terça-feira, 30 de outubro de 2012

Protagonista do filme Batman premia herói pró-vida que se opôs ao aborto na China.


Christian Bale junto a Chen Guancheng. Foto: Michael Ian para o site Human Rights First.
WASHINGTON DC, 29 Out. 12 / 01:43 pm (ACI/EWTN Noticias).- O protagonista da saga Batman, o britânico Christian Bale, apresentou um prêmio pela defesa dos direitos humanos ao ativista pró-vida  Chen Guangcheng por seu trabalho na luta contra os abortos forçados na China, e disse que sua tarefa é própria de um homem valente que inspira outras pessoas.

Na terça-feira passada, dia 25 de outubro, durante um jantar realizado em Nova Iorque (Estados Unidos), Bale entregou a Chen Guancheng o prêmio da organização Human Rights First, uma entidade com sede nesse país que batalha pela defesa dos direitos humanos no mundo.

ACI DIGITAL

Ao apresentar o galardão, Christian Bale destacou o trabalho do ativista pró-vida  em nome das mulheres e dos não nascidos que estão sujeitos à política do filho único na China: “um programa de abortos forçados significa que as mulheres são tiradas de suas casas contra sua vontade. São obrigadas a abortar, algumas vezes em estágio avançando de gravidez. Imaginem isso. Algumas inclusivo morrem no processo”, disse o ator.

Referindo-se a estes abortos como “um verdadeiro horror”, o famosos artista afirmou ainda que neste “mundo insano”, Chen saiu em defesa das mulheres vivendo e promovendo “valores simples, valentes e universalmente admirados”.

“Por esta razão este homem foi encarcerado e golpeado por mais de quatro anos”, recordou Bale.

À sua vez, Chen, que ademais é portador de deficiência visual, acredeceu pelo prêmio e comentou: “acredito que se todos no mundo colocassem os direitos humanos em primeiro lugar, viveríamos em um mundo completamente diferente. Este não é só um prêmio para mim, mas sinto que aqui represento todos aqueles que vivem em países que não são democráticos”.

A noite de 25 de outubro foi a primeira vez que Bale se encontrou com o Chen. O ator já tinha tentado visitá-lo enquanto durante sua prisão domiciliar mas os guardas do governo chinês impediram o ingresso.

Chen que ficou cego durante a sua juventude, é um defensor e promotor dos direitos humanos que denunciou os horrores da política do filho único na China, falando abertamente dos abortos e das esterilizações forçadas que se praticam no país.

Depois de quatro anos de prisão, foi colocado em prisão domiciliar em setembro de 2010. Ele e sua família foram retidos sem cargos formais, foi golpeado e impedido de receber tratamento médico.

Em abril deste ano conseguiu escapar da detenção domiciliar, chamando a atenção da imprensa mundial, e se dirigiu à embaixada dos Estados Unidos.

Ele deixou a embaixada para ir a um hospital de Beijing no dia 2 de maio, logo depois que o governo lhe prometesse que ele e sua família estariam a salvo. Entretanto, o ativista expressou seus temores ante a oferta do governo comunista e pôde viajar aos Estados Unidos no dia 19 do mesmo mês. Atualmente estuda direito e inglês na escola de leis da New York University. Ele se encontra nos Estados Unidos junto com a sua família. 

Diácono Valney

domingo, 28 de outubro de 2012

Sínodo: o que o Espírito diz à Igreja?



Por CNBB

Terminada a 2ª semana de trabalhos da 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre a “nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, já é possível perceber os rumos do caminho da Igreja nos próximos anos. O fruto do trabalho realizado pela Assembleia sinodal será agora traduzido numa mensagem e nas propostas finais, que serão entregues ao Papa; foi ele que convocou o Sínodo para ouvir os bispos e demais participantes sobre o tema em pauta, sobre o qual ele fará, depois, a Exortação pós-sinodal.

