito, tornar a orientação sexual e a identidade de gênero categorias de não discriminação nas leis internacionais desde a década de 1990, afirmando que as proteções existentes de direitos humanos que se aplicam igualmente a todos os indivíduos são insuficientes.
Está havendo um aumento nas pressões sobre os países que veem a conduta homossexual e outras práticas sexuais como desvios. A atitude do secretário-geral de promover direitos LGBT tem sido frequente e insistente desde que seu segundo mandato começou há exatamente um ano. Além da burocracia da ONU, as pressões estão vindo do Departamento de Estado dos EUA, do Ministério das Relações Exteriores da Inglaterra e de vários países europeus que estão promovendo direitos LGBT na comunidade internacional.
A insistência de Ban Ki-moon de que “Precisamos lutar pelos direitos das mulheres, inclusive seus direitos reprodutivos”, também pareceu ser um golpe direto nas nações com sociedades tradicionais que estão resistindo às pressões de governos ocidentais e funcionários da ONU para liberalizar as políticas públicas das sociedades.
O termo “direitos reprodutivos” foi rejeitado de cara pelos países-membros da ONU durante as negociações do mais recente e importante documento político da ONU, na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, precisamente porque o termo se tornou muito associado com o aborto.
A Assembleia Geral da ONU formou o Conselho de Direitos Humanos em 2006 para substituir a Comissão de Direitos Humanos. A comissão, funcionando sob o Conselho Econômico e Social da ONU, foi desacreditada por negligências em sua missão de destacar os abusos generalizados de direitos humanos, e por buscar a atenção e aplausos de nações consideradas violadoras de direitos humanos.

Tradução: Julio Severo

Diácono Valney