quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Um tal "templo de salomão" inaugurado em São Paulo.


Por Dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares

 Só para esclarecer aos católicos, a respeito desse “templo de Salomão” inaugurado em São Paulo, mais uma farsa religiosa do nosso tempo e mais uma punhalada no cristianismo, já tão deturpado pelas seitas…

1. Não existe nem poderá existir “Templo de Salomão” algum desde 587 aC, quando o Templo do Senhor, construído pelo Rei Salomão, foi incendiado pelos babilônios. Este era o chamado Primeiro Templo dos judeus.

2. Nem mesmo no tempo de Jesus havia um “Templo de Salomão”. Havia sim, o Segundo Templo, construído pelos judeus que voltaram do Exílio de Babilônia entre 537-515 aC. Foi nesse Templo, reformado, ampliado e embelezado por Herodes Magno, que Jesus nosso Senhor pregou. Foi sobre esse Templo que Ele afirmou tratar-se de uma imagem Dele próprio, morto e ressuscitado: “Destruí este Templo e em três dias Eu o edificarei!”.

3. O Templo de Salomão em si não tem significado algum para o cristianismo. Também não pode ser reconstruído, pois já não seria o Templo “de Salomão”, mas de outra qualquer pessoa! O que se construiu em São Paulo foi um “Edifício do Edir Macedo”, nem mais nem menos…

4. Quanto ao Templo dos judeus, somente pode ser construído sobre o Monte do Templo, chamado Monte Moriá, em Jerusalém. Os judeus nunca reconstruíram o seu Templo por isso: porque ali já estão erguidas duas mesquitas muçulmanas…

5. Os cristãos jamais poderão ou deverão reconstruir Templo judaico algum! Isto é negar Nosso Senhor Jesus Cristo, é voltar ao Antigo Testamento! O Segundo Templo era imagem do Corpo do Senhor. Ele mesmo o declarou. Aqui coloco de modo explicado o que Jesus quis dizer: “Vós estais destruindo este Templo! Podeis destruí-lo; ele já cumpriu sua função de figura, de lugar de encontro de Deus com os homens! O verdadeiro Templo é Meu corpo imolado e ressuscitado! Vós destruireis o Meu corpo como estais destruindo este Templo! Mas, dentro de três dias Eu o ressuscitarei, edificando o verdadeiro Templo, lugar de encontro entre Deus e o homem: o Meu corpo, que é a Igreja!”

6. Arca, sacrifícios antigos, utensílios do antigo Templo, já não têm sentido algum no cristianismo. Mais ainda: não passam de pura e vazia falsificação que ofendem a reta consciência cristã e desrespeitam os judeus, imitando de modo grosseiro e falseando de modo superficial o real significado dos seus símbolos religiosos.

Conclusão: É uma pena ver como o charlatanismo, a ignorância, o grotesco prosperam em certas expressões heterodoxas de cristianismo… E tudo por conta do tripudio sobre a ignorância e falta de bom senso de toda uma população insensata. Só isto.

Diácono Valney

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Mensagem de dom Esmeraldo para os diáconos do Brasil

Dom Esmeraldo Barreto de Farias, arcebispo de Porto Velho, RO e bispo referencial da Comissão Nacional dos Diáconos - CND, escreveu esta mensagem abaixo para os diáconos do Brasil.


O FECUNDO TESTEMUNHO DE UM DIÁCONO!


Celebrando o mês vocacional, rezamos especialmente nesta primeira semana pelos ministros ordenados. Hoje, me dirijo particularmente aos Diáconos Permanentes no Brasil!Caro irmão diácono, agradecendo a Deus por sua vida e missão nas grandes cidades, no interior, nas áreas ribeirinhas da Amazônia, nos sertões do Nordeste, nos campos do Oeste, coloco no coração daquele que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos (Mc 10,45) a sua vida e a de sua família.


