Vivemos agora
o momento da pedra removida no sepulcro, que já não contem mais um corpo morto,
e sim sinais d’Aquele que está vivo,
ressuscitado! Os apóstolos correram para ver o que as mulheres piedosas viram
por primeiro, apenas os lençois que não envolviam mais corpo algum. Os anjos
disseram-lhes, Ele não está mais aqui, ressuscitou! Constataram aquilo que se
havia previsto, mas não tinham credibilidade na sociedade da época. Pedro e o
apóstolo João viram os sinais e confirmaram. Hoje nós temos vivido a ressurreição, que é também
para nós, que nem a pedimos. Estávamos perdidos e sem chance, aliás toda a
humanidade assim se encontrava antes desse Cristo ressuscitar. Mas como se
canta no pregão pascal da vigília que vivemos na última noite, “exultem os
coros dos anjos e a assembléia celestial, alegre-se a terra inundada da nova
luz! Por que o Cristo pagou por todos, a dívida de Adão”. Como poderíamos
entender a lógica de Deus, que para resgatar o escravo, sacrifica o filho? É digna de reconhecimento, essa atitude por
nós? É a lógica do amor, da caridade, do que não pensa em si, mas na felicidade
dos que ama. Essa lógica é contrária a que vemos no mundo hoje em dia, por isso
o mundo se encontra em desequilíbrio, em desespero, em situação de morte e
pecado. Deus ainda assim não desiste de nenhum dos seus filhos, para que esse
sacrifício não seja invalidado por nenhum de nós. É o sacrifício para que todos
tenham vida e a tenham em abundância, conforme o Cristo nos afirma no
evangelho.
Mas continuemos
com o tema pascal que nos coloca: que dívida é essa que Ele pagou por nós?
Muitos de nós hoje em dia nem achamos que temos tal dívida. Vivemos num mundo
dito laico, e “livre” sem medos e politicamente correto, onde se “pode” expressar
tudo a todo momento. Por que teríamos medo e precisaríamos de alguém que nos
livrasse dessa tal morte. O homem de hoje não tem a noção de sua condição de
pecado e desconhecimento da verdadeira vida que vem de Deus, por isso vive como
se não fosse morrer. Por isso muitas vezes quando se defronta com a realidade
da morte e da precariedade, coisas próprias dessa vida, se desespera e não
aceita e sofre, e sofre muito de diversas formas. Deus nos criou para a
felicidade, nós a perdemos quando fomos expulsos do paraíso, em Adão. Realmente
teríamos de fato, motivo para o desespero. E o que se apresenta hoje então para nós com a
ressurreição de Cristo? A possibilidade de não acabarmos por aqui. São Paulo
quando escreve aos coríntios, (2 Cor 5,1.6-10) diz que essa nossa morada
humana, o corpo que temos é uma tenda, uma morada passageira. O que quis dizer
com isto? Nos deu a noção de que essa vida passageira não é a pensada por Deus
para nós. É onde estamos exilados e longe do Senhor da vida, não é a melhor,
mas é limitada, cheia de precariedades, onde sentimos fome, sede, frio, dor,
ficamos doentes, velhos, onde ás vezes querendo fazer o bem e nos sai o mal,
onde ofendemos aos irmãos até sem querer, onde vivemos em busca de felicidade,
em busca de algo que nos preencha em definitivo com felicidade. É isso mesmo!
Todos buscamos felicidade, e isso não é mau, pois foi para isto que Deus nos
criou, para a felicidade! Mas nesse mundo passageiro, nessa tenda, isso não se
realizará. Enfim, fomos criados para estarmos diante dessa felicidade que é
Ele, Deus. Por isso a ressureição de Cristo nos é muitíssimo importante, é a
chance de podermos retornar a condição para a qual fomos criados, ou seja, a
felicidade, estar diante de nosso Criador! Por isso celebremos agora esses
cinquenta dias de festas pascais, sem pecado, pois o coração agradecido
daqueles que se sentem agora, ressuscitados com Ele, O amam e não O querem
desagradar, por pura vontade de manter essa felicidade, típica do céu. O desejo
de viver essa verdadeira felicidade que já começou aqui nessa festa da Páscoa,
nos leva a desejar morar na casa do pai. O que vivemos aqui não tem comparação
com o que viveremos no céu, nos promete o Senhor.
Cristo
ressuscitou, verdadeiramente ressuscitou!!!!
Diácono Valney.
FELIZ PÁSCOA!!!!!
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