Uma primeira constatação é que há uma urgente necessidade de uma nova evangelização, não apenas porque há tantos fatores novos e desafiadores postos à missão da Igreja, mas porque, exatamente, a missão primeira da Igreja é evangelizar e ela deve fazê-lo, proclamando o Evangelho de forma renovada para o mundo mudado. Não podemos pressupor que todos já estejam evangelizados, nem que o mundo inteiro já foi iluminado pela Boa Nova de Cristo. Vamos evangelizar de novo, pois essa é nossa missão; e temos algo de muito precioso para anunciar e compartilhar com os homens do nosso tempo!
A nova evangelização deve levar em conta a diversidade das situações em que se encontram as pessoas em relação à fé cristã: há quem crê e pratica a fé, mas precisa ser estimulado a crescer, a perseverar e a realizar as obras da fé; há quem foi batizado mas nunca foi evangelizado, ou apenas superficialmente, necessitando de um forte anúncio querigmático e de um itinerário de formação e amadurecimento na fé; e há os que estão distantes da fé cristã e da Igreja de Cristo, necessitando do primeiro anúncio e do consequente itinerário de crescimento e amadurecimento na fé cristã. Isso requer uma revisão nos métodos de evangelização e pastoral – uma verdadeira “conversão pastoral”.
Na evangelização, temos que contar sempre com a graça de Deus, que tem a primeira iniciativa e vem ao encontro do homem; por isso, a evangelização não depende tanto de métodos e recursos técnicos em profusão quanto de evangelizadores santos, que tenham uma profunda experiência de Deus e vivam em comunhão com ele. Muitas foram as observações dos padres sinodais sobre a necessidade da boa formação, amor à Igreja e ardor missionário da parte dos evangelizadores. Diversas vezes também foi observado que o exemplo dos santos pode ser de grande ajuda para a nova evangelização: eles foram sempre os evangelizadores mais eficazes ao longo da história, sobretudo em períodos de crise na Igreja. No domingo das missões, dia 21 de outubro, o papa Bento 16 proclamou mais sete santos da Igreja e lembrou a vida e a obra dos santos, como fatos de evangelização.
Lugar de destaque na nova evangelização devem ter a Liturgia, fonte e cume de toda ação da Igreja, especialmente a Eucaristia dominical; o anúncio abundante da Palavra de Deus, com destaque para a homilia e a Catequese; o Sacramento da Penitência deverá ser valorizado mais, assim como as devoções e a religiosidade popular, mediante as quais a fé é cultivada e transmitida. Destacada foi a referência à paróquia, como expressão concreta e indispensável da comunidade de fé, espaço para a evangelização, as manifestações da vida eclesial e da comunhão na mesma fé, esperança e caridade. As pequenas comunidades, nas suas múltiplas formas, foram apontadas como importantes expressões de vida eclesial e lugares para o cultivo e a transmissão eficaz da fé cristã.
O Sínodo trata com sereno realismo da atual situação da transmissão da fé, mas também com esperança; o primeiro interessado no anúncio da Boa Nova é sempre o Espírito Santo, que também vai indicando à Igreja os modos como ela o deve fazer sempre de novo. Mais do que nunca, devemos ouvir hoje o que o Espírito diz à Igreja (cf Ap 2,29).
Diácono Valney

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Denúncia: Espanha financia o aborto na América do Sul com 7,3 milhões de dólares.


Apesar da crise na Espanha.
Dra. Gádor Joya
MADRI, 19 Out. 12 (ACI/EWTN Noticias).

 Baseada em um relatório difundido pelo jornal La Gaceta, a Dra. Gádor Joya denunciou que o Ministério de Assuntos Exteriores do governo da Espanha financiou com 7,3 milhões de dólares a uma ONG "para que organize foros internacionais a favor do abortolivre e gratuito em cidades da América como La Paz, Quito ou Lima".
Em uma missiva dirigida aos assinantes e colaboradores da plataforma pró-vida espanhola Direito a Viver (Derecho a Vivir em espanhol), a Dra. Joya criticou que apesar da crise que o país está vivendo, o governo espanhol mantenha a política de "exportar abortos".
A porta-voz de Direito a Viver criticou que em 2012, o governo espanhol recortou pela metade as ajudas aos organismos não governamentais que ajudam as mulheres grávidas com dificuldades para ter seus filhos, que era mais ou menos de 900 mil dólares.
"Ou seja, que para ‘exportar abortos’, como o chama La Gaceta, há dinheiro público, mas para ajudar às mães, não", disse.
"O Governo se enche de orgulho com a #MarcaEspaña. Promover a ideologia do aborto faz parte da #MarcaEspaña?", questionou a líder pró-vida.
Gádor Joya qualificou de "inaudito" a atitude do governo espanhol, "sobretudo, quando na Espanha estamos sofrendo drásticos recortes nos programas de Educação, Sanidade ou Dependência".
Joya anunciou que Direito a Viver iniciou um abaixo assinado para pedir ao ministro de Exteriores, senhor José Manuel García-Margallo, que deixe de financiar com os impostos dos contribuintes espanhóis "a ONGs como Solidariedade Internacional, dedicada à difusão da ideologia abortista na América".
"Se o Governo quer proteger o direito à vida, que comece por denunciar o convênio com estas entidades e destine os recursos a ajudar às mães sem trabalho e sem independência para ter a seus filhos", assinalou.

Diácono Valney

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Os malefícios da pornografia para as pessoas e filhos.


