quarta-feira, 2 de novembro de 2011

7 Bilhões de habitantes, o que faremos?

Saiba o que a Igreja pensa sobre o assunto .

Leonardo Meira
CN

Danica Camacho, bebê número 7 bilhões. Mitos sobre demografia buscam respaldar iniciativas da cultura da morte, como aborto e esterilização em massa
7 bilhões de habitantes no planeta. A bebê filipina Danica May Camacho nasceu dois minutos antes da meia-noite do domingo, 30, e é um dos bebês símbolos de um número que divide opiniões e ideologias mundo afora.

Há duas principais correntes de interpretação dos dados relacionados à população mundial. De um lado, estão os defensores da chamada explosão demográfica ou superpopulação. De outro, há quem fale sobre inverno demográfico e indique a drástica perspectiva de diminuição das taxas de natalidade.

Não é fácil se posicionar frente a argumentos tão diferentes. Os seguidores da primeira corrente aproveitaram a marca dos 7 bilhões de habitantes no planeta para levantar a bandeira do controle populacional, sob o pretexto de que o mundo não seria capaz de suprir as necessidades de tantas pessoas. Aí, até mesmo o aborto é apresentado como uma "solução", especialmente para os países pobres.

No entanto, há outros segmentos que apontam a capacidade do mundo de atender a todas as demandas de seus habitantes. O mal residiria mais no egoísmo humano, que leva a reter as coisas somente para si, do que na falta de capacidade da terra.

"O nascimento do bebê sete bilhões não é uma maldição, mas uma bênção para todos. Não é um problema, e sim um recurso. O problema a longo prazo da humanidade não é o excesso, senão a escassez de crianças”, explica o presidente do Population Research Institute (PRI), Steve Mosher, no último boletim do Instituto.

"A solução das questões conexas ao crescimento demográfico deve ser antes perseguida no simultâneo respeito tanto da moral sexual quanto da moral social, promovendo uma maior justiça e autêntica solidariedade para dar por todo lado dignidade à vida, a começar por condições econômicas, sociais e culturais", sentencia o Compêndio da Doutrina Social da Igreja.

O próprio diretor-geral do Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, intervindo na II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, que aconteceu em outubro de 2009, no Vaticano, revelou: "O problema da segurança alimentar neste mundo é antes de tudo uma questão de mobilização política a alto nível para que tais recursos sejam disponibilizados. É uma questão de prioridade diante das necessidades humanas fundamentais. O que constatamos hoje é o resultado das decisões fundamentadas em motivações materialistas, em detrimento dos referenciais éticos. Vemos condições de vida injustas e um mundo desigual, no qual um número restrito de pessoas enriquece-se cada vez mais enquanto a maioria da população está a empobrecer. Existem na terra meios econômicos suficientes, tecnologias eficazes e recursos naturais e humanos para eliminar definitivamente a fome no mundo".

Em que acreditar? Sobre esses aspectos, a doutrina da Igreja Católica pode ajudar de modo decisivo a se formar uma opinião mais amadurecida.

Diácono Valney

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