O testemunho do diácono Estêvão, aquele servo de Deus cheio do E. Santo e por ele guiado (cf. At 6,5a. 10; 7,55), pode trazer-nos uma grande luz! Estêvão aparece como o primeiro da lista dos sete homens escolhidos para a missão diaconal: “Estêvão, homem de fé e cheio do Espírito Santo” (At 6,5a); “cheio de graça e poder, fazia grandes milagres e sinais entre o povo” (6,8); “alguns membros da sinagoga dos Emancipados, (...) puseram-se a discutir com Estêvão, mas não conseguiam resistir à sabedoria e ao espírito com que falava” (At 6,9-10).Na trajetória de Estêvão, podemos destacar:a)    O chamado, a missão e a consagração para a missão - cuidar dos pobres -, nascem  de uma real necessidade da comunidade em Jerusalém, da sugestão dos Doze, da provação da comunidade reunida e da oração e imposição das mãos dos Apóstolos. Era a ação de Deus através de desafios que se lhes apresentavam iluminando o caminho da Igreja nascente para que fosse realmente servidora, no caminho do Servo (6,1-7). Estêvão assume a missão que lhe foi confiada e, a partir da prática, cresce na consciência de ser Servo. O que ajuda Estêvão a crescer nessa consciência? Certamente, para ele está clara a situação que a comunidade enfrenta, isto é, a necessidade de socorrer as viúvas no atendimento diário. Nessa prática, ele guarda no coração a experiência de tantos servos de Deus que tinham sido chamados e enviados por Deus para uma grande missão: Abraão, José, Moisés, os profetas e que tudo era preparação para a vinda do Justo, que foi crucificado. Ele vai amadurecendo a experiência de que, para o seguimento a Jesus Cristo servo, é necessário abrir-se ao Espírito Santo. Referindo-se aos membros do grande Conselho (Sinédrio), Estêvão afirma: “Duros de cerviz, incircuncisos de coração e de ouvidos, resistindo sempre ao Espírito Santo! Sois como vossos pais. A qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Mataram os que profetizavam a vinda do Justo, aquele que vós agora entregastes e assassinastes. Vós que recebestes a lei por ministério de anjos, e não a observastes” (At 7,51-53). Então, o diácono está convencido de que ele é chamado a servir a partir de JC e que o Espirito é quem torna a missão fecunda. Daí, a necessidade e a importância da vivência da graça da comunhão, da experiência do mergulhar no Mistério. O testemunho de Estêvão nos indica que o caminho do servo não pode ser a partir de si mesmo, mas daquele que nos constitui seus servos: Jesus Cristo.  b)   O testemunho de Estêvão entre o povo, realizando sinais (6,8). Eram sinais ordinários e extraordinários. Quais os sinais ordinários no serviço que somos chamados a realizar na profissão, na família, na comunidade eclesial e para a transformação da sociedade como um todo.c)    As palavras de Estêvão não são apenas palavras (discurso elaborado pela inteligência), são um sinal de sua experiência interior, da vivência do Mistério. O seu testemunho profético mostra que a missão, quando guiada pelo Espírito de Deus, pode nos conduzir para além de algumas tarefas que somos chamados a assumir! (7,2ss).d)   Estêvão faz Memória da ação de Deus e ao mesmo tempo é memória dessa mesma ação. O relacionamento de Estêvão com a Palavra é algo que nos encanta, pois ele vê a ação de Deus em toda a história da salvação. Ele faz Memória da ação de Deus e faz ver que a sua ação amorosa está presente naquele momento. Na Palavra, ele encontra força e luz diante das dificuldades e desafios presentes na missão. A profundidade do relacionamento com a Palavra de Deus faz com Estêvão viva a missão não a partir de si, mas do projeto de Deus realizado em Jesus Cristo. Ele faz memória e vive essa memória na perspectiva de JC. «Recordai-vos dos vossos guias, que vos pregaram a palavra de Deus» (Heb 13, 7). Às vezes, trata-se de pessoas simples e próximas de nós, que nos iniciaram na vida da fé: «Trago à memória a tua fé sem fingimento, que se encontrava já na tua avó Lóide e na tua mãe Eunice» (2 Tm 1, 5). O crente é, fundamentalmente, «uma pessoa que faz memória» (EG 13), pois contempla a ação de Deus na história, no presente, deixa Deus agir em sua vida e aponta a esperança.