João Malheiro no portal da família.
Nos últimos anos pais e educadores tem motivos de sobra para se preocupar: a pornografia se expandiu muito, dentro e fora dos lares, na mídia impressa, na TV e na Internet. Conteúdos pornográficos podem interferir no amadurecimento sadio da capacidade de relacionamento das pessoas, é o que explica o Prof. Dr. João Malheiro, em entrevista concedida ao jornalista Marcelo Benittes da Revista Cidade Nova.
O Prof. Dr. João Eduardo Bastos Malheiro de Oliveira é Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Diretor do Centro Cultural e Universitário de Botafogo no Rio de Janeiro (www.ccub.org.br) e participa da ONG Ação Cultural Educativa e Social (ACES), do Grupo de Pesquisa de Ética na Educação da UFRJ (GPEE/UFRJ) e das atividades de formação do OPUS DEI.
1. Há estudos científicos sobre os efeitos da pornografia?
Existem inúmeros estudos científicos sobre os efeitos negativos da pornografia. Um deles é o publicado pela Academia Americana de Pediatria, de Collins et al. (2004) (1) que constata que a exposição dos adolescentes ao sexo em programas de TV tem sido determinante na iniciação sexual dos adolescentes. Comprovou-se relação direta entre a assistência a conteúdo sexual na TV e a imitação de tais conteúdos pelos jovens.
No Brasil não é diferente. À medida que os modelos apresentados na TV, em ambientes de entretenimento como novelas, seriados e filmes, e até mesmo na publicidade são de infidelidade, sexo fácil, sexo grupal e promiscuidade, a criança e o adolescente tendem a associar somente o prazer da diversão à conduta apresentada, transformando aquela postura em estímulo. Uma vez assimilados aqueles modelos como referências, os jovens passam a experimentar socialmente a conduta ditada pela TV.
Outro importante fator entra em jogo: o ambiente televisivo passou a ser o grande ponto de encontro da juventude, o âmbito de inclusão de todos. A mídia televisiva é a grande sala de estar da sociedade. O jovem quer interagir socialmente e a pauta da mídia é assimilada por ele como a opção, fora do lar, para ser acolhido nessa grande sala de estar. As modas entre jovens refletem esse fenômeno.
2. Que sugestões o sr. pode dar aos pais e educadores para prevenir contra a pornografia? Qual deve ser a abordagem educativa quanto ao jovem que já é afetado pelo consumo da pornografia?
Em primeiro lugar, os pais devem procurar não dar a impressão de ficar chocados quando flagram um filho com material pornográfico nas mãos ou na internet, pois quanto maior for a nossa reação perante o fato, mais valor ele dará à pornografia.
O mais pedagógico é se abrir ao diálogo com o filho e convidá-lo a perguntar-nos o que quiser sobre sexo. O psiquiatra Vallejo-Nágera (2) indica que “Como é evidente que o sexo atrai a curiosidade de um jovem e este, hoje em dia, vem sendo bombardeado pela pornografia, deve-se procurar informá-lo de maneira educativa e natural sobre o sexo. Quando se é adolescente, é comum confundir sexo e amor. Revela-se extremamente positivo para o jovem que o pai e a mãe lhe expliquem a diferença que há entre ambos, e também que o façam ver que o sexo abrange muito mais do que o prazer puramente físico: amor, respeito, amizade e admiração para com a outra pessoa. Mas é preciso dizer-lhe que a pornografia é um meio sórdido e de conteúdo extremamente tedioso, distante da verdadeira realidade do sexo.
Por fim, é muito didático que os filhos se habituem desde cedo a reparar que os pais desligam a TV quando a transmissão não está de acordo com a ética ou que mudam de canal com o controle remoto diante de uma propaganda inconveniente, que procuram selecionar bem os filmes que buscam nas locadoras, informando-se antes nos sites que aconselham nesta matéria, e que usam a internet na sala de estar, evitando assim, com a ajuda da presença dos demais, que também eles – os pais - caiam na tentação.
3. A pornografia e a intensa sensualidade presente na mídia impressa, TV e Internet podem ser associados a distúrbios na área da afetividade?
Evidentemente que, quando o impulso sexual é estimulado precocemente nos jovens e eles não têm ainda a fortaleza para lhes ajudar a dizer NÃO, nem a prudência para apontar-lhes a verdadeira finalidade desse impulso – fim procriativo e fim unitivo –, naturalmente a satisfação sexual estará associada a uma finalidade errada – o satisfação do próprio EU, tornando-os mais egocêntricas do que já são – e a um vício sem lógica, que a levará a querer sempre mais, muitas vezes, até à exaustão e a desordens aberrantes, como eram os vomitórios romanos. Isto vai acarretando no atrofiamento da vontade – a qual só se desenvolve quando a afetividade é direcionada para o OUTRO – e conseqüentemente tornando o jovem incapaz para o amor, a felicidade e para a experiência da verdadeira liberdade. Uma sexualidade separada do amor traz a grande chaga do desamor: a incapacidade de se entregar a alguém, pois a pessoa simplesmente não desenvolveu essa potencialidade e essa linguagem na infância. Não entendendo a linguagem do amor, o sexo sempre será visto como fonte de mero prazer e, dentro deste contexto, fica fácil entender a explosão dos vários desvios afetivos que apareceram nos últimos anos na sociedade: homossexualismo, lesbianismo, etc., que não são nada mais do que buscas de prazer para si, dentro de um grande egoísmo mútuo.
