O General Social Survey, uma compilação de dados sociológicos, contém entrevistas com 57 mil adultos dos Estados Unidos realizadas pelo Centro Nacional de Pesquisas de Opinião, da Universidade de Chicago. É recentíssimo.
Downey e Bobbitt-Zeher, desta equipe, apresentaram suas conclusões na 108º reunião anual da Associação de Sociologia Norte-Americana (ASA, na sigla em inglês), que terminou em13 de agosto último em Nova York. As quais são muito interessantes e oportunas: quanto mais irmãos a pessoa tem, menos provável é que ela se divorcie quando crescer, sugere um estudo apresentado no último dia 13 em uma grande convenção de sociólogos norte-americanos.[1]
“A verdadeira questão parece ser como a dinâmica familiar muda gradativamente com a adição de cada irmão“, explicou Donna Bobbitt-Zeher, coautora do estudo.
“Ter mais irmãos significa maior experiência em lidar com os outros – e isso parece oferecer ajuda adicional para lidar com um relacionamento conjugal na vida adulta“, esclareceu. E também não conjugal, acrescento eu.
“Maior experiência em lidar com os outros”: quem tem muitos irmãos, recebe uma influência em seu temperamento que pode ser benéfica, com uma tendência a ser desembaraçado, sociável, conhecendo o próximo em suas qualidades e seus defeitos, podendo votar-lhe consideração e estima.
Plinio Corrêa de Oliveira acrescenta: A natureza do homem leva-o a estabelecer nexos mais diretos com certas coisas, e relações mais próximas com certas pessoas. Ser proprietário, ter família, são situações que lhe dão uma justa sensação de plenitude de personalidade. Viver como átomo isolado, sem família nem bens, em meio a uma multidão de pessoas, estranhas, lhe dá uma sensação de vazio, de anonimato e isolamento, que é para ele profundamente antinatural .
O mesmo autor ressalta que a parentela numerosa “emprestava vida e calor à família”.
E passa a descrever: “O número considerável de filhos dá ao ambiente doméstico uma animação, uma jovialidade efervescente, uma originalidade incessantemente criativa, no tocante aos modos de ser, de agir, de sentir e de analisar a realidade quotidiana de dentro e de fora de casa, que tornam o convívio familiar uma escola de sabedoria e de experiência, toda feita da tradição comunicada solicitamente pelos pais, e da prudente e gradual renovação acrescentada respeitosa e cautamente a esta tradição pelos filhos. A família constitui-se assim num pequeno mundo, ao mesmo tempo aberto e fechado à influência do mundo externo”.
“A organização familiar como eu a descrevi (diz Dr. Plinio) pode ser comparada às águas de umapiscina, renovadas discreta, mas certamente, de maneira a evitar a estagnação: não são nem as torrentes revoltas da aventura e da improvisação, nem a estagnação que recusa todos os valores novos”.[2]
Com a crise da instituição familiar, a solução muitas vezes é a fuga: “Tende-se a fugir, e se foge indo para a rua ou trazendo a rua para dentro de casa, sob o aspecto de duas ou três televisões em várias salas”.
Do alto da Cátedra de Pedro, o Papa Pio XII se pronuncia: “Magnífico espetáculo, especialmente em algumas regiões, oferecem aquelas famílias muito bem chamadas patriarcais, nas quais o espírito do avô desaparecido ainda perdura, comunica-se e se transmite de geração em geração, como o melhor e mais sacro patrimônio, guardado mais zelosamente que o ouro ou a prata”.
Diácono Valney
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