A partir da trajetória do diácono Estevão, podemos dizer que contar o chamado, é contar a experiência da Memória de Deus, contar a experiência do encontro com Deus, das várias experiências do Amor de Deus em nossa vida. Cada vez que contamos a história, fazemos a Memoria da Ação de Deus e sempre descobrimos algo novo. O Missionário coloca a Memória ( a ação de Deus em sua vida) de Deus e na vida dos outros a serviço do anúncio para falar não de si, mas de Deus (ver isto no Magnificat). Que bela Memória faz Paulo! – cf. 1Tm 1,12-17). O missionário se deixa guiar pela Memória de Deus, para ser Memória e despertar nos outras a Memória de Deus. A Memória de Deus é caminho para não ficarmos acomodados e centrados em nós mesmos.


A Missão nos abre a esta Memória de Deus, para meditarmos sobre a ação do Amor de Deus em nossa vida e também nos outros, fortalecendo e enriquecendo a Memória de Deus que é a história do Amor de Deus, de quem enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele, de quem entrou neste mundo, de quem desce para libertar, para doar a vida: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.Celebrando o dia do Diácono e contemplando o testemunho de Estêvão, podemos perguntar-nos: como está a vida e o ministério diaconal que recebi da graça de Deus? Quais os maiores desafios que encontro no exercício desse ministério? O testemunho de Estêvão traz alguma luz para a minha vida e missão como diácono?O Espírito Santo o ilumine e lhe conceda renovar a forte experiência do encontro com aquele que nos transforma por dentro e nos dá a graça do testemunho  como servo missionário.  Seja abençoada sua família e as comunidades a quem você serve recebam a graça de serem comunidades solidárias, missionárias, proclamadoras da Palavra que nos liberta e celebrantes do mistério pascal de Jesus Cristo.Um grande abraço.


Parabéns pelo seu dia! 

Diácono Valney

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Papa nomeia arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil em Brasília

 

O Papa Francisco nomeou hoje (6), dom Fernando José Monteiro Guimarães como arcebispo do Ordinariado Militar do Brasil, em Brasília (DF). Ele foi transferindo da diocese de Garanhuns (PE). O papa acolheu o pedido de renúncia de dom Osvino José Both, aos 76 anos, conforme prevê o cânon 401, parágrafo primeiro, do Código de Direito Canônico.
Dom Fernando Guimarães é natural de Recife (PE). Membro da Congregação do Santíssimo Redentor (CSSR), com profissão religiosa em 1969, sendo ordenado sacerdote aos 25 anos. Foi nomeado bispo pelo papa João Paulo II, em 12 de março de 1998. Recebeu a ordenação episcopal no mesmo ano, em Roma, escolhendo como lema “O nosso coração ardia”. É mestre em Filosofia e Direito Canônico pelo Ateneo Romano da Santa Cruz, em Roma. Possui doutorado em Teologia Moral pela Alfonsianum.

Trajetória Episcopal
Dom Fernando já assumiu diferentes funções na atividade pastoral da Igreja no Brasil. Foi membro do Supremo Tribunal da Signatura Apostólica, presidente da Comissão Episcopal para a implementação do Acordo Brasil-Santa Sé e consultor da Congregação para as Causas dos Santos, na Cúria Romana. Desde 2008, dom Fernando estava como bispo de Garanhuns (PE).

Por Monasa Narjara, com informações da CNBB

Diácono Valney 
Pascom Paróquia Santo Antonio.