Um último problema ligado à afetividade é que, quando o homem não é educado para o verdadeiro amor ou amor real, e se deixa iludir pelo mero amor sentimental, ele vai experimentando com o tempo um vazio existencial (Victor Frankl), pois nada o preenche. Este vazio gera depois várias desarmonias psíquico-existenciais como ansiedade, depressão, angústia, pois a vida vai ficando sem sentido. Depois, esses sofrimentos são ainda ampliados com as diversas contrariedades e dificuldades que a vida traz consigo. Como essas pessoas não estão preparadas para enfrentá-las, porque são fracas, sofrem muito com os diversos fracassos profissionais, familiares e até religiosos. Falta-lhes a força de vontade que só tem quem alcançou a força do amor, um amor que conseguiu pular a barreira do egoísmo, deixando-o para trás, e olhando para o transcendente. Em geral, aquelas pessoas vazias tornam-se, depois, uma autêntica cruz para os demais, pois suas fraquezas ou tristezas só são diminuídas quando conseguem fazer sofrer também aos que estão à sua volta.
4. Os conteúdos pornográficos, num limite extremo, podem interferir no amadurecimento sadio da capacidade de relacionamento da pessoa, no sentido de o consumidor de pornografia sofrer a tendência de ver todos (ou quase todos) relacionamentos humanos como possíveis relacionamentos sexuais?
Uma das máximas evangélicas diz sabiamente que serão felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Quer dizer, portanto, que existem conseqüências positivas e negativas dependendo de aquilo para que nós olhamos, principalmente, se olhamos de fato, se calibramos os detalhes e não simplesmente vemos (deste último modo, o objeto não chega a entrar no coração). Uma pessoa que habitualmente “guarda a vista” contra tudo aquilo que estimula e excita os seus instintos sexuais ou ainda os desejos afetivos desordenados, não de uma forma negativa, repressora, de pura auto-contenção, mas, justamente o contrário, de forma positiva, afirmando os valores de pureza, amor e respeito, naturalmente manterá dentro de si uma capacidade para contemplar nos outros não só o próprio Deus – pois todos somos imagem e semelhança de Deus –, mas a pessoa em si, com toda a sua riqueza e individualidade.
Por outro lado, quando essa pessoa vai se acostumando a olhar tudo e de tudo, com o tempo a razão vai adormecendo, a vontade enfraquecendo, pois os estímulos e impulsos sexuais acabam sendo satisfeitos sem regras e limites, e se tornam sempre mais primitivos, animalescos e profundamente dominadores. Aquilo que parecia ser a opção mais livre, mais autêntica, na realidade é justamente o contrário, uma forma de escravização. Nestas condições, é natural que se perca rapidamente a dimensão da imensa dignidade da pessoa humana e que só se consiga ver no outro, com a visão obnubilada, um mero objeto de prazer e de satisfação egoísta. Um exercício, que dá bons resultados quando faço com os adolescentes que dizem não haver problema em olhar para qualquer mulher de forma maliciosa, é propor-lhes que imaginem sua mãe ou irmã, no mural da escola ou faculdade, em imagens mais ou menos degradantes, sendo ridicularizadas por todos os seus colegas. Em geral, caem em si ao perceber que é isso o que fazem quando compram uma revista pornográfica.
5. A pornografia pode diminuir a sensibilidade humana aos conteúdos espirituais da sexualidade, como, por exemplo, o amor pelo parceiro sexual? Ou seja, por meio do consumo da pornografia a pessoa pode ser levada a querer apenas o sexo pelo sexo?
Apesar de que, em parte, a pergunta já foi respondida no tópico anterior, poderia completar fazendo sobressair outro aspecto importante: a integração do sexo numa verdadeira antropologia exige que se verifiquem quatro dimensões essenciais: a procriativa, a afetiva, a racional e a espiritual. Só quando se dá essa integração é que se encontra o caminho de uma plena realização na atividade sexual. Portanto, quando um ato sexual é feito apenas com a primeira dimensão, – procriativa – é um ato puramente animal! Quando só leva em conta as duas primeiras, é preciso examinar qual é a qualidade e sinceridade desse amor. É sabido que, por mais que um casal diga que esse ato sexual é um ato de amor, muitas vezes é apenas um ato de amor-paixão, uma ação que ainda não alcançou os patamares do compromisso, que é racional (terceira dimensão); é muito mais um momento de egoísmo mútuo. Portanto, um ato dessa natureza tende a frustrar, mais cedo ou mais tarde, muitos casais de namorados, porque não saboreiam nunca o amor real, o único que preenche o coração, e por isso, muitas vezes, acabam nunca se casando. Concluímos, portanto, que o ato sexual feliz deve chegar à quarta dimensão, à espiritual.
Aristóteles afirmava que o verdadeiro amor não é a anulação da pessoa do outro, antes pelo contrário, o seu pleno reconhecimento, precisamente através da entrega própria. A entrega é a manifestação mais completa do respeito à dignidade do outro enquanto outro. Entregar-se é dar o bem próprio ao outro, quer dizer, o contrário de utilizar o outro para a própria satisfação. Para que isto seja possível, é necessário ter a capacidade de olhar para o outro de forma amorosa, como em todo olhar contemplativo. Esta capacidade, como demonstramos na resposta anterior, só será possível se ambos os que se amam não se degradam pela pornografia.
Infelizmente, uma grande maioria das pessoas, hoje em dia, não consegue alcançar nem a primeira dimensão, isto é, buscam o sexo por puro prazer. Têm presente apenas, talvez, a primeira dimensão “por negação”, ao não querer engravidar. E outras, pulando essa primeira dimensão, chegam direto na segunda, mas de forma defeituosa, porque não estando abertos à vida, com artifícios antinaturais, sempre fica duvidosa a entrega que ambos afirmam existir.
6. Pode ela também levar à busca do prazer egoístico, ou seja, durante o relacionamento, pensar apenas no próprio prazer, e esquecer a satisfação do parceiro?
Já respondemos também, em parte, na pergunta anterior, porém vale a pena insistir que o amor ao outro não está em lhe proporcionar prazer. A realização da pessoa humana está muito longe de ser uma mera realização sexual. Esta é apenas uma parte de um todo: quem se realiza, quem é feliz, é a pessoa em toda a sua integridade, composta de corpo e alma. Esta composição não é, pois, dualista, não são duas coisas unidas artificialmente. O corpo está aí para a alma, e a alma para o corpo. Tudo o que o homem é e faz é imputável ao homem inteiro, corpo e alma numa unidade substancial. A alma não é uma realidade boa aprisionada no corpo, como num cárcere, como escreveu Platão. A alma é humana, porque está unida ao corpo e ela, assim como suas operações, é mais perfeita quando está unida ao corpo do que ao estar separada, como ocorrerá depois da morte. Portanto, não existe nada no homem que seja só anímico, assim como não existe nada que seja só do corpo, como o sexo. Este é do homem na sua totalidade, e, desta forma, a sexualidade está a serviço do mais importante, que é o amor.Quando existe uma profunda visão da unidade do homem, compreende-se como a sensualidade – a prática simplesmente corporal do sexo – não é amor. E compreende-se também que, somente quando o sexo leva ao amor humano e, a partir daí, ao Amor dos amores, é possível dizer que o homem está no caminho da verdadeira realização matrimonial.
7. O consumo da pornografia tem um resultado progressivo, no início imperceptível?
O mal nunca é imperceptível no início! A consciência do homem, pelo menos nos primeiros anos, é muito gritante, e todos nós lembramos que as primeiras aventuras eróticas que vivenciamos na infância, seja por mera curiosidade, seja pelo mau exemplo de um amigo, sempre foram feitas no esconderijo e no anonimato.
Depois, como com qualquer vício, com a repetição desses atos ruins, a consciência vai se anestesiando e enfraquecendo um pouco suas repreensões. Mas a lei natural, que está escrita nos nossos corações, nunca se apaga.
Aristóteles diz que a nossa afetividade é movida tanto pelo apetite irascível (busca de bens árduos, mas realizadores), quanto pelo apetite concupiscível (busca de bens imediatos). Ambos exigem a presença das virtudes da fortaleza e da temperança, respectivamente, para moderarem e direcionarem esses impulsos. Quando essas virtudes não são desenvolvidas pelos pais e professores, desde a infância, a criança se habituará a ceder a todos os impulsos que lhe tragam um prazer fácil e imediato, sem se importar com os malefícios que isso lhe trará, e a fugir dos que lhe exigirão esforço e sacrifício. Naturalmente, a pornografia, que proporciona um forte prazer imediato, entrará inevitavelmente nesta dinâmica, e a busca por material pornográfico será sempre crescente e exponencial.
É interessante observar que o material que circula hoje em dia na internet, e mesmo dentro do mundo empresarial, é em grande maioria material erótico e apenas uma parte bem menor material profissional. Se a grande maioria dessas pessoas já está longe dos anos da adolescência e já deveria estar satisfeita em todas as curiosidades sexuais, é evidente que este consumo tende a crescer ao longo da vida, principalmente naquelas pessoas que não foram bem educadas nas verdadeiras virtudes e, com certeza, estão infelizes na vida e necessitam de compensações afetivas para se enganarem um pouco.
8. Pornografia vicia? Exige o consumo de conteúdos cada vez mais intenso?
O que foi dito acima já respondeu à pergunta, mas podemos completá-la simplesmente reiterando que, quando qualquer prazer material/sensitivo do homem não é protegido, vinculado e moderado pela razão – seja ela teórica ou prática – e ainda direcionado ou limitado pela educação da vontade, então o homem se animaliza e, como aponta o filósofo Joseph Pieper, se autodestrói. Assim como todo consumidor de drogas, quando é sincero, costuma afirmar que antes de chegar à heroína, passara pela cocaína, e antes pela maconha, assim também acontece o mesmo mecanismo na pornografia, pois o desejo do homem é ilimitado quando passa da “linha vermelha”.
9. A capacidade de cada um dos membros do casal, homem e mulher, de direcionarem seu desejo sexual somente, exclusivamente um ao outro, ou seja, a capacidade de serem fiéis pode ser afetada pela pornografia?
De tudo o que já expusemos, fica evidente que sim. Um aspecto em que São Josemaría Escrivá insistia com freqüência, quando falava com os casais, era que “o que mancha um menino, mancha um velho. Portanto, as pessoas adultas não podem ser ingênuas e acharem que adquiriram certa imunidade para assistir a certos filmes, revistas ou até para ler certos romances. A fraqueza humana, infelizmente, é uma das tristes realidades de nossos dias, e que, infelizmente, tem destruído tantos lares, muitos deles dos mais florescentes. Portanto, aconcupiscência da carne não desaparece com o casamento e, se não for enfraquecida pelo amor mútuo entre os esposos, justamente por estar sendo alimentada dentro do próprio casamento, tende a ficar mais violenta e a buscar satisfazer-se alguma vez em ações ainda mais bestiais.
10. É possível associar o consumo de pornografia à vida sexual precoce?
Além do que já apontamos na primeira resposta, sobre os estudos científicos da Academia Americana de Pediatria, de Collins et al. (3), publicados em 2004, gostaria de trazer à tona uma pesquisa publicada em setembro passado – 05/09/2008 – pelo Jornal O Estado de São Paulo, no qual se afirma que usar a pílula do dia seguinte ou ter relação sexual com diferentes parceiros ao longo da adolescência são atitudes que fazem parte do cotidiano do jovem brasileiro de classe média com idade entre 13 e 16 anos. Essa pesquisa realizada com 6.308 alunos de escolas particulares de todo o País revela que 22% deles já perderam a virgindade. Nesse universo, de 1.383 jovens, 22,1% disseram já ter tomado a pílula do dia seguinte para prevenir a gravidez.
Além disso, 19% responderam que tiveram relações sexuais com pelo menos cinco parceiros (nesse item há uma diferença quando o dado é desmembrado entre meninos – 23,2% afirmaram que sim – e meninas – 10,4%). E 14% já fizeram sexo com alguém que conheceram pela internet.
No geral, 25% tiveram a primeira relação sexual aos 14 anos. A pesquisa foi realizada no primeiro semestre deste ano com alunos de 270 escolas particulares brasileiras que são conveniadas ao Portal Educacional, entidade responsável pela aplicação dos questionários. Maria Helena Vilela, diretora do Instituto Kaplan (entidade que desenvolve programas de educação sexual para escolas), explica que a pesquisa comprova o comportamento atual de que o jovem não pensa em ter uma pessoa para a vida toda, ao decidir-se por sua primeira relação sexual. "Eles transam pela primeira vez porque a pessoa é interessante naquele momento. Não é como antigamente, que a menina pensava em casar e ter alguém para a vida toda".
Associando os resultados desta pesquisa do Jornal O Estado de São Paulo aos do Estudo de Collins (1994), que constatava que a exposição dos adolescentes ao sexo em programas de TV tem sido determinante na iniciação sexual dos adolescentes e que comprovou também a relação direta entre a assistência de conteúdo sexual na TV e a imitação de tais conteúdos pelos jovens, é evidente que o consumo de pornografia na TV leva a uma vida sexual precoce.
11. Há notícias de casos em que a pornografia possa ter servido de estímulo a crimes na área sexual (como pedofilia e estupros) por parte de pessoas já predispostas, ou seja, portadoras de psicopatologias?
Um estudo realizado com 2486 adultos por Aberson, nos Estados Unidos, nos anos 90, levantou os seguintes dados: 49% afirmam que a pornografia incita à violência, 43% dizem que faz perder o respeito à mulher e 56%, que destrói as normas morais. Se a pornografia leva o homem normal a esses índices tão alarmantes, acredito que, para as pessoas que tenham predisposição para certas anomalias, essa pressão externa poderá disparar tais mecanismos psicopatológicos.
12. Disciplina e castidade podem ser, juntamente com o amor pelo parceiro sexual, um caminho para a felicidade a dois?
O novo Catecismo da Igreja Católica, ao se referir à castidade, afirma que “a castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda as suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz. O domínio de si mesmo é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente adquirido. Supõe um esforço a ser retomado em todas as idades da vida. O esforço necessário pode ser mais intenso em certas épocas, por exemplo, quando se forma a personalidade, durante a infância e a adolescência.”(n.2312).
Tendo em vista esta clareza de idéias do Catecismo, podemos concluir esta entrevista reafirmando a importância de (re)lançar, o quanto antes, uma autêntica Cruzada de educação da Virtude da Santa Pureza, despertando pais, professores, demais responsáveis pela educação da juventude, empresários dos meios de comunicação de massa, como também os próprios jovens, para que busquem somente ver aquilo que vale realmente a pena ver!
Nossa inteligência tem fome de Verdade; nossa vontade busca desesperadamente o Amor, o Bem, a felicidade; e nossa afetividade tem ânsias de contemplar o Belo. Por outro lado, nossas paixões, por estarem desordenadas pela própria natureza, que nasce “estragada”, também exigem alegrias rápidas, mas quase sempre efêmeras e muitas vezes nocivas. Para conseguir superar esta dialética é necessário haver disciplina, hábitos bons, virtudes que devem ser adquiridas desde a mais tenra idade, pois somente assim será possível vencer a enorme pressão pornográfica que existe hoje, para então alcançar a verdadeira liberdade.

Diácono Valney

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A EUGENIA AVANÇA.


GAZETA DO POVO

Um novo retrocesso no reconhecimento da dignidade humana dos não nascidos foi dado no fim de agosto, 
quando o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou que uma jovem realize o aborto de um feto de 16 semanas. A criança não foi concebida em um estupro, nem é anencéfala: ela sofre de síndrome de Edwards, doença causada pela existência de um cromossomo extra e que provoca uma série de problemas de saúde para o portador; apenas uma minoria dos bebês com esse problema chega a nascer com vida; desses, 90% morrem ainda no primeiro ano.

A solicitação de aborto havia sido acertadamente recusada na primeira instância, mas o caso foi levado ao TJ-SP, onde o desembargador Ricardo Tucanduva concedeu a liminar permitindo a eliminação da criança, pois a jovem alegava que a continuação da gravidez colocaria a vida da gestante em risco – uma alegação no mínimo controversa, tratando-se de gestações de filhos com síndrome de Edwards. O desembargador justificou sua decisão afirmando que o artigo 128 do Código Penal, que trata do crime de aborto, deveria ser interpretado com “flexibilidade” por estar em vigor há cerca de sete décadas.

Diante da falta de literatura médica (atestada inclusive pelo Instituto Nacional de Saúde norte-americano) que comprove a ligação entre a doença no feto e o risco de vida para a mãe durante a gravidez, resta a forte suspeita de que a motivação para o aborto seria mesmo a própria doença da criança, e não possíveis ameaças à integridade física da jovem – até mesmo porque, em caso de risco de vida para a mãe, a autorização judicial nem seria necessária. Um caso semelhante já havia ocorrido em Goiás, no ano passado, com uma gestante de 41 anos que também recebeu permissão para abortar após o diagnóstico de que seu filho tinha a síndrome de Edwards. É assustador perceber que, mesmo sem haver certeza absoluta sobre a ameaça à vida da mãe, nos dois casos decidiu-se pela eliminação da criança.

Também percebe-se que, apesar de o artigo 128 do Código Penal não ter sofrido alterações no Congresso Nacional, o Poder Judiciário vem tomando para si a atribuição de legislar sobre o tema, abrindo brechas no sentido de tornar a legislação cada vez mais permissiva. Com a ADPF 54, julgada no início de 2012, o aborto de anencéfalos passou a ser aceito; agora, eliminam-se crianças com outras anomalias genéticas graves; a julgar pelo ritmo de aceitação da eugenia intrauterina, é possível imaginar um futuro no qual passe a ser legal negar o direito à vida de crianças diagnosticadas com outras doenças e deficiências menos graves.

Na realidade, a perspectiva pode ser ainda pior, pois a proposta de reforma do Código Penal em avaliação atualmente no Senado prevê a liberação do aborto, em qualquer momento da gestação, nos casos em que a legislação atual já não pune a prática, com o acréscimo de situações em que o feto padeça de “incuráveis anomalias que inviabilizem a vida extrauterina”; e, até a 12.ª semana de gestação, o aborto ficaria liberado “quando o médico ou psicólogo constatar que a mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade” – critérios puramente subjetivos e que, na prática, dão margem à legalização ampla da eliminação de nascituros. Em entrevista ao canal Globo News no início de setembro, o procurador Luiz Carlos Gonçalves, coordenador da comissão de juristas que elaborou o projeto de reforma do Código Penal, admitiu abertamente seu orgulho – e o de seus pares – em propor a legalização do aborto em termos tão amplos.

Além disso, segundo a proposta de Código Penal, nos casos em que a prática continua sendo crime, a pena deverá variar de seis meses a dois anos de prisão, contra os dois a quatro anos da legislação atual. Crimes ambientais contra animais silvestres ou de laboratório, no entanto, seriam punidos com prisão de dois a quatro anos. Uma legislação em que eliminar seres humanos ainda por nascer é uma falta considerada menos grave que a destruição de um ninho de pássaros revela, na melhor das hipóteses, uma falta de critério assombrosa – ou, na pior delas, um desprezo deliberado pela vida humana.

É fundamental que o Congresso rejeite a proposta de legalização do aborto feita pelos juristas coordenados por Gonçalves, e ao mesmo tempo também é urgente que o Poder Judiciário deixe de promover a eugenia e esticar a lei atual para além dos limites de sua interpretação. A vida dos seres humanos mais inocentes e indefesos precisa é de mais proteção, e não de novas ameaças movidas por uma mentalidade que só reserva o direito à vida aos “perfeitos” e “desejados”.




Diácono Valney

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Bispo orienta como casal deve acolher filho que chega ao lar



Arquivo/CNBB
''O importante é que seja recebida (a nova vida) como a dádiva divina '', destaca Dom Petrini
Nesta reportagem especial sobre a Semana da Vida, o assunto em pauta é a acolhida à vida nascente. Uma boa preparação para acolher a vida gerada no ventre materno por um dom de Deus também é uma forma de garantir o desenvolvimento da vida humana e o respeito aos seus direitos.

A maternidade e a paternidade são um chamado de Deus para o homem e a mulher que se unem em matrimônio. Para o presidente da Comissão Episcopal para Vida e Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Carlos Petrini, a melhor forma de responder a esse chamado é pensar com antecedência e não se deixar surpreender por uma gravidez.

Assim se preparou a integrante da Comunidade Canção Nova, Virlaine Regina da Silva Brito. Casada há quatro anos e meio e mãe de Maria Julia, de 1 ano e 10 meses, ela está no quarto mês de gestação, preparando-se para acolher o segundo filho.

“Procuramos em casa nos acolher um ao outro e unir forças sempre para ajustar o que precisa ser ajustado e vencer os desafios humanos, afetivos e também financeiros”.

Para além dessa preparação, o bispo lembrou que a gravidez é um grande mistério da vida humana, que foi criada e preparada para gerar uma nova vida. “O homem e a mulher que participam da concepção e da gestação, na verdade são apenas instrumentos de um poder criador infinitamente maior”.

Sendo instrumentos desse mistério divino, Dom Petrini destacou que homem e mulher devem partilhar a expectativa ao longo da gravidez. A nova vida gerada por esse casal, segundo o bispo, deve ser acolhida com total disponibilidade, independente de cor ou sexo.

“O importante é que seja recebida como a dádiva divina para crescimento e aperfeiçoamento daquele pai e daquela mãe”

Gravidez: agente transformador

Para acolher uma criança, os pais já devem estar previamente preparados para uma transformação em sua rotina. Para Virlaine, é necessário que o casal tenha propósitos e princípios em comum para vivenciar essas mudanças com leveza. “É a criança que nasce na família, não o contrário”.

Ela contou que, junto com seu marido, sempre procura se adaptar a essas mudanças, mas não acredita na existência de uma regra fixa. “Os pais não devem tratar seus filhos como empecilho, pelo contrário os filhos devem ser contagiados pela nossa forma de viver, isso diz da nossa fé, dos nossos princípios e dos lugares que costumamos frequentar”.

E essa inserção dos filhos na forma de viver do casal é, para Dom Petrini, essencial para a criança. “É importante que a criança participe, ou seja, seja desde cedo introduzida a este mundo maior, que encontra o seu verdadeiro significado na relação com Deus, pela presença Dele que aprendemos a reconhecer”.

Mas ainda é a realidade de muitos pais nos dias de hoje o fato de colocar a criança no centro de tudo, deixando para trás a vida social, a participação na vida da Igreja e demais hábitos que eles já tinham antes.

Quanto a isso, o bispo acredita que os pais devem ter consciência de que o filho é muito mais que uma obra deles, mas sim uma obra de Deus. Dessa forma, “mais eles estarão atentos para manter essa relação com Deus, na oração em casa, no agradecimento, no pedido e, certamente, na participação na vida da Igreja, da comunidade”.

Para a própria criança que chega à família, Dom Petrini diz ser necessário sentir o apoio em Cristo para que ela possa desenvolver uma personalidade firme, sólida e segura. “Isso depende totalmente da educação que pai e mãe vão dando a esta criança desde os primeiros meses de sua vida”, ressaltou Dom Petrini.

Filhos x estabilidade financeira 

O desafio dessa educação que deve ser dada aos filhos é um fator que por si só assusta muitos pais nos dias de hoje. Além disso, outro fator é a questão financeira, que faz alguns casais adiarem o acolhimento aos filhos, frutos do casamento, ou até mesmo optar por não tê-los.

“Nós acabamos empobrecendo as realidades mais maravilhosas e grandiosas ao seu tamanho monetário, inclusive algo precioso como um filho é calculado em termos de custo e benefício”, afirmou Dom Petrini.

O bispo reconheceu que, de fato, uma criança traz muitas despesas, mas ele acredita que sempre há uma forma de ajustar o orçamento; a quantidade de dinheiro não é, para ele, um fator que determina um bom pai ou uma boa mãe.

“Aquilo que é mais importante é o sorriso da mãe, o acolhimento, o abraço, o cuidado, o afeto que pai e mãe trocam entre si e a criança cresce em um ambiente de amor que lhe dá segurança. Isto é o valor maior”.

Da mesma forma, Virlaine se posiciona a favor da vida, defendendo que se tenha quantos filhos for possível ter, assumindo uma paternidade coerente e responsável. Ela concorda que a dimensão financeira é importante na vida de um casal, mas acredita que isso não é tudo.

“O dom da vida vale muito mais que estabilidade financeira. Deus precisa ser o centro e o provedor da nossa casa. (...) Se você pode ter mais filhos, tenha. Filhos são um dom de Deus, é o próprio Deus que nos ajuda a criá-los e a educá-los na santidade”, finalizou. 
CN

Diácono Valney